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O Auditório Simón Bolívar viveu mais uma noite memorável nessa quarta, 16. Com a platéia quase lotada, subiu ao palco o cantor Cauby Peixoto, que, após 62 anos de carreira vitoriosa e 79 de vida intensa, continua impecável na escolha do repertório, na afinação e na modulação dramática da voz. Cauby está em plena forma, pois toda segunda-feira, no Bar Brahma, na esquina das avenidas Ipiranga e São João (que Caetano Veloso consagrou na música “Sampa”), ele brinda o público com um show intimista.
A apresentação no Memorial, denominada “Cauby in Concert” fez parte da Campanha do Agasalho 2010. O público se dirigia à bilheteria e comprava, por no mínimo R$ 20,00, um “vale cobertor”. Depois se dirigia à bomboniere do foyer do Auditório e trocava por um cobertor. Em seguida, ele era orientado a atravessar toda a platéia e depositar o cobertor no próprio palco. Formou-se uma pequena montanha de 500 cobertodes. Cauby cantou ao lado dela, como que a abençoando.
A noite foi aberta pela bibliotecária Miriam Nascimento, esposa do presidente do Memorial, Fernando Leça. Ela faz um serviço voluntário junto ao Fundo de Solidariedade do Estado de São Paulo, para onde irão os cobertores. “É uma grande honra para a Fundação Memorial da América Latina participar mais uma vez da Campanha do Agasalho.Quero agradecer a presença desse público maravilhoso e, especialmente, ao querido Cauby Peixoto, que sempre nos emociona com seu talento e sua voz maravilhosa”, disse, à guisa de boas vindas.
Além do repertório tradicional – “Conceição”, de Dunga e Jair Amorim, “Bastidores”, de Chico Buarque, e “New York”, de Fred Ebb e John Kander, imortalizada na voz de Frank Sinatra – Cauby passeio grandes compositores da canção brasileira, como Lamartine Babo (“Eu sonhei que tu estavas tão linda”), Sérgio Bittencourt (“Modinha”), Tom Jobim e Vinicius de Moraes (“O que tinha de ser”), Marcos e Paulo Sérgio Valle, Gonzaguinha (“Guerreiro Menino”), além de todo um bloco dedicado a Roberto Carlos.
Fotos: Daniela Agostini