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São Paulo, 19 de junho de 2009.
A arte, através de seu papel investigativo e de reflexão, tem promovido ao longo da história o alargamento de fronteiras, pensamentos e condutas, ajudando a escrever a própria história.
O corpo como personagem da ação artística, o corpo como objeto artístico, a arte partindo do corpo e a ele retornando: o corpo é o limite último da individualidade de cada ser, inviolável, porém simultaneamente frágil.
Em tempos de remodelamentos anatômicos e perfeccionismos estéticos típicos de nossa sociedade, o significado do corpo vem adquirindo variáveis múltiplas; mas nas obras da exposição Corpos Estranhos as artistas ofereceram o mais precioso de si a favor da arte: si mesmas.
As artistas colocam em prática, com a expressão de seus atos e a simbologia de seus movimentos, a entrega de suas almas ao outro. A densidade e a poética daquilo que vemos fisicamente na mostra, leva nosso olhar à dimensão reflexiva das potencialidades, rupturas, durezas e sutilezas de nossos próprios corpos. Mas é nossa alma que é tocada.
Ao acolher a Mostra Corpos Estranhos, realizada em mais uma bem-sucedida parceria com o MAC-USP, a Fundação Memorial da América Latina reafirma seu compromisso com o cenário artístico contemporâneo, e a Galeria Marta Traba como um núcleo de difusão nacional e internacional desta arte sólida e desafiadora.
Ângela Barbour é artista plástica, formada pela Escola de Comunicações e Artes da USP, possui também graduação em Farmácia e Bioquímica pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP Atualmente, além de seu trabalho artístico em atelier é Gerente da Galeria Marta Traba de Arte Latino-Americana da Fundação Memorial da América Latina.