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O lançamento da 31ª edição da Revista Nossa América, na Livraria Cultura, na noite do dia 25 de novembro, foi um sucesso, com a presença de professores da USP, como Carlos Guilherme Mota, que é também do Conselho curador da Revista, Waldenyr Caldas, Gabriel Cohn e o pró-reitor de pós-graduação da USP, Armando Corbani. Além, é claro, do palestrante, o geógrafo e Professor Titular do departamento de Geografia da USP Wanderley Messias da Costa. Edwin Ostos, cônsul da Colômbia, país que tem parte do seu território amazônico, também prestigiou o evento.
O presidente do Memorial, Fernando Leça, abriu o lançamento destacando a mudança de periodicidade da revista, que era anual e passou a ser trimestral e a parceria com a Imprensa Oficial do Estado para a distribuição, que inclui até as malas diplomáticas do Itamaraty, para levá-la a outros países. A revista é distribuída também, às principais universidades e bibliotecas do país.
Ex-reitor da USP e atual diretor do Centro de Estudos Brasileiros da América Latina (CBEAL), do Memorial, o Prof. José Adolfo Melfi apresentou o palestrante, com quem trabalhou na USP. Prêmio Jabuti neste ano, com o livro “Dimensões Humanas da Biosfera-Atmosfera da Amazônia”, na categoria ciências naturais e ciências da saúde, Messias da Costa trabalha há 25 anos pesquisando a Amazônia. E já fez várias expedições ao local.
Ele é autor do artigo “As várias faces da Amazônia”, publicado na revista. No artigo e na palestra, intitulada “Amazônia Sul-Americana”, Costa discorreu sobre como fica a região em tempos de globalização.
A área da Amazônia ocupa mais de 40% do território da América do Sul. Ela está presente em oito países: Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Suriname e Guiana Francesa. Além disso, a Bacia Amazônica é a maior bacia hidrográfica do planeta. “Lá está 20% de toda a água do planeta”, disse o professor.
Wanderley da Costa fez uma palestra completa, em que falou tanto dos aspectos físicos quanto dos político-sociais da região. Segundo ele, o Brasil tem uma política territorial para a Amazônia desde Getúlio e, principalmente, desde Juscelino, que incluiu a região em seu Plano de Metas. Apesar disso, a região é muito pouco habitada e a maioria de seus habitantes vivem na pobreza. Lá, os índices de malária e tuberculose são muito mais altos que os da população em geral. “A Amazônia tem um discurso muito forte que impede que vejamos gente nela. Mas existem 20 milhões de habitantes lá, boa parte em condições precárias de vida.”
Além da pobreza (esta é a região mais pobre do Brasil), ele citou alguns dos maiores problemas da Amazônia brasileira: desmatamento, pecuária e conflitos agrários. Há ainda o problema da demarcação das áreas indígenas na faixa de fronteira, como a Raposa Serra do Sol. Segundo ele, são 24 comunidades indígenas nas fronteiras, onde atuam também muitas ONGs e soldados.
O professor citou alguns dos conflitos de fronteiras entre os países sul-americanos, para dizer que há sempre convergências e divergências entre eles. Mas ele destacou a importância de processos de integração como o Mercosul, o IRSA e a Unasul.
“Eu não acredito que possamos perder o território da Amazônia, que alguém vá tirá-la de nós. Mas estamos perdendo, isso sim, a alma da floresta. Estamos perdendo o conhecimento científico sobre ela, o domínio da agenda do local”, disse ele, sobre a baixa ocupação brasileira no local e a grande atuação de ONGs e entidades ambientais e religiosas internacionais. “Nós não temos mais soberania sobre ela, se não a ocupamos, há quem ocupe”, disse, destacando que a floresta tem o maior banco genético do mundo, é importante para a regulação do clima global e ainda absorve mais CO2 do que emite.
Para finalizar, o professor apontou uma saída para os problemas da região: buscar produtos agregados da floresta em pé, ou seja, sem desmatá-la. Ele citou o dendê – “usado para fabricar biodiesel, commodity de primeira ordem” -, o açaí, o guaraná, a castanha, o cupuaçu e o urucum como produtos importantes que podem ser explorados sem a derrubada de árvores e, portanto, sem a degradação da floresta.
A Revista Nossa América está disponivel nos locais abaixo. O exemplar custa R$ 8,00, enquanto a assinatura anual sai por R$ 24,00 e pode ser feita pelo telefone 3823-4647 ou pelo email memorial@memorial.sp.gov.br.
Livrarias da USP, Unesp e Unicamp.
Livraria Cultura
Livraria Laselva
Livraria Fnac
Nas seguintes bancas de jornais:
1. Banca Iwai
Av. Paulista s/n lado impar – esquina com Al. Campinas
2. Banca Cerqueira Cesar
Rua Padre João Manoel 826 – esquina com Al. Lorena
3. Banca Trianon / Masp
Av. Paulista 1294
4. Banca Gazeta
Av. Paulista entre nº 886 e 920
5. Banca Bruno
Av. Paulista 2206
6. Banca do Ivan
Av. Paulista 2006
7. Banca Polignano
Av. Paulista 1500
8. Jovem Banca
Al. Joaquim Eugênio de Lima 583
9. Banca Lu
Av. Paulista esquina com Rua Haddock Lobo
10. Banca do Conjunto Nacional
Av. Paulista 2093
11. Banca Martinelli
Praça Antonio Prado s/n – esquina com Rua São Bento
12. Banca Vilaboim
Praça Vilaboim s/n, oposto ao nº 49
13. Banca Barão
Rua Barão de Itapetininga 163
14. Banca Antonio Prado
Praça Antonio Prado esquina com a Rua XV de Novembro
15. Banca Europa
Rua Groenlândia s/n, oposto ao nº 1426
16. Banca Oregon
Rua dos Pinheiros 1152 – esquina com a Av. Pedroso de Morais
17. Banca Jardins
Av. Cidade Jardim 125
18. Banca República
Praça da República 32
19. Banca Portal
Rua Doutor Franco Soares Caiuby 88
20. Banca da Praça
Av. Jandira esquina com Av. Ibirapuera
Por Paloma Varón
Fotos: Fábio Pagan