/governosp
São Paulo, 17 de setembro de 2008.
O artista plástico colombiano Santiago Plata participou de um bate papo na tarde fria do dia 16 de setembro, na Galeria Marta Traba, no Memorial da América Latina. O encontro com estudantes e profissionais da área ocorreu no dia da abertura da exposição América do Sul Rupestre Santiago Plata, para que os presentes tivessem a oportunidade de conhecer um pouco mais do trabalho desse artista e contemplar sua experiência de vida.
Santiago percorreu de bicicleta, durante 6 anos, a América do Sul em busca de sítios arqueológicos. Ele contou que queria utilizar a arte de maneira mais empírica e resgatar os valores perdidos por causa da industrialização: “A humanidade está em um processo de globalização e as pessoas perdem a sua identidade e a percepção de contemplar as pequenas coisas que dão sentido a nossa existência”.
Para Plata, o que o inspira a fazer esse tipo de “loucura”, como ele mesmo definiu, é estar em contato com sítios ainda não explorados pelo homem, já que atualmente as pessoas só pensam em dinheiro e tecnologia, “essas são as nossas prioridades e eu tento sair desse esquema e encontrar nos sítios arqueológicos naturais os espíritos, que eu defino como os animais, as pedras, os córregos e as famílias simples que vivem ao redor dessa riqueza não valorizada; esse é o sentido de minha existência”.
As fotos tiradas por Santiago mesmo são carregadas de significados e ele fala de forma particular sobre cada beleza captada pelas lentes da câmera, como por exemplo, as pinturas retratadas em pedras pelo homem pré-histórico.
Para ele, quem tiver um pouco de sensibilidade irá entender a importância de se aproximar dos elementos da natureza e de ver como é possível compreender a cultura de cada habitante através dos sítios arqueológicos existentes.
Por Eduardo Rascov