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“Descobrir Guayasamín” será uma das opções da Virada Cultural de São Paulo, no dia 26 de abril. Para a meia-noite deste dia especial, o Memorial programou visita monitorada bilíngüe (português e espanhol) à exposição “Descobrindo Guayasamín”, com Ângela Barbour, artista plástica e professora da Faculdade Belas Artes. A idéia é apresentar aos paulistanos, neste dia repleto de opções musicais, a obra plástica de um dos mais importantes artistas latino-americanos da segunda metade do século XX, o equatoriano Oswaldo Guayasamín (1919 – 1999).
A novidade foi anunciada durante a abertura da mostra “Descobrindo Guayasamín”, no dia 10 de abril, na Galeria Marta Traba deste Memorial. Pouco conhecido no Brasil, embora sua obra circule mundialmente pelos principais museus e galerias (neste momento, em Washington, D.C., inaugura-se uma grande exposição de sua obra, por exemplo), os convidados presentes certamente foram tocados pelo grito de figuras humanas pintadas por Guayasamín, da série “A idade da ira”, bem como das gravuras mais coloridas da fase “A idade da ternura”.
O presidente do Memorial, Fernando Leça, frisou a absoluta necessidade de se aumentar o conhecimento desse artista no Brasil. “O mundo todo o reverencia. Algumas de suas obras, por exemplo, estão no Museu Reina Sofia, próximas ao talvez mais importante quadro do século XX, “Guernica”, de Pablo Picasso”, comentou o presidente, que também lembrou que o Memorial possui um legítimo “Madres y hijos”, de Guayasamín, na antiga sede do Parlatino.
A exposição foi realizada em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura, fato destacado pelo presente do Memorial, pois enseja uma cooperação que pode render muitos frutos à cultura de São Paulo. Carlos Augusto Calil, Secretário de Cultura do Município de São Paulo, destacou que a obra de Guayasamín “é patrimônio nosso também, porque o Memorial é a casa da América Latina”.
Para a cônsul equatoriana em São Paulo, Beatriz Cury, esta exposição é a “realização de um sonho de união, que acalenta a todos nós latino-americanos, em torno de idéias universais, que nos atinge na nossa orfandade e tristeza”. Ela destacou a construção da Capilla del Hombre (Capela do Homem), projeto dos últimos anos de vida de Guayasamín, que nos obriga a “olhar o céu e a pensar nos que choram, porque, para Guayasamín, pintar é pedir, clamar e agradecer”. A capela está localizada em Quito.
Em palestra ministrada no mesmo dia, na própria Galeria Marta Traba, cercada de quadros de seu pai, Verenice Guayasamín, filha do pintor e diretora da Fundação Guayasamín, sediada em Quito, também lamentou a obra de seu pai ser tão pouco conhecida no Brasil. “Ele teve uma sala especial na Bienal de São Paulo, em 1989, e uma grande exposição no Rio de Janeiro, em 2007. E só. Ésta é a terceira vez que Guayasamín vem ao Brasil, isso sem contar a sua participação na Bienal de São Paulo de 1957, quando ganhou o primeiro prêmio”.
Verenice Guayasamín respondeu a perguntas do público e falou da relação de amizade entre seu pai e Fidel Castro – Cuba tem um museu dedicado ao equatoriano -, de quem pintou três retratos. Contou das viagens que o artista fez pela América Latina e da sua opção extrema de pintar o tempo em que ele viveu, sou seja, o século XX. Convidou a todos a visitarem a Fundação Guayasamín, que além das obras – pinturas e esculturas – do próprio, tem salas dedicadas às artes pré-colombiana e colonial, da coleção pessoal e que foram fontes de insíração para o pintor.
Descobrindo Guayasamín
Organização: Memorial da América Latina, em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, e apoio do Consulado Geral do Equador e da Fundação Guayasamín
Período: de 11 de abril a 11 de maio
Horário: terça a domingo, das 9h às 18h.
Memorial da América Latina/ Galeria Marta Traba
Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664, Barra Funda
Entrada pelos portões 1 e 6
Telefone: (11) 3823-4600
ENTRADA FRANCA