/governosp
Cátedra Memorial da América Latina e I Festival de Cinema Latino-americano também são anunciados
Marco arquitetônico e um dos lugares mais procurados por turistas que visitam a cidade, a Fundação Memorial da América Latina foi totalmente renovada. O Memorial passou por uma profunda reforma, tendo suas instalações recuperadas estruturalmente, depois de 17 anos, e sua fachada pintada de branco. Para isso foi usada verba suplementar de quase R$ 1.500.000,00. Na última quinta-feira, dia 11 de maio, o Governador Cláudio Lembo, o Secretário de Cultura do Estado João Batista de Andrade, entre outras autoridades participaram da cerimônia de entrega do conjunto arquitetônico à população de São Paulo.
Em sua visita ao Memorial, o governador Cláudio Lembo também assinou convênios entre o Memorial e outras instituições culturais e do descerramento do busto de José Bonifácio de Andrade e Silva, o Patriarca da Independência do Brasil. Houve ainda a instituição da Cátedra Memorial da América Latina, da qual participam a USP, Unicamp e Unesp.
Outra novidade importante foi o anúncio da parceria entre o Memorial da América Latina e a Secretaria Estadual de Cultura para a realização do I Festival de Cinema Latino-americano, em julho de 2006. Utilizando 3 salas de exibição, o Festival terá mostras paralelas e mesas de discussão. A idéia é olhar em conjunto a produção latino-americana desde os anos 50. Está prevista a vinda de cineastas antigos e novos de países como Argentina e México.
Reforma
Os trabalhos se dividiram em duas etapas. A primeira, entre março e setembro do ano passado, compreendeu a restauração do Pavilhão da Criatividade, do prédio da monitoria e da entrada monumental. Ao custo aproximado de R$ 500.000,00, as obras foram entregues pelo então governador Geraldo Alckmin em 23 de setembro de 2005, em evento que, não por acaso, se chamou Primavera do Memorial.
Na ocasião, ele anunciou verba suplementar de quase R$ 1.500.000,00 para o restante do Memorial. Após as licitações, iniciaram as obras em mais quatro prédios:
* Auditório Simón Bolívar
* Salão de Atos Tiradentes
* Biblioteca Latino-americana Victor Civita
* Galeria Marta Traba
Em todos os prédios do complexo foi feito um minucioso tratamento de fissuras, que fazia parte do projeto inicial do arquiteto Oscar Niemeyer. Isto exigiu superar não poucas dificuldades. O Salão de Atos Tiradentes, por exemplo, mede 30 metros e é côncavo. O Memorial contou com o apoio do IPT (Instituto Pesquisas Tecnológicas) e a consultoria do arquiteto Lúcio Gomes Machado, professor da FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP).
Os engenheiros dividiram as “cascas de concreto” que cobrem o Salão em quadros de 2X5m e injetaram em suas bordas um material elástico – o elastômero. Deste modo, o movimento natural do concreto – que se expande com o calor e se contrai com o frio – é acomodado, evitando possíveis fissuras. Em seguida, foi aplicado sobre a abóboda um véu que também acompanha o movimento do concreto. Só então o conjunto foi pintado.
O Auditório Simón Bolívar e a Biblioteca – que também têm formas curvas, marca de Niemeyer – passaram pelo mesmo tipo de reformas. Já na Galeria, as obras foram de impermeabilização do espelho d´água e do teto, centralização do ar-condicionado e instalação de um cortinado para proteger as obras do sol.
A diferença entre as atuais reformas e as obras de manutenção anteriores é que agora as fissuras dos prédios estão recebendo uma solução definitiva, de acordo com o projeto original. “Os técnicos estão abrindo as fissuras para colocar um material elastômero que permite naturalmente o movimento de retração e ampliação, inevitáveis com as mudanças de temperatura”, explica Fernando Leça, presidente do Memorial.