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Nascido da necessidade de criar um espaço de discussão e reflexão de estratégias para a identificação, prevenção e tratamento de situações de risco relacionadas às crianças e adolescentes, o 1° Fórum Paulista de Prevenção de Acidentes e Combate à Violência Contra Crianças e Adolescentes foi realizado durante todo o dia 11 de abril, no Auditório Simón Bolívar, no Memorial.
Com o apoio da Sociedade de Pediatria de São Paulo, do Conselho dos Direitos da Criança e Adolescente (CONDECA), da Criança Segura (Safe Kids Brasil) e do Memorial da América Latina – e patrocínio da Marjan Farma -, o Fórum se voltou à discussão dos dois pólos responsáveis pelo maior número de mortes de crianças e adolescentes: acidentes e violência. Os acidentes na escola e principalmente no trânsito e a violência doméstica e urbana exigem meios de prevenção e formas de educação para diminuir as ocorrências e minimizar os danos.
No saguão de entrada, a exposição de fotos “Olhares em Trânsito”, realizada por crianças entre 11 e 14 anos, é resultado de oficina realizada em bairros da periferia de São Paulo e mostra a importância de iniciativas de integração e educação social. Acidente de trânsito é a principal causa de mortes de crianças até 14 anos. A atividade do CONDECA e outros grupos é passo importante de conscientização para evitar esse mal.
Já no auditório, as conferências e debates que seguiram por todo o dia giraram em torno da temática proposta, com variações de abordagem e perspectivas; de alternativas educacionais, passando por indicativos sociais e de saúde, até uma abordagem histórica da violência no Brasil e no mundo. Direcionado a educadores, profissionais da saúde, justiça, segurança e mídia, o Fórum propôs, de forma geral, reflexão conjunta e iniciativas práticas a todos os presentes.
O mau-trato a crianças e adolescentes, muito mais do que simples violação moral, é problema social. Os abusos doméstico, extra-familiar e até a auto-agressão, se tornam potencializadores da violência social geral, e podem ser vistas, até certo ponto, como fonte de todas as formas de agressão. Foi com um histórico assombroso de violações aos direitos das crianças e adolescentes, que em 1988, através da Constituição se começou a falar em sujeitos de direito. Em 1990 ficou pronto o Estatuto da Criança e do Adolescente que ganhou status de lei. São os chamados portadores de direitos especiais, por estarem em desenvolvimento físico, intelectual, moral e psicológico.
Este processo, após 16 anos, ainda está embrionário e demanda o diálogo de toda a sociedade. É incompreensível que no Brasil, a maioria das violências ainda não é notificada às autoridades competentes. É necessária a desnaturalização do mau-trato e o fim da visão adultocêntrica.
É com uma visão transdisciplinar, que englobe família, escola e os jovens, que se dará o novo arranjo social. Se são novos os tempos e novos os territórios de atuação, se a mídia se esforça em alienar, se ainda existem autoritarismos de todo tipo e a violência doméstica e social está longe de ter um fim, fica a sugestão final do Fórum: criar estratégias para o atendimento específico dos problemas relacionados à violência contra a criança e o adolescente que permitam solução eficientes e eficazes e a sensibilização de todos os profissionais de saúde e educação que atuem com esse grupo social.
Mais informações no www.spsp.org.br