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Palestra de John Canemaker “A arte e a magia de Mary Blair”
Papo animado com Célia Catunda e Kiko Mistrorigo, da TV Pingüim
Papo Animado com Kihachiro Kawamoto
Veja como foi a abertura
O convidado do segundo Papo Animado, realizado no dia 27, foi John Canemaker. O norte-americano já havia participado desta edição do Anima Mundi no dia anterior, quando falou ao público sobre Mary Blair, a animadora que dominou os estúdios Disney durante as décadas de 40 e 50; agora foi a vez de falar sobre sua produção.
Canemaker venceu o Oscar deste ano com o curta-metrangem autobiográfico “The Moon and the Son” . Nesta produção independente ele mostra um diálogo imaginário com seu pai, falecido em 1995, com quem ele tinha sérios problemas de relacionamento. O curta, exibido durante o encontro, mistura animação original, fotos e filmes de sua família.
Mas não foi apenas nesta produção que Canemaker abordou temas geralmente extranhos ao universo da animação. Ele se tornou conhecido justamente por representar, através dos traços de seus desenhos, temas delicados como suicido, Aids, câncer e abuso infantil. “Essas animações causam grande impacto, é muito diferente ver esses assuntos abordados numa animação, do que num filme, o que é mais tradicional”, afirmou o animador.
Foi tratando de outro tema sério que Canemaker também venceu o Oscar em 1988. Ele foi o escolhido na categoria curta documental com a produção “You Don’t Have to Die” , no qual retrata a experiência de um menino de 8 anos portador de câncer. O documentário mistura o depoimento do personagem com ilustrações de Canemaker.
Uma das cenas mais marcantes da produção é quando o garoto explica como funciona o tratamento de quimioterapia. O desafio de Canemaker foi ilustrar tal processo. O resultado final foi o desenho em que um medicamento verde vai sendo injetado no personagem deixando-o verde, até que no fim, os cabelos caem. Tudo isso em sincronia com a voz do menino como narrador.
Para conseguir explorar o universo afetivo através da animação, Canemaker ressaltou a importância da pesquisa para a construção dos desenhos. No encontro ele contou ao público como foi o processo de pré-produção para a animação de outro documentário, o “Break the Silence: Kids Against Child Abuse”, sobre crianças vítimas de violência doméstica.
Durante a pesquisa Canemaker teve acesso a vários desenhos feitos por crianças que sofreram abusos. Um dos que mais lhe chamou a atenção foi a de um menino que retratava sua casa de porta fechada, como um caixão. Ele está lá dentro olhando para fora onde há um barco, que segundo o animador representava a oportunidade de liberdade para o menino que sofria dentro de casa. “Este tipo de coisa é muito importante para compor a animação”, completou.
Essas duas animações foram encomendadas por produtores à Canemaker que atualmente tem seu próprio estúdio nos Estados Unidos e é professor e coordenador do departamento de animação da Tisch Scholl of Visual Arts, em Nova York. Para seus alunos e para o público presente no encontro ele deixou ulgumas dicas de como fazer uma boa animação.
A principal é a composição do enredo. Não adianta ter as mais avançadas técnicas de animação para fazer uma história se ela não tiver um bom script. “O importante é fazer com que os personagens se comuniquem sempre com a platéia”, disse. Segundo Canemaker a Pixar, um dos mais famosos estúdios de animação do mundo, responsável por produções como “Vida de Inseto” e “Mostros S.A”, é bem sucedida não por causa das técnicas que utiliza e sim porque tem boas histórias.
Se você ainda não conhece os trabalhos de Canemaker ou gostaria de revê-los, o Anima Mundi preparou uma sessão especial com seus curtas-metragens para o final de semana.
Sessão John Canemaker (duração: 1h22)
Sábado 29, às 16h30
Domingo, 30, às 22h
Memorial – sala 3
Confessions Of A Stardreamer
Bridgehampton
Confessions Of A Stand-Up
Bottom’s Dream (imagem na página principal do site)
The Wizard’s Son
Confessions Of A Stardreamer
Bridgehampton
Confessions Of A Stand-Up
Bottom’s Dream
The Wizard’s Son
The Moon And The Son
The World According To Garp
You Don’t Have To Die
Break The Silence
Fotos: Fernanda Henrique
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