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Saiba como foi a abertura da exposição
Um local para adoração? Uma forma de comunicar-se com os seres vindos do céu? Os grandes geóglifos de Nasca, no Peru, sempre instigaram a curiosidade do homem contemporâneo. O Memorial da América Latina convida a um passeio no tempo e no espaço rumo a esse desconhecido. De 13 agosto a 7 de setembro, a Galeria Marta Traba expõe os trabalhos de dois artistas plásticos – do brasileiro Alex Cerveny e do alemão Christoph Rust – que dialogam com a cultura Nasca/Paracas. A curadoria é de Michael Rodemer, professor da Escola de Arte e Design da Universidade de Michigan, e Stephane Malysse, professor de Arte e Antropologia da USP – Leste.
A exposição ‘Correspondências Nasca’ nasceu de um vôo de helicóptero sobre a região sul do Peru, em setembro de 2005, em um encontro propiciado pela Universidade de Bielefeld. A bordo estavam os artistas e dois cartógrafos alemães: Bernard Teichert e Christiane Richter, responsáveis pelo projeto Maria Reiche, que estuda e busca a preservação dos geóglifos dos vales de Nasca, Palpa e Ingenio. No dia 12, às 17h, os dois técnicos, Teichert e Richter, estarão no Memorial para ministrar uma palestra sobre seus estudos em Nasca, em seguida, será servido um coquetel de abertura.
As obras de Cerveny e Rust fazem uma releitura atualizada dos geóglifos de Nasca por meio da arte, história e tecnologia. A mostra, que conta com cerca de 80 trabalhos, já teve lugar na Galeria de Arte do ZIF (Zentrum fur interdisziplinare Forschung) da Universidade de Bielefeld na Alemanha. No Memorial da América Latina, o acervo será acrescido de obras especialmente projetadas para ocupar o espaço circular da Galeria Marta Traba.
A exposição conta ainda com uma série de oficinas que serão coordenadas pelo artista brasileiro Alex Cerveny nos dias 14, 19, 21, 26 e 28, das 14:30h às 16:30h. Serão encontros destinados à reflexão do desenho como linguagem universal. As oficinas terão formato de atelier livre, onde cada participante será orientado individualmente a partir de seus objetivos pessoais.
Os geóglifos de Nasca são gigantescas gravuras impressas no solo e lembram figuras geométricas, formas humanas e de animais, mas somente quando observadas do alto. Os desenhos foram realizados pelos povos Paracas e Nasca, que floresceram entre 200 a.C. e 650 d.C. ao longo de rios que desciam dos Andes.
O deserto peruano, onde está localizada a área de Nasca, estende-se por mais de 1.400 milhas ao longo do Oceano Pacifico. Não existe areia neste deserto. O solo, formado por pedras vermelho-escuro, foi escavado durante anos por aquele povo antigo seguindo um padrão. As valas criadas por eles expuseram o subsolo mais claro e resultaram nas “linhas de Nasca“.
As proporções das figuras e a finalidade do projeto levaram alguns a especularem que teriam sido feitas por seres de outros planetas. O escritor suíço Erich von Däniken, autor do best-seller “Eram os deuses astronautas?” (1966) acredita que as linhas de Nasca formam um “astroporto” para naves extra terrestres.
O fato de as figuras terem permanecido intactas durante centenas de anos e as razões que motivaram um povo a desenvolver tal projeto continuam desconhecidos.
Saiba como foi a abertura da exposição
Sobre os artistas:
Alex Cerveny nasceu em 1963, em São Paulo, onde vive e trabalha até hoje. Sua formação livre se deu principalmente nos ateliers de dois artistas: Valdir Sarubbi e Selma D’Affrè, com os quais estudou desenho, gravura e pintura e trabalhou como assistente entre 1979 e 1984. Expõe regularmente desde 1982 obras quase sempre carregadas de história e iconografia. Paralelamente desenvolveu com regularidade atividades ligadas ao ensino livre de arte.
Christoph Rust nasceu em 1953, em Leipzig. Depois de abandonar estudos em arqueologia em Marburg, em 1975, transferiu-se para a Academia de Artes de Münster, formando-se em filosofia e educação em artes. Vive um ano na Índia e no Sri Lanka, retornou à Alemanha para iniciar sua carreira como artista em 1982. Desde então vem desenvolvendo trabalhos em pintura e escultura relacionados principalmente a percepção da luz. Atualmente vive em Hannover e é professor de estética na Universidade de Bielefeld.
Correspondências Nasca
12 de agosto
– Palestra às 17h: “Nasca Projekt Dresden – considerações sobre a construção, utilização e mapeamento das linhas de Nasca”, com Bernard Teichert e Christiane Richter:
– Abertura às 19h.
Período da exposição:
13 de agosto a 7 de setembro
De terça a domingo, das 9h às 18h
Entrada Franca
Oficinas de arte: “Linhas de Nasca – experiências em desenho e gravura”
Dias 14, 19, 21, 26 e 28, das 14h30 às 16h30
Inscrições por email: alicequadrado@gmail.com ou angelabarbour@memorial.sp.gov.
Tel. 3823-4704
Memorial da América Latina
Galeria Marta Traba – Portões 1 e 5
Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664 – Barra Funda
Tel. 3823-4600