“As Filhas de Eva” (detalhe), de Rosana Paulino
A 5ª edição do Fórum Permanente Arte e Cultura da América Latina, a ser realizado nos dias 18 e 19 de novembro, terá como tema Tempo e Abrangência em Arte e Cultura Latino-Americana, e terá lugar no prédio da Biblioteca do Memorial da América Latina, na Barra Funda, em São Paulo. Mariza Bertoli, crítica de arte e coordenadora do Fórum, assim fundamenta o tema que deve permear não somente as discussões das mesas temáticas como também as atividades que ocorrerão no transcurso do evento:
“A memória cultural é como uma tela móvel com uma franja de referências forjadas em tempos diferentes no nosso imaginário. Assim vivemos tempos diferentes, onde mito e notícias de jornal se sobrepõem. As catástrofes e as premiações glamorosas do cinema aparecem na telinha com o drama dos refugiados, enfatizando uns e desrealizando outros. Quando as obras de arte figuram os relatos comoventes das Comissões da Verdade, do horror das ditaduras militares no Continente, ou quando se recorre à imagem do Libertador Simon Bolivar, na política atual”, concluiu Bertoli, “estamos lidando com tempos sobrepostos”.
Contando com o apoio da Fundação Memorial da América Latina, Sociedade Científica de Pesquisa
Foto de Maureen Bisilliat
em Arte (CESA), Programa de Pós Graduação em Integração da América Latina da Universidade de São Paulo e do Instituto de Artes da UNESP, campus São Paulo, o V Fórum terá este ano uma programação diversificada, além das seis mesas de debates que ocorrerão durante os períodos da manhã e tarde, pois prevê a realização de atividades interativas entre os artistas convidados, críticos e dos demais participantes.
No dia 18, quarta-feira, no final do dia, haverá uma ação coletiva dirigida pelo Grupo de Pesquisa Panorama da Cerâmica Latino- Americana da UNESP, cujo objetivo será o de simbolizar a união dos povos da América. Os trabalhos serão dirigidos pela pesquisadora de cerâmica da América Latina, Lalada Dalglish.
No dia 19, quinta-feira, na parte da tarde, duas atividades estão programadas: a primeira, será uma visita guiada ao Pavilhão da Criatividade, no Memorial, onde encontram-se agrupados por países, centenas de objetos, entre trajes típicos, artesanatos, objetos de uso cotidiano, esculturas, adereços religiosos entre outros, representativos dos países latino-americanos; em seguida, os participantes se deslocarão até o Salão de Atos Tiradentes, ao lado da Biblioteca, onde encontram-se os painéis monumentais de Portinari (Tiradentes), de Poty Lazzarotto, e do escultor e pintor Carybé. Todas essas atividades serão acompanhadas pelas pesquisadoras do Fórum Permanente Arte e Cultura da América Latina, Moira Busch Anne Bastos e Mariza Bertoli.
O velho Atorko Krahô no patio da aldeia empunha a machadinha sagrada Koyré. Foto de Renato Soares
O Fórum contará com a presença de pesquisadores e artistas convidados que buscam novas maneiras de reescrever, sob uma perspectiva crítica, aspectos que ainda hoje não recebem muita atenção da História da Arte. Entre os presentes, a artista Rosana Paulino, fará uma apresentação cujo tema terá como centro a discussão dos “lugares simbólico-sociais impostos à mulher negra”, na sua própria obra. Os fotógrafos Renato Soares, Maureen Bisilliat, Alison da Paz e Beto Silva estarão reunidos na mesa “Ressonâncias da Imagem: tempo e abrangência”, no dia 19, sob a coordenação de Dilma de Melo Silva. O mexicano Waldo Lee Fuentes, doutorando do PROLAM-USP, falará sobre “Zapatismo – a rebeldia como esperança” e ainda, Saloma Jovino da Silva, que desenvolverá o tema “O mar atlântico como cemitério imaginário, memória e experiência da diáspora africana no Brasil”.
O encerramento está marcado para as 16h do dia 19 de novembro, com a palestra do fotógrafo Renato Soares, intitulada “Histórias e Imagens do Brasil Profundo”. A participação é gratuita, mas é necessário proceder às inscrições. Todos os participantes receberão certificados.
V Fórum Arte e Cultura da América Latina
Tema: Tempo e Abrangência na Arte e Cultura Latino Americana
Dias 18 e 19 de novembro de 2015
18 de novembro
Abertura, das 9h00 às 9h15
Dilma de Melo Silva, Mariza Bertoli e Marilia Franco
Mesa 1, das 9h15 às 10h15
A persistência do mito na arte da Nossa América.
Coordenadora: Neide Marcondes
Mariza Bertoli: A recorrência do mito na arte contemporânea: artistas do Brasil, Argentina, Uruguai, Equador e Cuba.
Simone Rocha de Abreu: Mito e resistência na Arte do Cone Sul.
Lalada Dalglish: Terra e Fogo – Escultura cerâmica desde sempre, sem fronteiras.
Debate, das 10h15 às 10h45
Mesa 2, das 10h45 às 11h45
Memória, Fronteiras, deslocamentos e tempos superpostos.
Coordenador: Mariza Bertoli
Adriana Gianvecchio: Transfronteiriços – as identidades em trânsito.
Sylvia Adriana Dobry: Participação e debate em Arquitetura e Urbanismo e seu ensino, dos anos 1960-70, à atualidade na Argentina e no Brasil.
Sabina Uribarren: Memórias e identidades preservacionistas: Edson Motta e a sua tríplice experiência americana.
Debate, das 11h45 às 12h30
Mesa 3, das 14h00 às 15h00
Contemporaneidade na arte da América Latina.
Coordenadora: Simone Rocha Abreu
Rosana Paulino: Projeto assentamento: Desconstruindo lugares simbólico-sociais impostos à mulher negra, na produção contemporânea de Rosana Paulino.
Neide Marcondes: Artistas Latino-Americanos na Bienal de Veneza – a descolonização do pensamento .
Claudia Fazzolari: Regina Jose Galindo como elemento vivo para compreender as idiossincrasias latino-americanas.
Debate, das 15h00 às 15h30
Mesa 4, das 15h30 às 16h30
Carregando nossos sonhos – o preço da esperança.
Coordenador: Moira Anne Bush Bastos
Iara Machado: Culturas vivas, identidades valorizadas – o tempo da busca dos mitos fundantes.Equador , Bolívia, Brasil.
Waldo Lee Fuentes: Zapatismo – a rebeldia como esperança.
Margarida Nepomuceno: Comunistas do Uruguai e do Brasil nos anos 30: Sonhos interrompidos.
Debate, das 16h30 às 17h00
Ação simbólica pela união dos povos da América pelo grupo de Pesquisa Panorama da Cerâmica Latino-Americana. UNESP
19 de novembro
Mesa 1, das 9h00 às 10h00
Espaço-tempo-ancestralidade – cartografias da memória.
Coordenadora: Eline Martiniano Carvalho
Dilma de Melo Silva: Ancestralidades milenares.
Moira Anne Bush Bastos: O tempo e sua figuração nos livros circulares dos povos andinos.
Salloma Salomão Jovino da Silva: O mar atlântico como cemitério imaginário, memória e experiência da diáspora africana no Brasil.
Mesa 2, das 10h30 às 11h30
Ressonâncias da imagem: Tempo e abrangência.
Coordenadora: Dilma de Melo Silva
Renato Soares: Fotografia documental – revelando a arte e os rituais dos povos indígenas.
Alisson da Paz e Beto Silva: A Greve – confronto e conceito de uma sociedade desigual- a história se repete, na pintura do filme de Eisentein.
Debate, das 11h30 às 12h00
Intervalo, das 12h00 às 14:00
Visita guiada ao Pavilhão da Criatividade
com mediação de Moira Bush Anne Bastos,
das 14h00 às 15h00
Visita à Sala de Atos do Memorial com comentário
dos críticos de arte presentes – obras de Portinari,
Caribé e Poty, das 15h00 às 16h00
16h00- Encerramento: Histórias e Imagens do Brasil Profundo – Renato Soares.
V Fórum Arte e Cultura da América Latina
“Tempo e Abrangência em Arte e Cultura Latino Americana”
Realização: Fórum Permanente Arte e Cultura da América Latina
Local: Biblioteca Memorial da América Latina
Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664- Metrô Barra Funda- São Paulo
Entrada: portões 2 e 5. Estacionamento pago nos portões 4 e 8.
Dias: 18 e 19 de novembro de 2015
Horário: das 9h00 às 17h00
Informações e Inscrições pelo email: forum-arte-identidade@hotmail.com
Apoio:
FUNDAÇÃO MEMORIAL DA AMÉRICA LATINA
CESA- Sociedade Científica de Estudos da Arte
PROLAM – Programa de Pós Graduação em Integração da América Latina da Universidade de São Paulo
INSTITUTO DE ARTES da UNESP- Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. Campus São Paulo.
