A Fundação Memorial da América Latina inaugurou nesse sábado, 7 de fevereiro, a Mostra Ciria Windows, na Galeria Marta Traba, com a presença do curador da exposição, Gabriel Serrano, do diretor do Instituto Cervantes de São Paulo, Pedro Benitez Pérez, do museólogo Fábio Magalhães, do artista visual Fernando Durão, de Claude Martin Vaskou, do Salon d´Automne France-Brasil, e do presidente do Memorial, cineasta João Batista de Andrade, entre outras personalidades do mundo das artes.
O artista Jose Manuel Ciria não pode comparecer por motivo de saúde, mas anunciou que virá ao Brasil ainda este mês para visitar sua exposição. Na ocasião será exibido um documentário sobre ele, mostrando seu método de trabalho, e recentemente exibido no MOMA (Museu de Arte Moderna), de Nova York. O filme chama-se “Ciria Pronounced Thiria”, dirigido por Artur Balder, que narra com pulso e emoção o processo criativo de Ciria, intermeado de conversas íntimas com seus colaboradores e colecionadores de sua obra. Acompanhe neste site a data de exibição do documentário.
Jose Manuel Ciria vive hoje em Nova York. Ele mudou-se para essa cidade em 2005, aos quarenta e cinco anos de vida. Segundo o curador Gabriel Serrano, “Ciria não tinha mais motivação para trabalhar e percebeu que Nova York poderia lhe dar essa oportunidade”. Com a mudança, operou-se câmbios em sua obra: “A transformação em sua pintura é evidente. Nova York lhe provocou câmbios de cores, de estruturas.”
Para o curador espanhol Gabriel Serrano, a principal característica de Ciria é que ele “não improvisa, tudo o que ele faz é muito racional. Há toda uma evolução se séries, que se juntam, se cruzam, evoluem e viram outro produto. Ao mesmo tempo, ele é muito emotivo. Racionaliza sua emoção, sente o sofrimento do mundo e o tenta plasmar através da sua obra”.
Exemplo disso são três quadros expostos na Galeria Marta Traba intitulados “Eu não consigo me lembrar da sua face”. Uma fotografia antiga de um retrato é borrada por tinta vermelha na altura do rosto. A mancha vai aumentando de um quadro a outro, cobrindo praticamente toda a face. Detalhe: o retratado é o pai do artista, que padeceu de Alzheimer.
