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Foi de Fernando Birri o filme que inaugurou o Festival de Cinema Latino-Americano(Festlatino) no Auditório Simón Bolívar, em 2006: “ZA, 2005 lo viejo e lo nuevo”, última criação do diretor argentino recém-falecido. Considerado pai do novo cinema latino-americano, Birri voltaria outras vezes ao Memorial da América Latina e aqui deixou raízes.
A irreverência era uma das marcas do cineasta, fundador do Instituto de Cinematografia de la Universidad Nacional del Litoral, em Santa Fé, Argentina. Em 1959, com seus alunos, produziu o documentário “Tire Dié”, considerado a “primeira pesquisa social filmada na América Latina”. O filme é rodado em um bairro da periferia de Santa Fé, onde as crianças seguiam a marcha lenta do trem e pediam uma moeda para os passageiros: Tire dié, Tire dié (diez), gritavam.
Em 1982, Birri criou o “Laboratório Ambulante de Poéticas”, experiência de escola móvel de cinema que percorreu países como a Itália, Espanha, México, Brasil, Colômbia, Nicarágua e Argentina. Em 1986, fundou em Cuba a Escola Internacional de Cinema e Televisão de San Antoñio de Los Baños. Já famosa, quando fez 20 anos a escola foi homenageada no primeiro Festlatino.
– Fomos privilegiados pelo talento de Fernando Birri, diz Irineu Ferraz, presidente do Memorial. Ele deixa seu nome gravado na história do nosso Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo.