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Como parte das atividades trazidas pela exposição “América Latina Rupestre”, em cartaz até dia 12 de outubro, na Galeria Marta Traba do Memorial, o artista plástico colombiano Santiago Plata ministra uma série de oficinas de arte, com o objetivo de difundir a técnica de frotagem, que utilizada em seus trabalhos, e desenvolver entre os participantes a consciência de preservação dos sítios arqueológicos.
As oficinas são gratuitas e no mês de outubro a programação é voltada para crianças. Para participar basta inscrever-se por email (alicequadrado@gmail.com ou angelabarbour@memorial.sp.gov.br) ou pelo telefone (11) 3823 4704.
Frotagem. O nome assusta, vem do francês frottage, mas a técnica ensinada por Plata é simples e bem latino-americana: caroço de abacate e carvão natural se transformam, nas mãos do artista, em matéria prima para reproduzir petroglifos em baixo-relevo deixados por civilizações passadas. O primeiro passo é cobrir a gravura encontrada na pedra com tecido, em seguida pressionar a semente de abacate sobre a superfície e voilá! O resultado é a impressão do desenho no tecido de maneira única e original, em tamanho real.
Na agradável tarde do dia 25 de setembro, foi a vez de alunos do Centro de Estudos de Línguas Celestina Valente Lengenfeldor, localizada na região de Francisco Morato, participarem da iniciativa. Por se tratarem de estudantes da língua espanhola, os jovens fizeram questão de praticar o novo idioma e aprender mais sobre gravura e arte rupestre conversando com o artista somente em espanhol.
Além de ensinar a técnica de frotagem, Santiago ainda levou os alunos para uma visita guiada pela galeria; lá pode relatar suas experiências, falar em particular de cada imagem e responder as dúvidas da garotada. Ele destacou que hoje há uma contradição no que entendemos como progresso: “Como vamos falar em progresso se estamos destruindo os nossos sítios arqueológicos e as essências dos elementos representativos da natureza?”.
Santiago fala com tristeza que não há incentivo para a exploração dos sítios arqueológicos; “Não há interesse econômico e infelizmente, esse é o fator predominante da sociedade contemporânea”.
Desde 2002, Santiago pedala pelo continente registrando as gravuras que encontra. Seu percurso soma mais de 32 mil quilômetros, onde foram recolhidas cerca de 90 figuras em 300 metros de tecido. No momento, o artista explora o interior do Brasil.
Por Gabriela Mainardi
Fotos: Vanessa Magalhães e Fábio Pagan
América do Sul Rupestre – Santiago Plata
Período da exposição: de 17/09 a 12/10, de terça a domingo, das 9h às 18h.
Entrada franca
Inscrições gratuitas por e-mail: alicequadrado@gmail.com ou angelabarbour@memorial.sp.gov.br ou por telefone: (0xx11) 3823 4704
Oficinas:
– Atelier de Arte Rupestre e frottage: quatro encontros nos dias 19 e 26/09 e 3 e 10/10/2008 das 14h às 17h, são 10 vagas para estudantes de arte, artistas e interessados em geral.
– Vivências em Arte Rupestre: dias 23 e 30 /09 das 10h às 12h, e dias 25/09 e 2/10 das 14h às 16h; são 30 vagas por dia para turmas de estudantes do ensino fundamental e médio. A oficina será composta por uma visita monitorada pelo artista à exposição e posterior atividade prática em frottage, gravura e estampa.
– Semana da Criança: Brincando com Arte Rupestre: dias 7, 9, 11 e 12 de outubro, das 10h às 12h, e dias 8, 11 e 12 de outubro, das 14h30 às 16h30; são 15 vagas por turma direcionadas às crianças como comemoração da Semana da Criança