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Há 226 anos nascia Simón Bolívar. A data foi comemorada no dia 24, no Memorial da América Latina, com uma oferenda floral ao busto do Libertador localizado em frente ao auditório Simón Bolívar. Em seguida, o pesquisador e compositor Diego Rafael Silva Silva realizou uma palestra. Fechando as homenagens ao grande líder latino-americano, aconteceu um recital de Leonardo Lozano, exímio “cuatro solista” (instrumento musical venezuelano).
Após voltar da Europa, Simón Bolívar liderou os insurretos venezuelanos contra as autoridades constituídas da coroa espanhola. Em seguida, comandou campanhas que resultaram na independência de vários países, como Venezuela, Colômbia, Equador e Bolívia. Seu grande projeto era unir a América Latina em uma grande entidade política que se opusesse às potências colonizadoras. Seu ideal inspira as lideranças latino-americanas até hoje.
As atividades no Memorial foram programadas pelo Consulado Geral em São Paulo da República Bolivariana da Venezuela. Elas servem para revelar aos brasileiros um lados desconhecido da Venezuela, que é sua tradição e apego à música erudita, desde o período da independência. Aliás, em 2010 começam as comemorações do Bicentenário do início do processo de independência dos países da América Latina.
Nascido em Caracas em 1954, Diego Rafael Silva Silva é um compositor e pesquisador de larga carreira na Venezuela. Sua obra inclui música de câmara, sinfônica, para coro e orquestra, para solista e orquestra, composições com tecnologia de síntese eletrônica, computação e manifestação étnicas gravadas “in situ”. Escreveu e gravou música incidental para dança, teatro, filme e documentário. Suas obras foram interpretadas nos EUA, Inglaterra, Alemanhã, Rússica, Espanha, França, Nicarágua, México, Peru, Canadá, Equador, Bolívia, Síria, Cuba e Uruguai.
Uma contribuição original dada à cultura venezuelana e à América Latina por Silva Silva foi o resgate de 27 canções patrióticas sinfônicas para coral que pertencem ao período heróico de 1810 a 1845, que coincide com a Guerra da Independência.
Realizou em seu país programas radiofônicos sobre a história da música ocidental a partir do séc. XII. Na Radio Nacional de Venezuela desenvolveu trabalhos sobre crítica e história social da música. Entre 1982 e 1989 residiu em Nicarágua, onde foi assessor do Departamento de Investigações e Fomento da Arte, órgão do Ministério da Cultura, então dirigido pelo poeta e padre Ernesto Cardenal.
Leonardo Lozano é um divulgador pelo mundo de um instrumento muito conhecido na venezuela, o “cuatro”. Em 1995 gravou nos Estados Unidos o cd “Um cuatro peregrino” e, em 2000, estreiou seu “Passacaglia” para cuatro e orquestra. Compôs as primeiras obras de câmara para cuatro e piano. Como intérprete, se apresentou nos EUA, Equador, Chile, Áustria, Itália, Alemanhja, Argentina, Inglaterra e Colômbia. Gravou em cuatro venezuelano música renascentista da Itália, França e Espanha.
Em 2005 Lozano apresentou-se à frente da Royal Academy of Music, regido pelos maestros Jaime Martínez e Alirio Días. Atualmente, é regente das cátedras de “Teorias e Épocas da Música” e “História da Música Venezuelana”, na Escola de Artes da Universidade Arturo Michelena, de Valencia, Venezuela.