/governosp
A Fundação Memorial da América Latina completa 17 anos em 18 de março de 2006 com razões abstratas e concretas para se orgulhar: até o fim do mês haverá a instalação da Cátedra Memorial da América Latina e a entrega da reforma completa de todos os prédios que constituem o seu conjunto arquitetônico, resultado de um investimento direto do governo do Estado de cerca de 1,5 milhão de reais.
A Cátedra
A Cátedra Memorial da América Latina é um projeto acadêmico que une o Memorial e as três universidades públicas paulistas – a USP, a Unicamp e a Unesp. Trata-se de programa de pesquisa, docência e outras atividades universitárias a ser desenvolvido por acadêmicos de renome nacional e internacional.
O objetivo da cátedra é promover o “desenvolvimento das várias modalidades de atividades acadêmicas, mediante convite a eminentes cientistas, brasileiros ou do exterior, integrantes de diversas áreas de conhecimento”. Além das universidades públicas, “outras instituições de ensino superior ou entidades correlatas, de reconhecida qualidade acadêmica, poderão integrá-la ou tornarem-se parceiras acadêmicas”, desde que convidadas pelos instituidores da cátedra. Estudantes de pós-graduação e de cursos de extensão universitária serão orientados pelos professores convidados.
Segundo Fernando Leça, presidente do Memorial, a criação da cátedra foi sugerida pelos próprios reitores das universidades públicas paulistas, no dia de sua posse, em 1º de março de 2005. A idéia é que ela enfrente temas da atualidade, ligados ao mundo real. “Precisamos formar uma matriz de pensamento sobre a América Latina, criar especialistas”, diz Leça. A viabilidade da integração econômica dos países amazônicos e a questão ambiental ou a interdependência energética no continente são exemplos de temas que podem se desdobrar em diferentes pesquisas e dissertações. Tais temas estarão relacionados aos processos de inovação tecnológica, de integração latino-americana no mundo globalizado; educação e cultura; processos de internacionalização das universidades; desenvolvimento sustentável, energia, comunicações, mercado e processos de trabalho, a proteção dos ecossistemas, os sistemas previdenciários, proteção social, pobreza, entre outros.
A orientação acadêmica será estabelecida em comum acordo entre a USP, Unicamp e UNESP e coordenada pelo CBEAL (Centro Brasileiro de Estudos da América Latina), deste Memorial. Caberá a uma comissão – formada pelo diretor do CBEAL e por representantes das três universidades, das Secretarias da Cultura e da Ciência e Tecnologia, além da Fapesp – definir as áreas de interesse, os instrumentos a serem usados (aulas, pesquisas, conferências, cursos de curta duração…), a elaboração de produtos editoriais; e as atividades curriculares, complementadas com visitas às empresas, organismos de governo, centros de pesquisas e congêneres.
Os recursos destinados à manutenção da Cátedra Memorial da América Latina virão não apenas das entidades instituidoras, mas de diversas fontes nacionais e estrangeiras, tais como empresas privadas, instituições de fomento à pesquisa, organismos multilaterais, outras instituições de ensino superior e doações de organismos diversos. As atividades da Cátedra terão lugar nas Universidades, no Memorial da América Latina e em empresas, comportando cursos de curta duração, seminários, orientação de pesquisa e conferências cujos resultados serão publicados sob a responsabilidade do Memorial da América Latina. Tais recursos possibilitarão a constituição do Fundo Cátedra Memorial da América Latina, que garantirá a continuidade deste projeto, sendo ainda aplicados nas atividades regulares da Cátedra, tais como viagens, hospedagem e bolsas para os participantes selecionados no Brasil e no exterior.