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Com o tema “Re-existência e Tradução”, encontro é promovido em parceria com a FFLCH-USP e acontece entre 1º e 3 de dezembro, em formato on-line
O Memorial da América Latina recebe, entre os dias 1 e 3 de dezembro, a 3ª edição do TREMA – Mulheres, tradução e mercado editorial, promovido em parceria com a FFLCH-USP (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo) e por meio da Rede de Cooperação UNITWIN para Integração da América Latina (Cátedra Unesco Memorial).
Com o tema “Re-existência e Tradução”, a proposta do evento é articular o debate sobre as possíveis formas de (re)existir a partir de diferentes experiências tradutórias e editoriais. Para isso, o evento reunirá convidadas de diversos contextos geopolíticos.
A programação conta com mesas de debate e entrevistas. O painel de abertura acontece dia 1º, às 19h, com o tema “Nas fronteiras da tradução”, conduzido pelas professoras Gabriela Veronelli (Duke University/Binghamton University) e Liliam Ramos (UFRGS).
No dia 2 de dezembro, acontece a mesa “Conversa entre tradutoras”, da qual participam, às 10h, Dirce Waltrick do Amarante e Flora Thomson-DeVeaux, comentando traduções de James Joyce para o português e de Machado de Assis para o inglês; a mesa “Brasil em Tradução”, às 14h, conta com a presença de Paula Anacaona (Anacaona Editions) e Lizandra Magon (Editora Jandaíra) para discutir a circulação de obras nacionais plurais e obras brasileiras no exterior, principalmente no mercado francês; às 15h30, Sonia Fernandes (Université de Montréal/Cirque du Soleil) trata de sua pesquisa sobre a censura a peças de teatro traduzidas durante a ditadura militar no Brasil; encerrando o segundo dia da programação, às 16h30, Amelinha Teles (União de Mulheres) fala sobre as relações entre escrita, militância política e ditadura.
Abrindo o dia 3, as filósofas feministas Silvia Federici e Vandana Shiva participam da mesa “Genealogias feministas: Maria Mies em tradução”, às 10h; uma entrevista inicia o trabalho da tarde: às 15h, a participação é da pesquisadora e curadora de literatura indígena Julie Dorrico. Compõem a última mesa do TREMA 2021, “Maternidades em tradução”, às 16h30, as tradutoras Francesca Cricelli e tate nascimento e a editora Carolina Fenati.
O evento contará com interpretação simultânea em inglês, espanhol, português e Libras, e será transmitido no Youtube do Memorial da América Latina.
Para participar, é necessário fazer inscrição pelo link: https://forms.gle/nqcjh21eaAqQZx2r5. A atividade é gratuita.
Confira a programação:
1º de dezembro
19h às 21h – Painel de abertura: Nas fronteiras da tradução
Gabriela Veronelli (Duke University/Binghamton University)
Liliam Ramos (UFRGS)
Mediação: Luciana Carvalho Fonseca
2 de dezembro
10h às 12h – Conversa entre tradutoras
Dirce Waltrick do Amarante
Flora Thomson-DeVeaux
Mediação: Sheyla Miranda
14h às 15h30 – Brasil em tradução
Paula Anacaona (Anacaona Editions)
Lizandra Magon (Jandaíra)
Mediação: Jamille Pinheiro Dias
15h30 às 16h30- Teatro, Tradutores e Ditadura
Sonia Fernandes (Université de Montréal/Cirque du Soleil)
Mediação: Álvaro Faleiros
16h30 às 17h30 – Escrita, Militância e Ditadura
Amelinha Teles (União de Mulheres do Município de São Paulo – UMSP)
Mediação: Maria Teresa Mhereb
3 de dezembro
10h às 12h – Genealogias feministas: Maria Mies em tradução
Silvia Federici (Hofstra University)
Vandana Shiva (Navdanya)
Mediação: Luciana Carvalho Fonseca
15h às 16h30 – Literatura indígena e tradução
Julie Dorrico
Mediação: Jamille Pinheiro Dias
16h30 às 17h45 – Maternidades em tradução
tate nascimento
Francesca Cricelli
Carolina Fenati (Edições Chão da Feira)
Mediação: nina rizzi
17h45 – Encerramento
Sobre os participantes:
Álvaro Faleiros
É doutor em Letras (Língua e Literatura Francesa) pela Universidade de São Paulo (2003). É professor livre-docente de Literatura Francesa da USP, poeta e tradutor. Seus mais recentes livros de poemas são “Caracol de nós” e “À flor do mal”, com ilustrações de Fernando Vilela, ambos publicados em 2018 pelo Selo Demônio Negro. É bolsista produtividade do CNPq.
Amelinha Teles
Feminista e militante de direitos humanos. Foi presa política durante a ditadura militar no Brasil. É fundadora e presidente-honorária da União de Mulheres de São Paulo, coordenadora do Projeto Promotoras Legais Populares e integrante do Conselho Consultivo do Centro Dandara. Foi assessora da Comissão da Verdade do Estado de São Paulo. É autora de diversos livros, entre os quais “Breve história do feminismo no Brasil e outros ensaios” (Alameda, 1993), “O que é Violência contra a Mulher?” (Brasiliense, 2002), “O que são direitos humanos das mulheres” (Brasiliense, 2006), “Da guerrilha à imprensa feminista: a construção do feminismo pós-luta armada no Brasil” (Intermeios, 2013) e “Feminismos, ações e história de mulheres” (no prelo).
Carolina Fenati
É uma das editoras responsáveis pelas “Edições Chão da Feira”. Formada em História pela Universidade Federal de Minas Gerais, é mestre e doutora em literatura portuguesa contemporânea pela Universidade Nova de Lisboa. Recentemente organizou duas breves coleções de textos sobre maternidade e isolamento social, publicadas na Coleção Caderno de Leituras e disponíveis gratuitamente no site da editora – www.chaodafeira.com.
Dirce Waltrick do Amarantes
É ensaísta, tradutora, escritora, professora do curso de Artes Cênicas e do Programa de Pós-Graduação em Estudos da Tradução na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). É uma das principais pesquisadoras de James Joyce no Brasil, com diversos ensaios e traduções do autor em sua bibliografia. Em 2019, ganhou o Prêmio Boris Schnaiderman, na categoria prosa, por sua tradução do livro “Finnegans Wake” (“Por um fio”) (São Paulo: Iluminuras, 2017).
Flora Thomson-DeVeaux
É escritora, tradutora, brasilianista e diretora de pesquisa na Rádio Novelo. Tradutora de “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, para o inglês (“The Posthumous Memoirs of Brás Cubas”. Penguin, 2020).
Francesca Cricelli
É poeta e tradutora. Doutora em Literaturas Estrangeiras e Tradução pela USP. Publicou os livros de poemas “Repátria” (Demônio Negro, 2015; Carta Canta, 2017), “16 poemas + 1” (edição de autora, 2017; Sagara Forlag, 2018), “As curvas negras da terra” (Nosotros, 2019) e “Errância” (Macondo, 2019). Traduziu para o português obras de Elena Ferrante, Igiaba Scego, Jhumpa Lahiri, Claudia Durastanti entre outras/os. Atualmente mora em Reykjavík, Islândia, onde estuda língua e literatura islandesa.
Gabriela Veronelli
Professora e pesquisadora de filosofia latino-americana e teoria descolonial, tradutora argentina e jornalista na Duke University e Binghamton University. Em sua pesquisa, explora a relação entre linguagem, poder e colonialidade. Seu trabalho sobre a colonialidade da linguagem foi publicado em diversos periódicos, como Universitas Humanisticas, Polifonía, Hypatia, entre outros. Veronelli é atualmente pesquisadora visitante no Centro de Estudos Globais e Humanidades da Duke University, onde trabalha em uma série de projetos relacionados à vida e ao legado da filósofa feminista decolonial María Lugones.
Jamille Pinheiro Dias
Pesquisadora associada da Universidade de Manchester, onde trabalha no projeto Cultures of Antiracism in Latin America, financiado pelo Conselho de Pesquisa em Artes e Humanidades do Reino Unido. Foi pesquisadora visitante na Stanford University e pós-graduanda na Universidade de São Paulo, onde fez doutorado em Letras Modernas e pós-doutorado em Estudos da Tradução. Além de seu envolvimento com a pesquisa e o ensino, já traduziu livros e ensaios de Marilyn Strathern, Alfred Gell, Eduardo Viveiros de Castro, Sara Ahmed e Luiz Inácio Lula da Silva, entre outros.
Julie Dorrico
É pesquisadora e curadora de literatura indígena, descendente do povo Macuxi. Doutora em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). É autora de “Eu sou Macuxi e outras histórias” (Caos e Letras, 2019). É co-organizadora, junto a Beatriz Azevedo, do livro “Poesia indígena hoje” (Editora da Unicamp, 2020).
Liliam Ramos
É professora adjunta de Literaturas de Língua Espanhola, Literatura Afro-latino-americana e Tradução Espanhol-Português na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde também é professora permanente do Programa de Pós-Graduação em Letras. Seu trabalho se concentra em temas ligados ao pós-colonialismo, identidades e sociedade, (inter)textos literários e tradução de Literaturas Estrangeiras Modernas. O título de sua fala é: “O futuro já foi: projetos decoloniais de tradução (ou o que aprendi traduzindo Yuderkis Espinosa Miñoso)”.
Lizandra Magon
Jornalista, editora e tradutora, sócia-diretora da Editora Jandaíra, aberta em 2014 para publicar livros voltados à discussão de questões de interesse da mulher. A partir de 2019, incorporou a Coleção Feminismos Plurais, coordenada por Djamila Ribeiro, que trouxe o antirracismo com força para o catálogo, ampliando cada vez mais o debate sobre inclusão.
Luciana Carvalho Fonseca
Tradutora, intérprete e professora da Universidade de São Paulo. Atua na graduação e na pós-graduação em Letras e Tradução. Seus temas de pesquisa são tradução na intersecção entre poder e militância e ativismo, tradução feminista, tradução coletiva e historiografia da tradução. Foi pesquisadora sênior da Cátedra Unesco/Unitwin e Rede de Cooperação para Integração da América Latina na Fundação Memorial da América Latina (2020). Coordena o Grupo de Estudos, Pesquisa e Ação em Feminismos, Gênero e Tradução e o projeto Mulheres Tradutoras do Século XIX.
Maria Teresa Mhereb
Graduada em Ciências Sociais pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e em Letras pela Universidade de São Paulo (USP), onde é atualmente doutoranda em Estudos da Tradução. Sua pesquisa, centrada na divisão sexual do trabalho de tradução, conjuga a Sociologia, os Estudos da Tradução e os Estudos de Gênero. Na USP, é cocoordenadora do Grupo de Estudos, Pesquisa e Ação em Feminismos, Gênero e Tradução. Como tradutora, dedica-se especialmente a textos ligados à política, sociologia e meio ambiente.
Marina Leivas Waquil
Doutora e mestra em Estudos da Tradução pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Trabalha com tradução, edição e revisão de textos em português e espanhol. Atualmente, faz pós-doutorado no programa Letras Estrangeiras e Tradução (LETRA), da Universidade de São Paulo (USP), onde atua com a interface entre tradução, estudos de gênero e linguística de corpus. Também é cocoordenadora do Grupo de Estudos, Pesquisa e Ação em Feminismos, Gênero e Tradução da USP.
nina rizzi
Poeta, tradutora, pesquisadora e professora. Mestra em literatura comparada pela Universidade Federal do Ceará. Traduziu obras de Alejandra Pizarnik, Susana Thénon, Clorinda Matto de Turner, Bell Hooks, Toni Cade Bambara, Alice Walker, Ijeoma Oluo, Abi Daré, entre outros. É autora de “Tambores pra n’zinga”, “A duração do deserto”, “Geografia dos ossos”, “Quando vieres ver um banzo cor de fogo” e “Sereia no copo d’água”. Coeditora da revista “Escamandro – poesia tradução crítica”; vive em Fortaleza, onde faz laboratórios de escrita criativa com mulheres e integra as coletivas Pretarau – Sarau Das Pretas e Sarau da B1.
Paula Anacaona
É escritora, tradutora e editora. Fundou, em 2009, a Editora Anacaona, voltada para a publicação de obras brasileiras. Já traduziu mais de 40 livros do português para o francês, de autores como Rachel de Queiroz, Marcelino Freire e Conceição Evaristo. Em 2018, publicou seu primeiro romance, “Tatou”. Também é autora de obras juvenis sobre Jorge Amado e Maria Bonita.
Sheyla Miranda
Doutoranda do Departamento de Teoria Literária e Literatura Comparada da Universidade de São Paulo, é mestre em Teoria Literária e Literatura Comparada pela Universidade de Barcelona. Professora do Programa Formativo em Tradução Literária da Casa Guilherme de Almeida, é também jornalista, pesquisadora audiovisual, preparadora de textos e tradutora.
Silvia Federici
É filósofa, professora e feminista italiana radicada nos Estados Unidos. Nos anos 1970, participou das campanhas que reivindicavam salário para o trabalho doméstico. É autora de diversos livros, entre eles: “Calibã e a bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva” (Elefante, 2017), “O ponto zero da revolução: trabalho doméstico, reprodução e lutas feministas” (Elefante, 2019), “Mulheres e caça às bruxas: da Idade Média aos dias atuais” (Boitempo, 2019). É professora emérita da Universidade Hofstra em Nova York.
Sônia Fernandes
É professora da Universidade de Brasília (UnB). É mestre e doutora em Tradução pela Universidade de Montreal (Canadá). Seus principais temas de pesquisa são história da tradução na América Latina, tradução e censura, tradução e política e línguas minoritárias. É co-tradutora do livro “Traduzir o Brasil literário: história e crítica” (Tubarão/Copiart, 2014), de Marie Hélène Torres.
tate nascimento
Brasiliense e autora de diversos livros, como “Esboço”, “Lundu”, “Mil994”, “07 notas sobre o apocalipse”, “Oriki de amor selvagem”, “Cuírlombismo literário”, “Um sopro de vida no meio da morte”, “Leve sua culpa branca pra terapia”, “Racismo visual/sadismo racial”, “Privilégio branco: uma questão feminista (?)”, e o mais recente, “Palavra Preta”.
Vandana Shiva
Acadêmica, militante ambiental, defensora da soberania alimentar e autora sobre temas anti-globalização. É diretora da Fundação de Pesquisas em Ciência, Tecnologia e Ecologia, sediada em Nova Déli, e uma das diretoras do Fórum Internacional Sobre Globalização. É também fundadora da Navdanya, organização não governamental que promove a biodiversidade de sementes, as plantações orgânicas e os direitos de agricultores. É autora de mais de 20 livros, entre os quais “A violência da Revolução Verde” (Mahatma, 2015) e “Ecofeminismo” (Luas, 2021), esta última escrita em parceria com a socióloga alemã Maria Mies e traduzido recentemente para o português do Brasil.
Comissão organizadora:
Luciana Carvalho Fonseca (USP)
Álvaro Faleiros (USP)
Marina Waquil (USP)
Jamille Pinheiro Dias (University of Manchester)
Maria Teresa Mhereb (USP)
Sheyla Miranda (USP)
Serviço:
III TREMA – Mulheres, tradução e mercado editorial
De 1 a 3 de dezembro
Inscrições: https://forms.gle/nqcjh21eaAqQZx2r5
Plataforma: Canal do YouTube do Memorial da América Latina (https://www.youtube.com/c/MemorialdaAmericaLatinasp)
Mais informações: tremausp@gmail.com / catedra@memorial.org.br