Com o tema “América Latina e Tradução”, encontro é promovido em parceria com a FFLCH-USP e acontece entre 14 e 16 de dezembro, em formato on-line
O Memorial da América Latina recebe, entre os dias 14 e 16 de dezembro, a 2ª edição do TREMA – Mulheres, tradução e mercado editorial, promovido em parceria com a FFLCH-USP (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo), dentro da programação das atividades da Cátedra UNESCO Memorial para a Integração da América Latina.
Com o tema “América Latina e Tradução”, a proposta do evento é promover o debate e a reflexão entre tradutoras, editoras, escritoras e outras profissionais do mercado editorial, considerando a redução da disparidade de gênero nos diversos ofícios ligados à prática da produção de livros na América Latina.
A programação conta com mesas de debate e entrevistas. O painel de abertura acontece dia 14, às 19h, com o tema “Tradução e decolonialidade”, conduzido pelas professoras Claudia de Lima Costa (UFSC) e Maria Laura Spoturno (Universidad Nacional de La Plata). As demais mesas são: “Línguas e Territórios”, com Anari Braz Bonfim, Bruna Franchetto e Sandra Benites, da UFRJ e “Editoras e Independência”, com Cecilia Arbolave (Lote 42), Fernanda Bastos (Figura de Linguagem) e María Galindo (Mujeres Creando), ambas no dia 15. Já no dia 16, “Traduzindo Mulheres”, com a poeta, tradutora e editora Nina Rizzi, e a mesa “Conversa entre Tradutoras: 100 Anos de Clarice Lispector”, com Paloma Vidal (Unifesp) e Teresa Arijón. O encerramento fica por conta de Flávia Rios (UFF), com o tema “Lélia Gonzalez e o Feminismo Afro-latino-americano”.
Para participar, é necessário fazer inscrição pelo link: https://forms.gle/o9iu7aTasH6SM1Bu8. A atividade é gratuita.
Confira a programação:
Dia 14 de dezembro
19h às 20h30
Painel de abertura: Tradução e decolonialidade
Com Claudia de Lima Costa (UFSC) e Maria Laura Spoturno (Universidad Nacional de La Plata). Moderação: Luciana Carvalho Fonseca (USP/Memorial)
Dia 15 de dezembro
16h às 18h
Mesa: Línguas e Territórios
Com Sandra Benites (UFRJ), Anari Braz Bomfim (UFRJ) e Bruna Franchetto (UFRJ). Moderação: Jamille Pinheiro Dias (Universidade de Manchester)
18h10 às 20h30
Mesa: Editoras e Independência
Com Cecilia Arbolave (Lote 42, São Paulo), María Galindo (Mujeres Creando, La Paz) e Fernanda Bastos (Figura de Linguagem, Porto Alegre). Moderação: Marina Waquil (USP)
Dia 16 de dezembro
16h às 17h10
Entrevista: Traduzindo Mulheres
Com Nina Rizzi, poeta, editora e tradutora. Moderação: Sheyla Miranda (USP)
17h20 às 19h
Mesa: Conversa entre tradutoras: 100 anos de Clarice Lispector
Com Paloma Vidal (Unifesp) e Teresa Arijón. Moderação: Marília Librandi
19h30 às 20h30
Entrevista:“Lélia Gonzalez e o Feminismo Afro-latino-americano
Com Flávia Rios (UFF). Moderação: Silvana de Souza Nascimento (USP)
Sobre as participantes:
Anari Braz Bomfim
É doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e mestre em Estudos Étnicos e Africanos pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Do povo Pataxó, possui graduação em Letras Vernáculas com Língua Estrangeira – Licenciatura também pela UFBA. Atua principalmente com as temáticas da retomada ou revitalização da língua Pataxó, educação escolar indígena e política linguística.
Bruna Franchetto
É linguista e possui extensa experiência voltada à tradução e estudo de línguas ameríndias, com mais de trinta anos de trabalho entre o povo Kuikuro, do Xingu. É professora do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional – Universidade Federal do Rio de Janeiro, além de pesquisadora do CNPq. Coordenou o Projeto de documentação de línguas indígenas (PRODOCLIN), importante iniciativa do Museu do Índio-Funai em parceria com a UNESCO para a salvaguarda das línguas que se encontram em risco de não ter mais falantes vivos.
Cecilia Arbolave
Jornalista argentina formada na Universidad Austral (Buenos Aires) e pós-graduada pela Academia Brasileira de Jornalismo Literário (São Paulo). É editora na Lote 42, tradutora, uma das fundadoras da Banca Tatuí, espaço de publicações independentes, e organiza a feira Miolo(s), na Biblioteca Mário de Andrade.
Claudia de Lima Costa
É professora titular de Teoria Literária na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Co-organizadora do livro Translocalities/Translocalidades: Feminist Politics of Translation in the Latin/a Américas (Duke University Press, 2014) e da antologia Traduções da cultura: perspectivas críticas feministas – 1970-2010 (Editora Mulheres; Editora UFSC; Edufal, 2017). Trabalha com temas ligados às teorias feministas, à crítica literária feminista e aos Estudos Culturais.
Fernanda Bastos
É diretora da Figura de Linguagem, uma editora fundada em 2018, na cidade de Porto Alegre. O corpo diretivo é totalmente formado por indivíduos negros, contando, também, com Luiz Mauricio Azevedo como editor e Naia Silva como assistente administrativa. Publica textos de ficção e não ficção a partir de uma política de cotas: a cada cinco autores negros publicados, um(a) autor(a) não negro(a) é publicado(a). A Figura de Linguagem baseia-se em uma combativa política editorial e, em seu catálogo, destacam-se obras nacionais e também traduções, como o discurso “E eu não sou uma mulher?”, de Sojourner Truth.
Flávia Rios
Professora adjunta da Universidade Federal Fluminense (UFF). Realizou doutorado na Universidade de São Paulo (USP, 2014), na qual obteve também os títulos de bacharelado (2005), licenciatura em Ciências Sociais (2006) e mestre em Sociologia (2009). Tem experiência na área de Sociologia Política e da Cultura, com ênfase nos estudos sobre ação coletiva, teorias interseccionais, relações raciais e de gênero, educação e políticas de ações afirmativas no ensino superior. É organizadora, com Márcia Lima, de Por um feminismo afro-latino-americano (Zahar, 2020), volume que reúne panorama amplo da obra da pensadora Lélia Gonzalez.
Jamille Pinheiro Dias
Pesquisadora associada da Universidade de Manchester. Concluiu doutorado e mestrado em Estudos Linguísticos e Literários em Inglês pelo Departamento de Letras Modernas da Universidade de São Paulo, onde realizou também pós-doutorado no programa TRADUSP. Desenvolveu estágio no Programa de Doutorado-sanduíche no Exterior, da CAPES, na Universidade de Stanford. Atua como tradutora de humanidades e ciências sociais, tendo colaborado com editoras como Cosac Naify, 34, Ubu, Boitempo e n-1, dedicando-se a traduções e co-traduções de obras de Marilyn Strathern, Gayle Rubin, Elsa Dorlin, Françoise Vergès, Sara Ahmed e Pussy Riot, dentre outras.
Luciana Carvalho Fonseca
Professora Doutora no Departamento de Letras Modernas da Universidade de São Paulo, onde leciona Língua Inglesa e Tradução, na graduação em Letras e na pós-graduação em Letras Estrangeiras e Tradução e Estudos Linguísticos e Literários em Inglês. Recentemente co-editou o vol. 13 #2 2020 da Mutatis Mutandis Revista Latinoamericana de Traducción sobre Mulheres e Tradução na América Latina e no Caribe. É atualmente pesquisadora sênior da Cátedra e Rede de Cooperação UNITWIN/UNESCO para Integração da América Latina no Centro Brasileiro de Estudos da América Latina (CBEAL) na Fundação Memorial da América Latina.
María Galindo
É membro da Mujeres Creando, um coletivo feminista anarquista boliviano fundado em 1992, na cidade de La Paz, em resposta ao movimento neoliberal e ao sistema patriarcal. Desde então, atua em diversas frentes de resistência e luta com debates, protestos públicos e com manifestações artísticas, audiovisuais e, também, editoriais, publicando, de forma independente, livros sobre liberdade sexual, assistência familiar, maternidade e soberania sobre o corpo, entre outros temas.
María Laura Spoturno
É professora de Tradução Literária e Literatura Estadunidense na Universidad Nacional de La Plata e pesquisadora junto ao CONICET, na Argentina. Seus temas de pesquisa incluem o estudo da subjetividade nas chamadas literaturas de minorias; a (auto)(re)tradução; tradução, gêneros e feminismos; (auto)tradução e exílio. É Autora do livro Escrituras de minorías, heterogeneidad y traducción (FaHCE/UNLP, 2018).
Maria Teresa Mhereb
Graduada em Ciências Sociais pela Unesp e em Letras pela USP, onde é atualmente mestranda em Estudos da Tradução. Sua pesquisa, centrada na divisão sexual do trabalho de tradução, conjuga a Sociologia, os Estudos da Tradução e os Estudos de Gênero. Como tradutora, dedica-se especialmente a temas ligados à política, sociologia e meio ambiente.
Marília Librandi
Professora de Literatura Brasileira e leitora na Universidade de Princeton, onde atualmente é diretora substituta do programa de língua portuguesa e atua como colaboradora do Brazil LAB. É autora de “Writing by Ear: Clarice Lispector and the Aural Novel” (University of Toronto Press, 2018) – cuja tradução será publicada no Brasil ainda em 2020 como “Escrever de ouvido: Clarice Lispector e os romances da escuta”, pela Relicário Edições -, e coordenadora do podcast Clarice 100 Ears. Ela orienta estudantes no programa de pós-graduação Diversitas, na Universidade de São Paulo.
Marina Leivas Waquil
Doutora e mestra em Estudos da Tradução pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), trabalha com tradução, edição e revisão de textos em português e espanhol. Atualmente, desenvolve pós-doutorado no programa Letras Estrangeiras e Tradução (LETRA), da Universidade de São Paulo (USP), onde trabalha com a interface entre tradução, estudos de gênero e linguística de corpus.
Nina Rizzi
É historiadora, editora, poeta e tradutora. Formada em História pela UNESP, desenvolveu diversas pesquisas junto ao Movimento dos Sem Terra (MST) nas áreas de História, Cultura e Educação. Atua também como editora da revista Ellenismos e alimenta o seu blog pessoal, que permite acesso às suas obras. Tem escritos autorais e traduções publicadas em revistas, jornais e antologias. Entre seus livros de poesia publicados estão tambores pra n’zinga (2012), caderno-goiabada (2013) e sereia no copo d’água (2017).
Paloma Vidal
É escritora, tradutora e professora de Teoria Literária da Universidade Federal de São Paulo. Publicou os ensaios A história em seus restos: literatura e exílio no Cone Sul (Annablume, 2004) e Escrever de fora: viagem e experiência na narrativa argentina contemporânea (Lumme Editor, 2011) e as ficções A duas mãos (7Letras, 2003, contos), Mais ao sul (Língua Geral, 2008, contos, publicados em espanhol pela editora Eterna Cadencia) e Algum lugar (7Letras, 2009, romance). Traduziu, entre outros autores, Clarice Lispector, Margo Glantz e Pierre Péjou.
Sandra Benites
Sandra Benites é doutoranda e mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional – Universidade Federal do Rio de Janeiro, além de curadora adjunta de arte brasileira no MASP. Indígena Guarani Nhandewa, é formada em Licenciatura Intercultural Indígena, fez também curadoria da exposição “Dja Guata Porã: o Rio Indígena” para o Museu de Arte do Rio. Em sua pesquisa atual, dedica-se a investigar como os Guarani pensam o corpo feminino.
Sheyla Miranda
Doutoranda do Departamento de Teoria Literária e Literatura Comparada da Universidade de São Paulo, no qual pesquisa as correlações entre criação poética e tradução literária, é mestre pela Universidade de Barcelona. Jornalista, pesquisadora audiovisual, preparadora de textos e tradutora, colabora com editoras como Todavia, Ubu, Sesi-SP, dentre outras.
Silvana de Souza Nascimento
Professora do Departamento de Antropologia da Universidade de São Paulo (USP), coordenadora do Coletivo Cóccix – Estudos do Corpo-Cidade e co-coordenadora do Laboratório do Núcleo de Antropologia Urbana (LabNAU) da USP.
Teresa Arijón
Poeta, tradutora, editora e cronista de viagem. Publicou oito livros de poesia, mais de cinquenta traduções, um ensaio eclético sobre tragédia antiga e alguns livros inclassificáveis. Entre seus projetos de edição destacam-se Puentes/Pontes (FCE, 2003; primeira antología bilingüe de poesia argentina e brasileira contemporânea, editada com Heloisa Buarque de Hollanda e Jorge Monteleone) e Otra línea de fuego (2009; reunindo quinze poetas brasileiras ultracontemporêneas, também editada com Heloísa B. de Hollanda e publicada em Málaga, Espanha). Junto à poeta Bárbara Belloc, traduziu autoras e autores brasileiros, entre as/os quais Clarice Lispector, Hilda Hilst, Ana C., Waly Salomão. Em 2014, recebeu o Prêmio Konex por sua trajetória como tradutora. Desde 2013 codirige – com Bárbara Belloc, Renato Rezende e Cristóbal Zapata – a coleção Nomadismos, sobre o pensamento de artistas e escritores latino-americanos, com sede editorial em Buenos Aires, Rio de Janeiro e Cuenca (Equador).
Comissão Organizadora
Luciana Carvalho Fonseca (USP/Memorial da América Latina)
Luciana Latarini Ginezi (Memorial da América Latina)
Marina Waquil (USP)
Jamille Pinheiro Dias (Universidade de Manchester)
Sheyla Miranda (USP)
Maria Teresa Mhereb (USP)
Serviço:
II TREMA – Mulheres, tradução e mercado editorial
De 14 a 16 de dezembro
Inscrições: https://forms.gle/o9iu7aTasH6SM1Bu8
Plataforma Canal do YouTube do Memorial da América Latina
Mais informações: tremausp@gmail.com / catedra@memorial.org.br
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