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Evento de lançamento da edição comemorativa contará com debate virtual entre autoras da publicação, no dia 1º de julho, às 15h
O Memorial da América Latina, por meio do Centro Brasileiro de Estudos da América Latina (CBEAL) lança no dia 1º de julho, às 15h, a edição 59 da revista Nossa América, concebida e produzida para discutir o bicentenário da independência do Brasil.
O evento, transmitido pelo Youtube, contará com debate entre Maria Cecília Conte Carboni, do Centro Universitário das Américas (FAM), autora de artigo sobre a participação feminina nas lutas de independência no Brasil e Lília Maria Silva Macêdo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UERJ), autora do texto sobre Manuelita Sáenz.
Com um novo projeto gráfico, inspirado nas primeiras edições da revista, esta publicação traz reportagens, entrevistas e artigos que debatem as especificidades da independência brasileira dentro do contexto latino-americano, a relação do 7 de setembro com o movimento histórico vivenciado em todo o continente e também como o presente discute com o passado o país que se originou e foi construído deste processo.
O leitor deste especial da revista Nossa América poderá ver a reportagem sobre a reinauguração do Museu do Ipiranga, ao qual a equipe da revista teve acesso ao canteiro de obras. A instituição dobrou de tamanho e está modernizada.
No campo do contexto latino-americano, Nossa América traz artigos sobre José Martí, que continuou os sonhos de Simón Bolívar; a revolução do Haiti, que influenciou as lutas pela libertação dos escravizados e sobre Manuelita Sáenz, que teve papel muito importante na formação dos estados nacionais. Há um artigo interessante comparando as pinturas que são símbolos da independência, como o quadro do Pedro Américo, do Brasil, com outras que refletem a gênese das nacionalidades de Uruguai, Venezuela, México e Argentina.
Na seção sobre o país que se formou, a revista traz artigos que tratam das estratégias de sobrevivência das populações escravizadas e dos povos originários em abordagens na literatura, na música, na moda, no protagonismo de mulheres, negros e indígenas. Estes, os indígenas, foram convidados a produzir relatos e fotos que foram publicados nesta edição. Ao final, a revista faz homenagem ao poeta amazonense Thiago de Mello, que cantou sobre a Amazônia e sobre a América Latina, escrita pelo atual presidente do Conselho Curador da Fundação Memorial da América Latina, Almino Afonso.
Sobre as palestrantes
Maria Cecília Conte Carboni
Jornalista, documentarista e professora do Centro Universitário das Américas (FAM). Doutora em Comunicação e Semiótica (PUC-SP) e autora do livro Quem sabia já morreu (Editora Origem/SP).
Autora do texto “O visível, o apagado e o político dos corpos femininos”, que traz os perfis de Joana Angélica, Maria Felipa e Maria Quitéria, lutadoras durante a Independência do Brasil.
Lília Maria Silva Macêdo
Formada em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com mestrado e doutorado em Sociologia pelo Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
Autora do texto “Por trás da mistificação, uma heroína da independência latino-americana” sobre Manuelita Sáenz, estigmatizada como a amante do Libertador da América, Simón Bolívar. Manuela Sáenz encarnou a trajetória de luta em que o ideal de libertação da pátria cruzava com o ideal de libertação das mulheres
A partir de 1º de julho, a publicação estará disponível na íntegra no site desta instituição.
Sobre a Revista Nossa América
Em março de 1989 nascia a Fundação Memorial da América Latina. E com ela, a Nossa América, uma das revistas culturais mais antigas do Brasil, de circulação ininterrupta.
A publicação é distribuída para bibliotecas públicas, instituições de cultura e consulados. Além disso, está disponível para consulta gratuita na Biblioteca Latino-Americana do Memorial. A versão digital pode ser lida no site da instituição, no canal de publicações (https://memorial.org.br/publicacoes/).
Nossa América teve um início grandiloquente, como o próprio Memorial. Seu Conselho Editorial era presidido por Alfredo Bosi e dele faziam parte Antonio Callado, Augusto Roa Bastos, Darcy Ribeiro, Ernesto Sabato, Eduardo Galeano, Milton Santos, Leopoldo Zea, José Miguel Wisnik, entre outros importantes intelectuais latino-americanos. No rol de colaboradores, fizeram parte Antonio Candido, Eric Nepomuceno, Gabriel García Márquez, Lygia Fagundes Telles, Ferreira Gullar, Celso Furtado, João Ubaldo Ribeiro, Juan Carlos Onetti, Cacá Diegues, entre outros.