/governosp
Toda uma vida cantando nos mais diferentes lugares. Ao subir no palco do Memorial na quinta, 19 de maio, um filme deverá passar na cabeça da cantora carioca Lana Bittencourt. Ela estará comemorando nada menos que 56 anos de carreira ininterrupta de sucesso, no Brasil e no exterior. O show, que faz parte do Projeto Adoniran, será na Sala dos Espelhos, do Audiório Simón Bolívar, com entrada franca.
Acompanhada pelo músico e maestro Mirabeaux (piano e guitarra), a versátil cantora que se projetou nos anos 50 e 60 ao interpretar canções em vários idiomas, apresenta o espetáculo Sempre Lana, que relembra composições que ficaram para sempre na sua história musical. Lana Bittencourt ainda conserva a bela voz que a consagrou como uma das maiores representantes da Era do Rádio.
No programa do show estão sucessos internacionais como “Little Darling” (Maurice Williams), “Malagueña” (Ernesto Lecuona), “With All My Heart” (Peter De Angelis e Bob Marcucci), “Ne Me Quitte Pas” (Jacques Brel), “Singin’in The Rain” (Arthur Freed e Nacio H. Brown) e “New York, New York” (John Kander e Fred Ebb).
Canções brasileiríssimas temperam a noite musical: “Se Alguém Telefonar” (Alcir P. Vermelho e Jair Amorim), “De Conversa em Conversa” (Haroldo Barbosa e Lúcio Alves), “Ouça” (Maysa), “Na Baixa do Sapateiro” (Ary Barroso), “Bilhete” (Ivan Lins), “O Milagre da Volta” (Fernando César e Armando Cavalcanti), “Só Louco” (Dorival Caymmi), “Sangrando” (Gonzaguinha), “Se Todos Fossem Iguais a Você” (T. Jobim e V. Moraes) e “Emoções” (Roberto & Erasmo). E a homenagem ao mestre Adoniran Barbosa fica por conta da imortal “Saudosa Maloca”.
Nascida no Rio de Janeiro, Lana Bittencourt abandonou curso superior de Filosofia para ser cantora. Estreou na Rádio Tupi do Rio e transferiu-se para a Mayrink Veiga. Em 1954, gravou seu primeiro disco (78 rpm), pela Todamérica. Pelo selo Columbia foram lançados, no início dos anos 60, os LPs Musicalscope, Exaltação ao Samba e Sambas do Rio. Logo depois veio O sucesso é Lana Bittencourt (CBS) e Lana no 1800 (Philips). Ela inundou as paradas de sucesso nos anos 50 e 60 com um timbre muito pessoal, um “vozeirão” que integrou a escola de Araci Côrtes, Dalva de Oliveira e Ângela Maria. No repertório, versões de rocks, calypsos, canções de várias nacionalidades, além de muitos sambas e bossa nova. Acabou gravando em vários idiomas e também fez muitas versões, ganhando o apelido de A Internacional.
Seu primeiro LP de dez polegadas (1956), trazia versões de Johnny Guitar (tema do filme homônimo) e Malagueña e Andalucia, do cubano Ernesto Lecuona. O primeiro grande sucesso de Lana foi um calypso, Little Darlin (Maurice Williams), em 1957, cantado em inglês. Ela gravou também, em inglês, With All My Heart (Marcucci e De Angelis), sucesso de Doris Day no filme Ardida como Pimenta, Alone (Selma e Morton Craft) e o gospel Chariot (Stolle e Del Roma), sucesso antes da gravação de Petula Clark.
Mas o êxito de Lana não se restringiu às canções estrangeiras. Um de seus grandes sucessos foi o samba-canção Se Alguém Telefonar (Alcyr P. Vermelho e Jair Amorim), de 1957, e fez história com os discos de samba, a exemplo de Sambas do Rio (sambalanços e bossas de Tom Jobim e Luís Antonio) e Exaltação ao Samba. Outro importante registro foi toda a Sinfonia do Rio de Janeiro, de Tom e Billy Blanco, ao lado de Haroldo de Almeida no LP Retrato do Rio.
Projeto Adoniran
Show: Lana Bittencourt
Músicos: Lana Bittencourt (voz) e Mirabeaux (guitarra e piano).
Dia 19 de maio – quinta-feira – às 21 horas
Memorial da América Latina – Sala dos Espelhos
Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664 – Barra Funda/SP – Tel: (11) 3823-4600
Ingressos: Grátis (entrada liberada a partir de 20h) – Duração: 1 hora – Censura: Livre
Capacidade: 100 lugares. Acesso universal. Ar condicionado. Não faz reservas.
Estacionamento (Portão 15) s/ manobrista: R$ 10,00. Entrada/pedestres: Portão 13.
Realização: Fundação Memorial da América Latina