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Durante o ano passado, o principal projeto da Jazz Sinfônica foi a série Jazz +, que trouxe ao palco do Auditório Simón Bolívar nomes importantes da música nacional e internacional, em seus mais diversos estilos: do jazz de Jane Monheit e John Pizzarelli, ao samba de Paulinho da Viola. Um dos concertos mais inventivos e animados do projeto foi o que trouxe o ritmo fervente de Spok, que contagiou o público com seu frevo.
A parceria voltou neste começo de 2007, ano especial em que se comemora os cem anos deste ritmo musical. Spok e a Jazz Sinfônica começaram a esquentar as prévias do carnaval paulistano junto com o Pholia no Memorial, que também homenageou o frevo.
Das ruas distantes e dos becos escondidos da Recife do fim do século XIX e início do século XX, ecoaram os primeiros acordes do que viria a ser o frevo incandescente de nossos dias. Cem anos de transformações e amálgama de ritmos marcam a trajetória desse gênero musical que saiu do âmbito pernambucano para ganhar o país.
Spok, codinome do músico pernambucano Inaldo Cavalcante de Albuquerque, da Banda Sinfônica do Recife, é mestre e divulgador genuíno dessa expressão cultural, com trabalho desenvolvido principalmente através da Spok Frevo Orquestra, criada por ele e pelo saxofonista Gilberto Pontes em 1997.
Saxofonista desde os 12 anos, Spok divide a autoria dos arranjos do programa com seus não menos dedicados conterrâneos Mestre Duda e Nilson Lopes. O brilho do espetáculo, sempre assegurado pela competência da orquestra Jazz Sinfônica e a regência do maestro e diretor artístico João Maurício Galindo, tem reforço de Luciana Alves e Almir Ávlis nos vocais, Adelson Silva na bateria e Flaira Ferro, a passista. Cyro Pereira abre regiamente o concerto com “Ventania Frevo”, de sua autoria.
Derivado da mistura de gêneros como a modinha – originalmente brasileira (século XVII), cultivada na Europa e trazida de volta ao Brasil no século XIX –, da quadrilha de origem francesa, do maxixe – gênero brasileiro autônomo, também chamado “tango brasileiro” – da polca, vinda dos salões europeus, o frevo é o representante máximo do sincretismo musical de nosso país. Sincopado e brejeiro, seu nome vem diretamente da ‘boca do povo’ que se referia ao ritmo contagiante como “frevura”, desde quando as bandas marciais começaram a invadir as ruas recifenses no século XIX com dobrados, marchas e polcas.
O tempo encarregou-se de transformar não só o ritmo como também a dança: os capoeiristas deram lugar aos passistas e os pedaços de pau, usados para abrir caminho na multidão e proteger os músicos das bandas, são hoje as leves sombrinhas coloridas.
Ficha Técnica:
1º Violinos – Luiz Amato (spalla), Graziela Rodrigues, Adriano Mello, Carlos Mascareno, Dorin Tudoras, Fabian Figueiredo, Flávio Meyer, John Spindler, Lúcia Ramos, Liliana Chiriac, Uwe Kleber, Maurício Takeda
2º Violinos – Nadilson Gama, Flávio Geraldini, Adam Totan, Alex Ximenes, Andréa Salinas, Cíntia Zanco, Ebenézer Florêncio, Evelyn de Almeida Carmo, Ana Arakawa, Liu Man Ying, Marcos Cunha, Ricardo Bem Haja
Violas – Alejandro de Leon, Akira Terazaki, Alexandre de Leon, Bel Rebello, Newton Carneiro, Renato Kutner, Geraldo Olivieri Jr., Tânia Kier
Violoncelos – Sérgio Schreiber Freitas, Vana Bock, Denise Ferrari, Marisa Silveira, Patrícia Ribeiro, Teresa Catto, Joel de Souza, Vitor Visoná
Contrabaixos – Gê Cortes, Ivan Decloedt, Marinho Andreotti, Ruy Deutsch
Flautas – Cássia Carrascoza, Daniel Allain, Marta Ozzetti
Fagote – Fábio Cury, Ronaldo Pacheco
Oboé – Roberto Araújo, Marcos Mincov
Clarinetes – Tiago Naguel, Eduardo Napolitano, Marta Maria Vidigal
Trompas – Michael Alpert,Vagner Rebouças, Ary da Silveira Júnior, Thiago Ariel
Trompetes – Nahor Gomes, Júnior Galante, Hélio Ramiro, Séttimo Paioletti.
Trombone – Valtinho Cruz, Sidnei Borgani, Arlindo Bonadio, Iran Fortuna
Tuba – Marco Antônio Delfino
Saxofones – Maurício de Souza, Carlos Alberto Alcântara, Gerson Galante, Paula Valente, Ubaldo Versolato
Piano – Marcelo Ghelfi
Guitarra – Fernando Corrêa
Baixo Elétrico – Gabriel Bahlis
Bateria – Antônio de Almeida “Toniquinho”
Percussão – Vinícius Barros
Tímpanos – Gláucia Vidal, Nelton Essi
Diretor Artístico – João Maurício Galindo
Compositor Residente – Cyro Pereira
Regente Assistente – Fábio Prado
Coordenação Geral – Yara Ferrauto
Produção e Comunicação – Alidê Belluzzo
Produção Técnica – Maria Célia Sacramento
Assistente de Comunicação – Glória Santos
Inspetor Musical – Adriano Faria
Arquivo Musical – Daniele Rigon e Fabiana Rodrigues
Montadores – Edson Ornaghi “Tim” e Osmar Rozzetti
Técnico de Som – Umberto de Freitas
Assessoria Administrativa – Ana Maria Bellino
Assessoria de Imprensa – Mona Dorf e Flávia Versolato
Participações Especiais
Vocais – Luciana Alves e Almir Ávlis
Bateria – Adelson Silva
Passista – Flaira Ferro