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O filme de 1974 "Iracema, Uma Transa Amazônica", de Orlando Senna e Jorge Bodansky, encerra o 6º Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo, na Sala Simón Bolívar, do Memorial da América Latina, às 20 horas. Na sala América Latina, no mesmo horário, será exibido o argentino "Tão de Repente", de Diego Lerman (segunda foto abaixo, em p&b), que faz parte da seção "Soy Loca Por Tí, America". Diretor, roteirista, ex-presidente da Ancine e ex-diretor da Escola de Cinema de San Antonio de Los Baños, em Cuba (cujo patrono é justamente Gabriel García Márquez), Orlando Senna é um dos homenageados da edição deste ano, ao lado do escritor Gabriel Garcia Márquez. Senna, aliás, proferiu a alentada Aula Magna deste Festlatino, no sábado, 16, no Anexo dos Congressistas do Memorial.
Outro destaque do penúltimo dia do Festlatino foi a mesa em homenagem a Gabo, com o tema "Gabriel García Márquez e o Cinema Latino-Americano", que teve a participação de Eric Nepomuceno e Ruy Guerra. Era prevista a presença de Miguel Littin, mas ele cancelou de última hora devido a um problema grave de saúde de sua mãe, no Chile. A mediação foi do crítico José Carlos Avellar. Os três prestavam uma bela homenagem ao escritor e roteirista colombiano contando episódios pitorescos e reafirmando a ligação de Gabo com a arte cinematográfica.
Pouco antes da projeção de "Iracema, Uma Transa Amazônica" haverá a solenidade de encerramento, quando serão divulgados os filmes ganhadores da "mãozinha do Memorial", o troféu que é uma réplica em miniatura da escultura de Oscar Niemeyer "Mão" que se encontra no centro da Praça Cívica do conjunto arquitetônico do Memorial. O júri da competição de escolas de cinema é formado pela produtora Geórgia Costa Araújo e pelos diretores Kiko Goifman e Tata Amaral.
Como nos anos anteriores, um filme é escolhido pelo público e outro por uma comissão de críticos, formado pelos seguintes jurados:
Alessandro Giannini: Formado em jornalismo pela PUC-SP, trabalhou como repórter e crítico de cinema no Jornal da Tarde, Veja SP, IstoÉ Gente Online, IstoÉ Gente, Playboy e SET. Atuou como tradutor de inglês, francês e italiano no núcleo de captação internacional do jornal O Estado de S. Paulo. Atualmente, edita a estação de entretenimento do UOL.
Celso Sabadin: Jornalista pela Cásper Líbero e publicitário pela ESPM, iniciou sua carreira como crítico cinematográfico em 1979. É curador do BRA FFTv – Brazilian Film Festival of Toronto – e autor dos livros Vocês Ainda Não Ouviram Nada – A Barulhenta História do Cinema Mudo, Éramos Apenas Paulistas, biografia do cineasta Francisco Ramalho Jr., e O Cinema Como Ofício, biografia do cineasta Jeremias Moreira.
Rafael Ciccarini: Professor e crítico de cinema, é graduado em história, mestre em artes visuais/ cinema e doutorando em artes, pela UFMG. Professor de história do cinema brasileiro no curso de pós-graduação do IEC/PUC Minas, professor do curso superior de cinema da UNA e de história do cinema e crítica cinematográfica da Escola Livre de Cinema (MG). É também editor da Revista Eletrônica Filmes Polvo e coautor do livro Antologia Revista de Cinema.
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Acompanhe texto do presidente do Memorial, Fernando Leça, criador do Festlatino em 2006, ao lado do cineasta João Batista de Andrade, então Secretário de Cultura do Estado de São Paulo (foto abaixo, na abertura do Festlatino):
A busca pela excelência
“O cinema não tem fronteiras nem limites. É um fluxo constante de sonho.”
(Orson Welles)
Quando, em 2006, a Fundação Memorial lançou o Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo, sabíamos que a iniciativa, como toda novidade no universo cultural, seria avaliada com rigor no decorrer de suas edições seguintes.
Falávamos de sonhos, não metaforicamente, mas com o desejo e a determinação de transformá-los em realidade para proporcionar mais uma opção de diálogo na estrada da integração dos povos latino-americanos a que o Governo do Estado de São Paulo se propôs quando criou o Memorial.
O tempo passou. O cenário cultural do país ampliou-se naturalmente e agregou variada gama de eventos em todos os setores da produção artística, que não se restringiram ao eixo Rio-São Paulo.
Tínhamos um desafio a vencer: manter de pé o sonho de reunir, em uma só grande tela, todos os recortes da cinematografia latino-americana, até então mais conhecida por elogiadas produções individuais de tempos em tempos.
O Festival surgiu com a proposta de entender, de fato, o que era o cinema latino-americano. Era preciso uma arena continental para discutir sua singularidade estética, seus diferenciais e tendências temáticas, descobrir sua riqueza de criatividade, pulverizada em produções aqui e acolá. Em resumo: atualizar e divulgar, em um só contexto, a história recente do cinema que se fazia isoladamente nos países da América Latina.
A consolidação do Festival foi, desde sempre, o alvo mais visível de uma conjuntura de esforços que, a partir desta edição, ganha parceiros de peso, com o patrocínio da Petrobras e do Banco do Brasil – aos quais, em nome do Memorial, damos as boas-vindas.
Que essa parceria seja duradoura, pois é uma demonstração do grau de credibilidade que o evento granjeou em pouco tempo e que nos dá a convicção de que o caminho a seguir, daqui em diante, é o da evolução, da busca pela excelência.
Para alcançar essa meta contamos com o apoio imprescindível do Governo do Estado de São Paulo e da Secretaria da Cultura, parceiros de primeira hora que avalizaram o projeto. Também homenageamos e agradecemos o apoio da comunidade diplomática dos países representados no Festival.
Nossos cumprimentos mais calorosos aos participantes – cinéfilos, diretores, atores – e à competência da Associação do Audiovisual – responsável pela organização dessa grande festa do cinema da América Latina.
Fernando Leça
Presidente da Fundação Memorial da América Latina
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Confira como foi o 5° Festival Latino-Americano de São Paulo