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Balada de um palhaço, As Troianas Vozes da Guerra e Gris Mate são os destaques deste sábado do III Festival Ibero-Americano de Teatro de S. Paulo, com entrada franca. Aproveitem.
A Maratona Cultural Gratuita do III Festival Ibero – Americano de Teatro de São Paulo, criado pela Fundação Memorial da América Latina, prossegue neste sábado (13/03) com a Oficina de Dramaturgia ministrada por Chico de Assis às 12h30, como parte das Atividades Paralelas programadas pelo Festibero. Em seguida, às 16h00, a Mesa de Debates, coordenada por Analy Alvarez, discute o tema da Viabilidade das produções alternativas” . Participam da mesa o professor de teatro Alexandre Mate, o produtor cultural Efren Colombani e o ator e diretor Atílio Bari. A mediação está a cargo da diretora Elvira Gentil. E o convidado internacional é o diretor teatral de Portugal José Leitão.
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A história do Circo de Teatro Tubinho e as sinopses de seus espetáculos
Plínio Marcos
Para lembrar os 10 anos sem Plínio Marcos haverá, às 17h00, uma sessão de autógrafos do livro Bendito Maldito – Uma Biografia de Plínio Marcos, de Oswaldo Mendes. A homenagem a Plínio Marcos continua na Mostra Principal, às 18h00, com a encenação de Balada de um palhaço, da Cia Artes & Fatos, de Goiânia. A montagem é dirigida por Danilo Alencar e tem no elenco Bruno Peixoto (Menelão) e Edson de Oliveira (Bobo Plin).
Escrito em 1986 por Plínio Marcos no leito do hospital em que se recuperava de enfarte, o texto desenvolvido pelos personagens Menelão e Bobo Plin (alter ego do dramaturgo) traz à tona os conflitos que impulsionam as relações humanas. Quando estreou, em 2006, a peça conquistou o Prêmio Mirian Muniz de Teatro da Funarte.
Tragédia Grega/Alemã
Às 19h00, na Sala 2 do Auditório Simon Bolívar, é a vez do espetáculo brasileiro As Troianas Vozes da Guerra, que venceu o Prêmio Shell de Melhor Espetáculo. O texto inspirado na tragédia de Eurípides transporta a história das sobreviventes da Guerra de Tróia para um tempo futuro, em que resgata o sofrimento e o holocausto das mulheres judias na segunda guerra mundial. No cenário do campo de concentração não há diálogos em português. Os homens falam em alemão e as mulheres se expressam cantando. A música, pontuada de natural melancolia, é essencial na narrativa e para a compreensão do enredo. Dessa trilha de canções, destacam-se a conhecidíssima irlandesa Danny Boy, a grega O Haralambis, a japonesa Furu Sato e alemã Wenn Ich Ein Vöglein Wär.
A direção de Zé Henrique de Paula traz no elenco Inês Aranha (Hécuba), Norma Gabriel(Helena), Kelly Klein(Cassandra), João Pedro de Almeida Teixeira(Astiânax), Menelau – Alexandre Meirelles(Gabriel(Helena), Kelly Klein(Cassandra), João Pedro de Almeida Teixeira(Astiânax), entre outros.
Flexa para o céu
Para encerrar a noite, às 21h00, na Sala 1 do Auditório Simon Bolívar, é a vez da Espanha mostrar sua dramaturgia. A companhia espanhola de teatro KatuBeltz apresentará o espetaculo Gris Mate. O texto retrata a vida de três homens que foram excluídos da sociedade e que vivem no limite do desespero, da sanidade e da loucura. Um estudante fracassado que aponta para o céu um arco com o propósito de matar Deus. Outro personagem é um engraxate sem memória que lê o passado nas rugas dos sapatos. E um cabeleireiro desempregado que cansado de várias tentativas de se recolocar no mercado de trabalho se resignou a ser o cabeleireiro do vento. É uma obra divertida, absurda até o delírio e poética, que provoca sorrisos quando nos identificamos com as situações da peça. A direção de Charo Amador traz no elenco Iñaki Rikarte (estudante); Alberto Huici (engraxate) e Alberto Castrillo-Ferrer( cabeleireiro).
Domingo
Jornada de integração cultural por meio das artes cênicas, o III Festival Ibero – Americano de Teatro de São Paulo encerra suas atividades neste domingo, 14 de março. Organizado pelo Memorial da América Latina, o Festibero visar mapear a produção teatral contemporânea e traçar certos paralelos entre a produção dos países da América Latina, de Portugal e da Espanha. A idéia é fazer uma ponte cultural que possibilite a troca de experiências entre artistas e companhias para discutir a evolução do fazer teatral dentro da realidade desses países, não esquecendo a realidade cultural de cada um, suas origens e a ligação do teatro com suas comunidades, descobrindo semelhanças e dificuldades comuns ou específicas de cada grupo.
As atividades do Festibero de domingo começam às 18h com o circo-teatro Tubinho Baita Macho (Ah, se o Anacleto soubesse).Inspirado em comédia de Paulo Orlando, o espetáculo é uma divertida confusão aos moldes tradicionais do circo-teatro de antigamente, que continua vivo pela arte da trupe do Circo de Teatro Tubinho. Anacleto, homem submisso e dominado pela mulher, resolver cair na farra. A coisa começa a ir mal quando a sua amante resolve visitá-lo na sua casa oficial…
A Mostra Principal apresenta às 19h00, na platéia B do Auditório Simon Bolívar, o espetáculo brasileiro O Homem das Cavernas, com o ator premiado Norival Rizzo. O texto do americano Rob Becker estreou em 1991 nos EUA, em San Francisco, e desde então não saiu de cartaz, pois se espalhou pelo mundo: ganhou versões em 16 idiomas e em 35 países, conquistou prêmios e foi vista por mais de 8 milhões. Também é o espetáculo solo que ficou mais tempo na Broadway.
A fórmula de sucesso da peça é o binômio sinergia/competência de diretor e ator. No Brasil, o premiado ator Norival Rizzo é dirigido por Alexandre Reinecke – quarta parceria da dupla. A temática do texto são as históricas divergências e os eternos mal-entendidos entre os sexos. O Homem das Cavernas conta tudo isso com pitadas de humor e grifa as diferenças entre universos tão próximos e tão distantes.
Formado pela Escola de Arte Dramática da USP (EAD), em 1977, Norival atuou em diversos espetáculos teatrais, filmes e novelas. Em seus mais de 30 anos de trabalho no teatro, atuou em 25 peças e teve importantes indicações como Melhor Ator: Besame Mucho (de 1982 a 1984) – APCA e Mambembe; Corte Fatal (1994/95) – APCA e APETESP; Órfãos de Jânio (2001) – Prêmio Shell. Em 2005 o espetáculo Oração Para um Pé-de-Chinelo lhe rendeu o Prêmio Shell de Melhor Ator. Seus trabalhos mais recentes foram Sua Excelência, o Candidato e A Cabra ou Quem é Sylvia?).
A terceira peça do dia é a portuguesa Lost in Space, baseada na obra Alto Mar, do polonês Slawomir Mrozek, conhecido por usar ao limite a paródia trágica e a sátira amarga. A adaptação da companhia Kind of Black Box retrata o momento mais trágico de três astronautas portugueses à deriva no espaço, sem provisões e sem comunicação com a Terra. A narrativa conduz para uma só questão: qual o final dessa epopéia? A direção de: Yuri Kurkotchensky traz no elenco João Craveiro, Paulo Duarte Ribeiro e Tobias Monteiro.
Serviço:
Memorial da América Latina/Auditório Simón Bolívar
Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664, Barra Funda (ao lado do metrô Barra Funda).
Tel. (11) 3823-4600 | Acesso Portão 12 | Estacionamento Portão 15
Entrada Franca