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"Palhaços, Clown e Caras Pintadas – Quem é quem" é o tema da mesa-redonda programada para a tarde de hoje, quarta-feira, 31 de maio de 2006. O debate se dará na "barriga de lona" montada no Memorial, das 17h30 às 19h30. Dele participam o Palhaço Picolino II (Roger Avanzi, filho do Palhaço Picolino I), o Palhaço Charles (representante do assim chamado "palhaço de grupo"), Mário Bolognesi (autor do livro "Palhaços"), Alice Viveiros de Castro (autora do livro "Desafio à Bobagem") e o Palhaço Xuxu (representante do circo tradicional).
Hoje é o sétimo dia de espetáculos circenses ininterruptos na lona do Memorial. A lona montada pela Cooperativa Paulista de Circo está transbordando de entusiasmo e alegria. Em vários horários, todos os dias, adultos e crianças se desmancham de tanta diversão.
Um dos pontos altos da maratona foi a aula-espetáculo da noite de terça, 30 de maio. Verônica Tamaoki e Roger Avanzi fizeram um duo como os dos velhos tempos, aqueles em que o "clown" e o "tony" arrancam gargalhadas do público ao provocarem-se mutuamente, recirando antigas gags circenses que primam pela ingenuidade e eficácia.
Em uma espécie de gincana, Tamaoki desafiou o público a explicar certos detalhes da montagem do circo de antigamente. Quem respondesse corretamente ganharia um exemplar do livro "Circo Nerino", escrito por ela e Roger Avanzi. Dover Tangará, ex-trapezista de uma das famílias mais tradicionais do circo brasileiro, acertou a resposta e levou o prêmio
Arte milenar
O Panorama Paulista de Circo faz um grande “painel” com o melhor do universo circense em São Paulo. Reúne em uma lona montada na esplanada do Memorial, ao lado da passarela, de 25/05 até 04/06, as diversas linguagens e segmentos dos circos e grupos paulistas. Gratuitamente, ao alcance de todos, a Fundação Memorial da América Latina e a Cooperativa Paulista de Circo oferecem um universo rico, divertido, exuberante, com artistas tradicionais, contemporâneos e profissionais do circo-teatro reconstruindo a arte milenar do circo.
Tudo começou na 5ª feira do dia 25/05, às 20h30, com o Parlapatões Patifes e Paspalhões que, em quinze anos de atividades, conta com 22 produções de teatro cômico, de raiz genuinamente popular. A comédia "Nada de Novo", há 15 anos em cartaz, se mantém hoje como um dos grandes sucessos da Companhia. Com o despojamento característico das atuações de rua do grupo, os quadros brincam co e recriam números circenses tradicionais.
Na sexta-feira, dia 26/05, às 20h30, tivemos a comédia "A menina Virou", um clássico do Circo-Teatro Chico Biruta, que durante mais de 30 anos se apresentou com o Circo Bandeirante. Atualmente, apenas três companhias paulistas se apresentam com a linguagem do Circo-Teatro (ou Circo Mambembe). Panorama Paulista de Circo fez, portanto, um importante resgate de uma criação tradicional e genuinamente brasileira.
Durante os dias da semana, direcionados aos pequeninos, grupos se apresentam às 10h e às 14h, para as escolas de São Paulo, além do espetáculo das 20h30.
Entre as atrações do Panorama, destacam-se:
Circo Zanni
Seu espetáculo magnetiza e rejuvenesce o público. Prêmios como o Funarte Petrobrás de Fomento ao Teatro, Funarte de Estímulo ao Circo e Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo são bons indicadores da qualidade desse circo contemporâneo, que mescla linguagens variadas. O grupo vem tirando o fôlego do público com as acrobacias aéreas dos trapezistas. Atrações clássicas como a Monga (a mulher-gorila), e números como o arame e a corda indiana são orquestrados pela Banda de Dar Dó, composta por músicos que se revezam também no picadeiro.
Circo Poeira
O espetáculo intimista mescla a linguagem de circo com bonecos e teatro, contando de maneira poética e divertida a história dos primórdios do circo até sua chegada ao Brasil. Números como o Equilíbrio em Pratos da Manchúria, os Elefantes de Cachemira, o divertido malabarista e o pirofagista capoeirista deram ao Circo Poeira o prêmio “categoria infantil” durante o Festival Nacional de Teatro de Americana.
Cia Anjos Voadores
Apresenta o espetáculo infantil "A Fábula de Brilho". Nessa história de resgate do circo tradicional, guerreiros recitam textos de "Os Lusíadas", de Camões, enquanto mostram seu virtuosismo, por vezes ingênuo e outras vezes lúdico. Malabaristas, dançarinas, pernas de pau gigantes e palhaços oferecem a adultos e crianças as cores, a magia, beleza e o riso do circo. Roger Avanzi, aos 82 anos, co-autor do livro Circo Nerino, é destaque na companhia como o palhaço Picolino II. Seu pai, Nerino Avanzi, o primeiro Picolino, fundou o circo Nerino no Brasil.
O Grand Saltim
O espetáculo que conta as aventuras e desventuras de um palhaço saltimbanco redescobrindo o verdadeiro sentido de sua realização: o riso. Produção da Troupe Saltim, O Grand Slatim é estruturado a partir da linguagem do Circo-Teatro, com elementos do Lírico e Cômico e com intervenções da platéia, que interage com o saltimbanco em suas inúmeras tentativas ao realizar gags (pequenas esquetes).
Ozônio
“O circo com todo gás”, é um espetáculo tradicional com uma linguagem contemporânea, que dilui o teatro dentro do circo. Conta a história do reino de Ozônio, onde todos viviam em perfeita harmonia até que os seres aracnídeos roubaram o instrumento do equilíbrio, que precisa ser restaurado. Habilidades circenses fazem o teatro rolar pelos trilhos do circo, com as modalidades malabares, contato, mímica, trapézio, acrobacia e muito mais…
Circo Escola Picadeiro
Há 21 anos formando grandes artistas e grupos de circo e criando espetáculos em São Paulo, o Picadeiro já realizou apresentações em Nova Iorque, Monte Carlo e Arábia Saudita, sempre inovando na linguagem circense. O grupo Picadeiro Aéreo, especializado no desenvolvimento de projetos e eventos com shows, oficinas culturais, performances e intervenções, vai oferecer um show com malabares, perna de pau, pirofagia, elástico, tecido, corda indiana, equipamentos para rapel, cama elástica, lona de circo e muito mais.
Palhaços em Variedades
Comédia feita a céu aberto pelo Galpão do Clã, em homenagem aos pequenos circos Pano de Roda (ou Circo Tomara Que Não Chova) do nordeste brasileiro. Um show de variedades “palhacísticas” é comandado por uma “mestra de cerimônias”, sempre interrompida por alguma “casualidade” na hora de apresentar os números. O Pano de Roda, Circo-Teatro sobre rodas, é um grande espetáculo com uma estrutura originária das barracas de festas populares do início do século passado, onde se apresentavam diversas modalidades artísticas. O espetáculo recebeu incentivo do prêmio Funarte de Estímulo ao Circo para resgatar parte desse imaginário da cultura brasileira.
Cia. Vagalum Tum Tum
O espetáculo "Queluzminha" conta uma história por meio de esquetes com técnicas "palhacescas" e de manipulação de objetos, que resultam em flores que brotam da lapela, vaga-lumes que cortam a cena, canecas e narizes luminosos, casacos voadores etc. De gag em gag, o palhaço Zorinho, à procura de um local pra se instalar com sua caixa de engraxate, vai interagindo com a palhaça que mora em uma lata de lixo na praça onde ele pretende ficar. A disputa pelo espaço dá lugar ao lirismo (com um "banquete" de luzes sob a luz da lua), quando o casal percebe que está apaixonado e que a união poderá garantir a mútua sobrevivência.
Circo Nosotros
O espetáculo "Gran Circo Guaraná com Rolha" é resultado de uma pesquisa sobre os circos antigos do Brasil e da Europa. Traz para a cena circense personagens, figurinos, músicas do começo do século passado, números circenses e aparelhos “extintos” já há muitas décadas, ensaiados e apresentados como eram antigamente. Apresentados pela rádio “Gran Circo Guaraná com Rolha”, um casal de atores interpreta todos os personagens da família Milan, se revezando no picadeiro. Os destemidos componentes da Família Milan apresentam truques e peripécias, acrobacias e números de equilíbrio, como o da bicicleta que voa em pleno picadeiro, em frente aos olhos do público.
Circo The Fenix
O grupo apresenta em seu espetáculo números de equilibristas, malabaristas, acrobatas, contorcionistas e palhaços, combinando as linguagens tradicional (nos números de Picadeiro) e contemporânea (nas roupas, jogos de cena etc). O destaque vai para o número do equilibrista Chang, considerado o melhor equilibrista do Brasil e um dos melhores da América Latina. Por quatro anos consecutivos, ele recebeu o troféu Picadeiro e arte circense de melhor equilibrista brasileiro.
Sarau do Charles
É um evento que já faz parte do roteiro cultural da grande São Paulo. Acontece mensalmente no Galpão Raso da Catarina (localizado na Vila Madalena), espaço que vem divertindo o público e formando novos palhaços pela cidade. O Sarau é coordenado pelo palhaço Charles e vem alcançando sucesso de público há 10 anos. Reúne ou leva a diversos lugares poetas, mímicos, bailarinos, contadores de histórias, atores e circenses, profissionais e amadores que desejam espaço para mostrar seu trabalho.
Entidade conta com o apoio do Memorial
A Cooperativa Paulista de Circo é uma iniciativa do próprio setor circense para fortalecer o trabalho do artista que, ao longo das décadas, vem resistindo, criando e recriando a arte milenar do circo.
A Cooperativa surgiu para pensar, organizar e abrir caminhos para a construção de políticas públicas de Estado para o circo. Com o diferencial de colocar seu foco no artista, gera trabalho e renda por meio de um diálogo com o poder público e a iniciativa privada, tornando-se interlocutora natural da classe.
Além disso, agrega o trabalho de artistas tradicionais e contemporâneos, une todos os segmentos e linguagens possíveis no picadeiro, e dá sustentação para o desenvolvimento do setor que, por sua natureza itinerante, não tem histórico de organização política formal.
A importância de uma entidade como a Cooperativa Paulista de Circo revela-se em suas conquistas: com apenas cinco meses de vida (nasceu em 05/01/2006), já tem 244 associados e 52 grupos. Também é fruto de seu trabalho a elaboração do primeiro edital para o circo junto à Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo.
Serviço:
Panorama Paulista de Circo
Uma iniciativa da Cooperativa Paulista de Circo, com apoio cultural da Secretaria Estadual de Cultura e adesão do Memorial da América Latina.
Horário dos espetátulos
25/05, 5a feira, às 20h30: Parlapatões, Patifes e Paspalhões
26/05 – 6a feira, às 20h30: Chico Biruta
27/05 – sábado, às 15h30: Cia. Vagalum Tumtum
às 20h30: Netty Palácios
28/05 – domingo, às 11h: Cia. Anjos Voadores
às 15h: Galpão do Clã
às 19h: Criança Feliz
29/05 – 2a. feira, às 10h: Troupe Saltim
às 14h: Equipe Alegria
às 20h30: The Fenix
30/05 – 3a feira, às 10h: Circo-teatro Shivas
às 14h: Cia. Estripulias Imagináveis
às 20h30: Roger Avanzi, como o Palhaço Picolino
31/05 – 4a feira, às 10h: Nosotros
às 14h: Circo Zé Brasil
às 20h30: Circo do Xuxu
01/06 – 5a feira, às 10h: Acrobáticos
às 14h: Cia. Os Itinerantes
às 20h30: Circo Zanni
02/06 – 6a feira, às 10h: Magia e Alegria
às 14h: Monocirco
às 20h30: Ozônio
03/06 – sábado, às 15h30: Paraladosanjos
às 20h30: Sarau do Charles
04/06 – domingo, às 11h: Circo Poeira
às 15h: Abacirco
às 19h: Picadeiro Aéreo
Sites
Fonte: Memorial