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O novo presidente da Fundação Memorial da América Latina, Antonio Carlos Pannunzio, já despacha em seu gabinete desde quarta-feira, 24 de agosto, empossado na véspera pelo governador Geraldo Alckmin (foto ao lado) em substituição a Fernando Leça, que ocupava o cargo desde 2005.
Formado pela Faculdade de Engenharia Industrial (FEI) e professor universitário, Pannunzio é de tradicional família de Sorocaba, onde foi prefeito de 1989 a 1992, tendo passado por vários cargos públicos. Deputado Federal por quatro mandatos, também foi presidente da Executiva Estadual do PSDB na gestão 2004/2005. É casado com a professora Maria Inês Moron Pannunzio, com quem tem quatro filhos e um neto.
Integração Solidária – A posse do novo presidente do Memorial da América Latina, no Palácio dos Bandeirantes, foi prestigiada por secretários, pelo prefeito Vitor Lippi, de Sorocaba, correligionários, amigos e representantes da área cultural. O governador Geraldo Alckmin deu as boas-vindas a Pannunzio e lembrou, em rápidas palavras, que “o Memorial funciona como espaço de informação dos países latino-americanos”.
Também, em breve discurso, Pannunzio agradeceu a confiança pela escolha de seu nome, alinhavou as premissas e orientações que norteiam a missão da Fundação Memorial da América Latina e enfatizou seu firme propósito de “fazer desse espaço um lugar de buscas, de encontros e de construção conjunta da identidade latino-americana”. A seguir, a íntegra:
“A exemplo do Governador, umas rápidas palavras para externar os sentimentos que me tocam, bem como o firme propósito de bem conduzir, sob a orientação dos senhores membros do conselho e sempre em colaboração com a Secretaria da Cultura e inspiração do Exmo. Senhor Governador Geraldo Alckmin, as ações deste Memorial da América Latina.
Os trabalhos aqui desenvolvidos se unem segundo a concepção do autor do projeto cultural da Instituição, o memorável Darcy Ribeiro, tendo como base, como palco mesmo, o fantástico projeto de Niemeyer, obra esta levada a efeito pela ousadia do então governador Quércia. Estas foram as premissas que permitiram o funcionamento e deram vida ao Memorial, mas, com emoção invoco a lembrança daquele que entre nós, elegeu a causa da integração Latino-Americana, como a bandeira que acabaria lhe servindo de mortalha no último ato de sua exemplar vida pública, refiro-me ao companheiro, ao líder, ao professor de todos nós, Governador André Franco Montoro.
Tive o privilégio de ser seu liderado e, por sua sugestão, aconselhamento mesmo, iniciar-me nas lides da política externa, como membro da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados que cheguei a presidir e também de inscrever-me como membro do Parlatino que, àquele tempo tinha sua sede aqui no Memorial. Fui ainda nos últimos quatro anos membro da Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul.
Ao aprofundar-me nos temas da CREDEN e dos Parlamentos respectivamente, tomei gosto e, cada vez mais, busquei conhecer e estudar os temas de política de Estado.
É importante destacar o protagonismo a que foi levado o nosso país, durante os mandatos de Fernando Henrique Cardoso, e aqui dou uma ênfase especial à contribuição exemplar do Prof. Celso Lafer, por duas vezes Ministro das Relações Exteriores, além de embaixador junto à ONU e à OMC.
Ao analisar a lei, bem como os decretos governamentais que deram existência legal e vida ao Memorial, fica explícita a finalidade de divulgar e intercambiar a cultura entre os países latino-americanos e a sua integração às atividades intelectuais em curso no Estado de são Paulo e ainda dos estatutos da Fundação, em seu inciso I, art. 3º., estreitar as relações culturais, políticas, econômicas e sociais dentre o Estado de São Paulo e os povos latino-americanos.
Mais do que nunca, a realidade presente deve impulsionar na busca dessa integração solidária, haja vista a constatação da crescente perda de relevância da América Latina como receptora dos fundos públicos ou privados, das agências internacionais de cooperação, em função do conceito de Renda Média, inobstante o fato de morarem aqui, cerca de 41% da população pobre do mundo, vivendo com menos de US$ 2,00 diários, sendo esse um dos temas apresentados por Jorge Balbis e Rubén Fernandez, na edição deste mês do encarte especial do Le Monde Diplomatique.
O Memorial, pelo trabalho incansável de todos os que me antecederam e respectivas equipes, sempre sob a orientação do Conselho Curador, vem firmando-se como pólo irradiador da produção artística e cultural latino-americana e esse trabalho passou a ser potenciado a partir de 2006, com a instalação da Cátedra Unesco Memorial da América Latina, numa parceria entre as três universidades paulistas, as secretarias de Cultura e de Desenvolvimento Econômico e ainda a FAPESP e empresas privadas.
Nesses últimos anos, São Paulo consagrou-se como uma das maiores metrópoles cosmopolitas de todo o mundo. São centenas de milhares de imigrantes de todos os países que a elegeram como a sua Cidade ou seu Estado, com especial ênfase para os sul-americanos: bolivianos, paraguaios, argentinos, chilenos e outros. É nosso propósito, sempre ouvido o Conselho Curador e, repito, sob inspiração do governador Geraldo Alckmin, fazer desse espaço um lugar de buscas, de encontros e de construção conjunta da identidade latino-americana”..