Por Daniel Pereira
Imagens: Daniela Agostini
A abertura da exposição em homenagem ao centenário do ex-governador André Franco Montoro, no Memorial da América Latina, foi marcada pelo clima de reencontro dos familiares com velhos amigos, políticos e ex-pupilos que em algum momento participaram da longeva trajetória do personagem da festa.
Um dos mais descontraídos era o governador Geraldo Alckmin, que ao lado de Eugenio Montoro, do cineasta João Batista de Andrade e do secretário da Cultura, Marcelo Araújo, discursou bem ao seu estilo mineiro, dosando emoção com algumas de suas pérolas de memória. Ali, no auditório da Biblioteca Latino-Americana, o governador tinha o público pontual para abrir seu baú de estórias em torno de Montoro. Tirou de lá pelo menos umas cinco.
A última delas foi a que mais lhe falou ao sentimento, quando voltou ao começo da sua vida política, em Pindamonhangaba. Era prefeito, bem avaliado, e Montoro esteve na região. O pai mostrou-lhe uma foto do governador e disse ao filho: siga os exemplos dele. “Montoro foi meu primeiro professor na política”, arrematou Alckmin, que permaneceu por mais de duas horas na biblioteca e fez questão de apreciar detidamente cada um dos objetos ali expostos – fotografias, filmes e documentos que registram os momentos relevantes da vida política de Montoro.
Além do governador, as homenagens ao político e democrata cristão – que fundou a Juventude Católica, o PDC, o MDB, o PMDB e o PSDB, deputado estadual, deputado federal, senador, governador pioneiro na gestão descentralizadora e municipalista, ferrenho defensor da integração latino-americana de cujo embrião surgiu o Memorial, e do homem que carregou a bandeira das Diretas Já -, impregnaram o clima de abertura da mostra Franco Montoro, 100 anos.
O secretário Marcelo Araújo rememorou dona Lucy, também centenária e homenageada na mostra. O filho Eugenio Montoro falou em nome da família – presentes também André Franco Montoro Filho, Malu e Monica. O cineasta João Batista de Andrade, presidente do Memorial, destacou o perfil multifacetado de Montoro. E o secretário de Desenvolvimento Social, Floriano Pesaro, resgatou, emocionado, os tempos da Juventude Latino-americana.
Entre os convidados, o ex-ministro Celso Lafer, a secretária dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Linamara Rizzo Battistella, o presidente do Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta, Augusto Luiz Rodrigues, o ex-governador Alberto Goldman, o presidente da OAB/SP, Marcos Costa, o chefe de Gabinete da Secretaria de Energia/SP, Marco Antonio Castelo Branco, reitora da PUC, Anna Maria Marques Cintra, Ouvidor-Geral do Estado, Gustavo Ungaro e o Superintendente da Fundação Butantã, Carlos Magalhães, além do público em geral.
A exposição fica aberta ao público até o dia 17 de julho na Biblioteca Latino-Americana e as visitas são diárias. Na abertura da mostra também foi disponibilizado para o público o acesso gratuito da edição digital do livro “O Legado de Franco Montoro”, lançamento da área de publicações do Centro Brasileiro de Estudos da América Latina (CBEAL). Acesse aqui.