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Tupinambá ? tupi ? guarani ? xonkleng ? juruna ? tapirapé ? bororo ? karajá ? tamoio ? krahô ? kadiwéu? kaxinawá ?caiapó
A artista plástica Maria Bonomi inaugurou na manhã do dia 18 de dezembro a primeira parte do painel Etnias: Do Primeiro e Sempre Brasil, que ficará em exposição permanente na entrada principal do Memorial, o portão1.
Na inauguração, foram recebidos por Fernando Leça, presidente do Memorial, o bibliófilo e imortal José Mindlin, Jorge Duran, cônsul da Venezuela, Maurício Aceiro, cônsul da Colômbia e representantes do Senai e do Ministério da Cultura. O índio guarani Lísio Lima veio representar a sua aldeia, a Tonondé Porã, de Parelheiros (zona Sul de São Paulo).
Etnias: Do Primeiro e Sempre Brasil é projeto de Arte Pública que homenageia os verdadeiros donos da terra do ibirapitanga (pau brasil): os índios. Etnias é um percurso/painel interativo permanente que conta com a participação da coletividade no seu processo de execução. A obra ultrapassa 51 m de comprimento e alcança 2,20 m de altura. Índios Guaranis das aldeias Krukutu e Tonondé Porã participaram da gravação das placas de argila junto da equipe do Atelier Maria Bonomi.
Na inauguração, a artista disse que nenhum lugar poderia ser mais adequado para se contar a história do Brasil do que o Memorial, que está cumprindo efetivamente a sua missão integradora tanto no campo cultural como nas áreas social, didática e política.
Nesta primeira fase, foram instaladas quatro árvores de cerâmica e quatro placas de bronze, gravadas e esculpidas manualmente em suportes tridimensionais evocativos (caravelas, fortes, florestas, animais) de grande escala. Fatos, personagens, conseqüências, signos e símbolos deste enredo traçam toda história do Brasil, cronologicamente, desde antes da chegada dos europeus.
A iconografia é baseada na documentação feita pelos viajantes/aventureiros que desbravaram nossa terra nos séculos passados. Para fazer a tradução imagética e transpô-la para o painel, a artista e sua equipe pesquisaram extensivamente fontes etno-históricas, arqueológicas e audiovisuais. O resultado, segundo ela, faz o visitante se sentir como se estivesse diante de uma tela de cinema. ?Isso aqui são fotogramas, parece história em quadrinhos ou cinema?, disse.
A cerâmica e o bronze marcam, respectivamente, a terra dos índios e a chegada dos portugueses. “No último trecho, trabalharemos com alumínio, enfatizando a contribuição do indígena para o Brasil moderno, como, por exemplo, na construção de Brasília”; explica Maria Bonomi.
Aprovada pela Lei Rouanet, essa intervenção de Maria Bonomi recebeu maior incentivo e apoio de Oscar Niemeyer, arquiteto do Memorial, que justificou o painel como necessário para completar a idéia seminal de seu projeto, desde a formulação de Darcy Ribeiro.
fotos: Eduardo Rascov
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MARIA BONOMI, das mais respeitadas artistas plásticas do país, é engajada, libertária e multimidiática.
Seu empenho em defesa da autenticidade e da qualidade da obra lhe conferem reconhecimento, explicitado nas extensas coleções que figuram nos mais renomados museus brasileiros e estrangeiros. Faz trabalhos de Arte Pública desde a década de 1970, realizando painéis em diversas cidades brasileiras e no exterior. Doutora-se na matéria pela Universidade de São Paulo, em 1999. Destacam-se, dentre as obras, Ascensão, Igreja da Cruz Torta, São Paulo, 1974; Arrozal de Bengüet, Hotel Maksoud Plaza, São Paulo, 1979; Futura Memória, Memorial da América Latina, São Paulo, 1989; Construção de São Paulo, Estação Jardim São Paulo, 1998. Recebeu diversos prêmios: Melhor Gravador Nacional, na VIII Bienal de São Paulo (1965); Prêmio Theadoron, na V Bienal de Paris (1967); Prêmio do Júri Internacional na XV Bienal Internacional de Gravura de Ljubljana (1983); 42º Prêmio Santista ? Gravura; pela Fundação Bunge (1997). Atua como gravadora, figurinista, cenógrafa, pesquisadora. Nascida em Meina, Itália, em 1935, de mãe brasileira e pai italiano, é brasileira por opção.
Equipe:
Criação, Curadoria e Logomarca
Maria Bonomi
Arte e Educação
Regina Barros
Pesquisa e Consultoria Antropológica
Cláudia Andujar e Cildo Oliveira
Fotografia e Assistência de Criação
Carlos Pedreañez
Relações Públicas
Alexandre Martins
Arquitetura e Montagem
Rodrigo Velasco
Cerâmicas
Antônio de Nóbrega e Adolfo Morales