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São Paulo, 7 de julho de 2009.
Segundo seus idealizadores, Festlatino consolida-se em sua 4ª edição
Mesa discute a internacionalização do cinema latino-americano
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Foi dada a largada da 4ª edição do Festival de Cinema Latino Americano de São Paulo, nessa segunda, 6 de julho. Com uma “parede” dupla de madeira cortando seu palco, o Auditório Simón Bolívar foi dividido em duas salas de cinema para mais de 800 espectadores cada uma. Pois a Sala 1 foi tomada por amantes da “sétima arte” um pouco antes da projeção do filme peruano “La Teta Asustada”, de Claudia Llosa, ganhador do Urso de Ouro, do Festival de Berlim deste ano.
Na cerimônia de abertura, a atriz Leandra Leal – como é tradicional neste tipo de evento – chamou ao palco os realizadores do Festlatino para uma saudação ao público. A começar pelo presidente do Memorial, Fernando Leça, um dos responsáveis pela criação do Festival de Cinema Latino Americano. Em sua fala, ele fez questão de destacar a importância do cineasta João Batista de Andrade, “idealizador do Festlatino”, quando ocupava o cargo de Secretário da Cultura de São Paulo, há 4 anos. Andrade manteve-se como presidente do Festlatino nos três primeiros anos, mas desta feita não pôde participar por estar filmando.
Quando secretário da cultura, o cineasta de esquerda João Batista de Andrade imaginou um festival de cinema que pudesse exibir filmes que não passam no circuito comercial brasileiro e ao mesmo tempo discutir os principais entraves políticos, ideológicos, comerciais e técnicos para o aprimoramento e circulação do cinema latino-americano. A parceria com a Fundação Memorial da América Latina pareceu natural deste o início. A idéia ganhou o entusiasmo do presidente Fernando Leça e o respaldo do Governo do Estado de São Paulo. Tanto nas edições anteriores quanto nesta o Festlatino tem a maior parte de seus custos cobertos pelo erário público paulista. É natural, portanto, que ele seja gratuito, uma festa da cidadania, como queria desde o início João Batista de Andrade.
Em seguida, falou o presidente da Associação do Audiovisual, parceira do Memorial nesta realização. Segundo ele, “esta edição do Festlatino consolida alguns de seus objetivos inicias, quando foi lançado há 4 anos, como promover a circulação de filmes, encontros entre cineastas, discussão dos grandes problemas e o estímulo à formação de novos realizadores”. Chiquinho, como é conhecido, mostrou-se um entusiasta do tema deste Festlatino: “o cinema da retomada, a partir dos anos 90, não só no Brasil, mas em vários países da América Latina, com a chegada ao circuito dos primeiros trabalhos da geração formada em escola de cinemas, que buscam a co-produção e a internacionalização de seu trabalho”.
O cineasta André Sturm – atual coordenador da Unidade de Fomento e Difusão de Produção Cultural da Secretaria Estadual de Cultural e um dos curadores deste Festlatino – saudou o circulo virtuoso que se estabeleceu a partir do 1º Fetlatino, do qual ele participou como público. Segundo ele, o fato da distribuidora do filme “La Teta Assustada” escolher estreá-lo no Festlatino e não em outro festival, como a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, por exemplo, demonstra o prestígio e a importância que o Festlatino rapidamente alcançou.
Por Eduardo Rascov
Fotos: Marcos Finotti