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A peça portuguesa “Um punhado de terra” encerrou com casa cheia o V Festival de Teatro Ibero-Americano de São Paulo, organizado pela Fundação Memorial da América Latina, nesse domingo, 18 de março de 2012. Originada da cidade do Porto, no norte de Portugal, a obra é um monólogo magistralmente interpretado pelo artista caboverdiano Flávio Hamilton que contou a história de um escravo, de sua dor, do seu tempo. Ele dançou, sujou-se de terra, lavou-se na água, ritualizou e emocionou a todos. O texto de “Um punhado de terra” é de Pedro Eiras e a direção é de José Leitão.
Antes do início do espetáculo, o diretor do Festibero, Fernando Calvozo, destacou a boa aceitação do público desta edição, com casa lotada em quase todas as peças, o que confirma o elevado nível da seleção deste ano. Calvozo agradeceu o apoio irrestrito e entusiasmado do presidente do Memorial, Antonio Carlos Pannunzio, e de todos os seus colaboradores.
A partir da sexta-feira o Festibero avançou sobre o fim de semana com apresentações de peças, debate e oficina. O destaque da sexta foi a montagem brasileira “As três velhas”, de Alejandro Jodorowsky, na platéia A, às 21h. A direção é de Maria Alice Vergueiro, da Cia. Teatro Pândega. Um pouco antes, às 19h, na platéia B, o público teve a oportunidade de conhecer um monólogo argentino, interpretado por Carlos Vignola. “Um únicomundo”, com a direção de Gabriela Fiore para o texto dela e de Leandro Calderone.
17 de março – sábado
19h00|Plateia B – “A BILHA QUEBRADA” | Autor: Heinrich von Kleist | Direção: Marcio Aurelio | Elenco: Joca Andreazza, Paulo Marcello, Lavínia Pannunzio, entre outros | BRASIL
21h00|Plateia A – “MARIACHI CLOWN” | Autor: Roberto Avendaño | Direção: Roberto Avendaño |Cia Cornisa 20 | MÉXICO
18 de março – domingo – ENCERRAMENTO
19h00|Plateia B – “COMO EVITAR ENARMORAR-SE DE UN BOLUDO” | Autor: Marcelo Puglia | Adaptação e Direção: Jorge Denevi | Elenco: Gaciela Rodriguez | URUGUAI
21h00|Plateia A – Cerimônia de Encerramento
21h15|Plateia A – “UM PUNHADO DE TERRA” | Autor: Pedro Eiras | Direção: José Leitão | Cia Art’Imagem | PORTUGAL
CIRCO |PRAÇA DA SOMBRA
16 de março – sexta-feira
17h45|Circo – “CONCERTO DE ISPINHO E FULÔ” | Autor: Cia do Tijolo | Direção: Rogério Tarifa | Elenco: Dinho Lima Flor, Patricia Gifford, Rodrigo Mercadante, Karen Menatti, Thaís Pimpão e Jonathan Silva, Aloisio Oliver e Maurício Dmasceno (músicos) | BRASIL
17 de março – sábado
17h45|Circo – “A MENINA VIROU” | Autor: João Donda | Direção: Calixto de Inhamuns | Cia. Capadócia – Circo-Teatro Paratodos | BRASIL
18 de março – domingo
17h45|Circo – “O SEGREDO DA JANELA” | Autor: Jucca Rodrigues | Direção: Jairo Mattos | Cia. Capadócia – Circo-Teatro Paratodos | BRASIL
SALA DOS ESPELHOS
Desafios do encenador
Convidado: Nelson Baskerville
16.03| das 15h às 17h
Oficina
Cenografia (capacidade maxima de 30 participantes)
17/03| das 13h às 16h
Ministrada pelo ator e diretor teatral Zé Carlos Andrade
Obs.: Segundo solicitação do cordenador da oficina, os interessados deveram trazer apenas uma caixa de sapatos vazia.
Bilheterias
Abertas diariamente a partir das 14h, quando será possível a retirada de 02 ingressos por pessoa para cada espetáculo, sempre para as apresenações do próprio dia. Para as mesas de debate e para a oficina será aplicada a ordem de chegada.
Quinta, 15 de março
Nesta quinta, 15 de março, o V Festival Latino-Americano de Teatro de São Paulo tem prosseguimento com as peças “Quase Nada” (às 19h), do grupo brasileiro Sobrevento, com direção de Luís André Cherubini, e “Lo que más me gusta de Federico” (às 21h), montagem paraguaia em cima de textos do poeta e dramaturgo espanhol Federico Garcia Lorca, sob a direção de Marcela Gilabert, com a atriz Carmen Briano e os músicos Alejo Jimenez, na guitarra, e Javier Tudela, no canto. Ambas são no Auditório Simón Bolívar, com entrada franca.
Já na lona do Circo-teatro Paratodos, às 17h45, será a vez de “R&J de Shakespeare – Juventude Interrompida”, de Joe Calarco, a partir de textos do bardo inglês, principalmente “Romeu e Julieta”. A direção é de João Fonseca e conta com os atores João Gabriel Vasconcelos, Felipe Lima, Pablo Sanário e Rodrigo Pandolfo. Enquanto isso, a partir das 15h, na Sala dos Espelhos, haverá a mesa de debates “O ator e a diferença entre interpretar e representar”, com o ator e professor de teatro
Ewerton de Castro.
Quarta, 14 de março
Hoje, terceiro dia do V Festival Ibero-Americano de Teatro de São Paulo, promovido pela Fundação Memorial da América Latina, com entrada franca para todas as atividades, os destaques são as peças “Katastrophe” e “Ridículos, Ainda e Sempre”. A primeira é uma produção espanhola da Cia. Señor Serrano. O texto é de Alex Serrano e Pau Palacios. A vinda desse espetáculo ao Brasil conta com o apoio do Instituto Cervantes. “Ridículos, Ainda e Sempre” é uma montagem da companhia brasileira Parlapatões, Patifes & Paspalhões, que há duas décadas é garantia de humor inteligente e iconoclasta, irreverência e criatividade. Desta feita, por indicação do dramaturgo, diretor, ator e apresentador de televisão Antonio Abujamra, os Paslapatões trabalharam em cima de vários textos de um autor russo que vem sendo redescoberto pela Europa Ocidental, DAniil Kharms. A direção é de Hugo Possolo.
Na lona do Circo-Teatro Paratodos, às 17h45 de hoje, será a vez de “O Filho Eterno”, adaptação para o teatro da obra de Cristovão Tezza. O livro é um depoimento tocante sobre o impacto, a revolta, o reconhecimento, a adaptação e o surgimento e fortalecimento do amor incondicional ao filho excepcional. E para, completar as atividades de hoje, na Sala dos Espelhos, às 15h, haverá o debate “A arte de escrever para teatro”, com o dramaturgo Chico de Assis e mediação de Analy Alvares.
Homenagem a Cleyde Yáconis
O público que quase lotou completamente o enorme Auditório Simón Bolívar (800 lugares) aplaudiu de pé por vários minutos no final da peça “Luis Antonio – Gabriela”, da Cia. Mungunzá, que abriu oficialmente o V Festival Ibero-Americano de São Paulo, nesta segunda, dia 12 de março de 2012. Todos estavam impactados pela história forte e real do irmão do diretor Nelson Baskerville, que nasceu como homem numa família disfuncional em Santos e morreu como mulher em Bilbao, após se tornar uma travesti famosa na Espanha.
O espetáculo é um pedido de desculpas de Baskerville ao seu irmão, já falecido. Serve de alerta a todas as famílias contra o modo de tratar de maneira cruel alguém que é simplesmente diferente. Impressionou não só a coragem do diretor de se desnudar diante de nós – esse efeito é reforçado pela concepção teatral contemporânea, na qual a arquitetura da montagem é explicitada o tempo todo e por lançar mão de recursos extra teatro como filmagens da própria peça em andamento, exibidas em monitores com valor narrativo.
O público já havia aplaudido muito um pouco antes, quando a atriz Cleyde Yáconis foi homenageada. Enquanto no telão passavam imagens de sua longa e rica carreira teatral, o ator e pesquisador das artes cênicas Caco Ciocler – um dos curadores do Festival – lia um texto que destacava sua origem humilde e de como, aos 24 anos, teve de abandonar o estudo de Medicina e o sonho de ser médica para trabalhar em um teatro, o que selaria seu destino.
Cleyde Becker Iaconis nasceu no interior de São Paulo, em Pirassununga, em 1923. Com quase 90 anos e recuperada de um rompimento do fêmur durante as gravações da novela “Passione”, da Rede Globo, ela conserva o bom humor e a vontade de trabalhar. “Não vejo a hora de voltar a fazer teatro… ah, como eu quero fazer teatro…”, confessou, esclarecendo que a memória ainda está boa para atuar.
Segundo o presidente do Memorial e anfitrião da noite, Antonio Carlos Pannunzio, este festival de teatro “contempla os principais aspectos que envolvem essa atividade milenar que é o teatro: apresenta importantes montagens teatrais da América Latina e da Península Ibérica, promove o intercâmbio, o diálogo e a confraternização entre os realizadores, além de discutir teoricamente o ofício do dramaturgo, do diretor, do ator e do cenógrafo”. Portanto, a partir de hoje, todos estão convidados a, até domingo, assistir espetáculos teatrais de qualidades e gratuitos no Memorial. Clique aqui para se programar.
Obs.: Na foto acima, Elvira Gentil, Caco Ciocler, Edgard Olimpio, Antonio Carlos Pannunzio e Fernando Calvozo.
Texto e fotos: Eduardo Rascov
Diário do Festibero: Hoje é dia das peças brasileiras “As três velhas”(foto) e “Concerto de Ispinho e Fulô” e do espetáculo argentino “Un unico mundo”
A partir desta sexta-feira o Festibero acelera e avança sobre o fim de semana, com apresentações de peças, debate e oficina, e tem o seu encerramento no domingo, 18 de março de 2012. O destaque de hoje é a montagem brasileira “As três velhas”, de Alejandro Jodorowsky, na platéia A, às 21h. A direção é de Maria Alice Vergueiro, da Cia. Teatro Pândega. Um pouco antes, às 19h, na platéia B, será a oportunidade de se conhecer um monólogo argentino, interpretado por Carlos Vignola. “Um únicomundo”, direção de Gabriela Fiore para o texto dela e de Leandro Calderone.
17 de março – sábado
19h00|Plateia B – “A BILHA QUEBRADA” | Autor: Heinrich von Kleist | Direção: Marcio Aurelio | Elenco: Joca Andreazza, Paulo Marcello, Lavínia Pannunzio, entre outros | BRASIL
21h00|Plateia A – “MARIACHI CLOWN” | Autor: Roberto Avendaño | Direção: Roberto Avendaño |Cia Cornisa 20 | MÉXICO
18 de março – domingo – ENCERRAMENTO
19h00|Plateia B – “COMO EVITAR ENARMORAR-SE DE UN BOLUDO” | Autor: Marcelo Puglia | Adaptação e Direção: Jorge Denevi | Elenco: Gaciela Rodriguez | URUGUAI
21h00|Plateia A – Cerimônia de Encerramento
21h15|Plateia A – “UM PUNHADO DE TERRA” | Autor: Pedro Eiras | Direção: José Leitão | Cia Art’Imagem | PORTUGAL
CIRCO |PRAÇA DA SOMBRA
16 de março – sexta-feira
17h45|Circo – “CONCERTO DE ISPINHO E FULÔ” | Autor: Cia do Tijolo | Direção: Rogério Tarifa | Elenco: Dinho Lima Flor, Patricia Gifford, Rodrigo Mercadante, Karen Menatti, Thaís Pimpão e Jonathan Silva, Aloisio Oliver e Maurício Dmasceno (músicos) | BRASIL
17 de março – sábado
17h45|Circo – “A MENINA VIROU” | Autor: João Donda | Direção: Calixto de Inhamuns | Cia. Capadócia – Circo-Teatro Paratodos | BRASIL
18 de março – domingo
17h45|Circo – “O SEGREDO DA JANELA” | Autor: Jucca Rodrigues | Direção: Jairo Mattos | Cia. Capadócia – Circo-Teatro Paratodos | BRASIL
SALA DOS ESPELHOS
Desafios do encenador
Convidado: Nelson Baskerville
16.03| das 15h às 17h
Oficina
Cenografia (capacidade maxima de 30 participantes)
17/03| das 13h às 16h
Ministrada pelo ator e diretor teatral Zé Carlos Andrade
Obs.: Segundo solicitação do cordenador da oficina, os interessados deveram trazer apenas uma caixa de sapatos vazia.
Bilheterias
Abertas diariamente a partir das 14h, quando será possível a retirada de 02 ingressos por pessoa para cada espetáculo, sempre para as apresenações do próprio dia. Para as mesas de debate e para a oficina será aplicada a ordem de chegada.
Quinta, 15 de março
Nesta quinta, 15 de março, o V Festival Latino-Americano de Teatro de São Paulo tem prosseguimento com as peças “Quase Nada” (às 19h), do grupo brasileiro Sobrevento, com direção de Luís André Cherubini, e “Lo que más me gusta de Federico” (às 21h), montagem paraguaia em cima de textos do poeta e dramaturgo espanhol Federico Garcia Lorca, sob a direção de Marcela Gilabert, com a atriz Carmen Briano e os músicos Alejo Jimenez, na guitarra, e Javier Tudela, no canto. Ambas são no Auditório Simón Bolívar, com entrada franca.
Já na lona do Circo-teatro Paratodos, às 17h45, será a vez de “R&J de Shakespeare – Juventude Interrompida”, de Joe Calarco, a partir de textos do bardo inglês, principalmente “Romeu e Julieta”. A direção é de João Fonseca e conta com os atores João Gabriel Vasconcelos, Felipe Lima, Pablo Sanário e Rodrigo Pandolfo. Enquanto isso, a partir das 15h, na Sala dos Espelhos, haverá a mesa de debates “O ator e a diferença entre interpretar e representar”, com o ator e professor de teatro
Ewerton de Castro.
Quarta, 14 de março
Hoje, terceiro dia do V Festival Ibero-Americano de Teatro de São Paulo, promovido pela Fundação Memorial da América Latina, com entrada franca para todas as atividades, os destaques são as peças “Katastrophe” e “Ridículos, Ainda e Sempre”. A primeira é uma produção espanhola da Cia. Señor Serrano. O texto é de Alex Serrano e Pau Palacios. A vinda desse espetáculo ao Brasil conta com o apoio do Instituto Cervantes. “Ridículos, Ainda e Sempre” é uma montagem da companhia brasileira Parlapatões, Patifes & Paspalhões, que há duas décadas é garantia de humor inteligente e iconoclasta, irreverência e criatividade. Desta feita, por indicação do dramaturgo, diretor, ator e apresentador de televisão Antonio Abujamra, os Paslapatões trabalharam em cima de vários textos de um autor russo que vem sendo redescoberto pela Europa Ocidental, DAniil Kharms. A direção é de Hugo Possolo.
Na lona do Circo-Teatro Paratodos, às 17h45 de hoje, será a vez de “O Filho Eterno”, adaptação para o teatro da obra de Cristovão Tezza. O livro é um depoimento tocante sobre o impacto, a revolta, o reconhecimento, a adaptação e o surgimento e fortalecimento do amor incondicional ao filho excepcional. E para, completar as atividades de hoje, na Sala dos Espelhos, às 15h, haverá o debate “A arte de escrever para teatro”, com o dramaturgo Chico de Assis e mediação de Analy Alvares.
Homenagem a Cleyde Yáconis
O público que quase lotou completamente o enorme Auditório Simón Bolívar (800 lugares) aplaudiu de pé por vários minutos no final da peça “Luis Antonio – Gabriela”, da Cia. Mungunzá, que abriu oficialmente o V Festival Ibero-Americano de São Paulo, nesta segunda, dia 12 de março de 2012. Todos estavam impactados pela história forte e real do irmão do diretor Nelson Baskerville, que nasceu como homem numa família disfuncional em Santos e morreu como mulher em Bilbao, após se tornar uma travesti famosa na Espanha.
O espetáculo é um pedido de desculpas de Baskerville ao seu irmão, já falecido. Serve de alerta a todas as famílias contra o modo de tratar de maneira cruel alguém que é simplesmente diferente. Impressionou não só a coragem do diretor de se desnudar diante de nós – esse efeito é reforçado pela concepção teatral contemporânea, na qual a arquitetura da montagem é explicitada o tempo todo e por lançar mão de recursos extra teatro como filmagens da própria peça em andamento, exibidas em monitores com valor narrativo.
O público já havia aplaudido muito um pouco antes, quando a atriz Cleyde Yáconis foi homenageada. Enquanto no telão passavam imagens de sua longa e rica carreira teatral, o ator e pesquisador das artes cênicas Caco Ciocler – um dos curadores do Festival – lia um texto que destacava sua origem humilde e de como, aos 24 anos, teve de abandonar o estudo de Medicina e o sonho de ser médica para trabalhar em um teatro, o que selaria seu destino.
Cleyde Becker Iaconis nasceu no interior de São Paulo, em Pirassununga, em 1923. Com quase 90 anos e recuperada de um rompimento do fêmur durante as gravações da novela “Passione”, da Rede Globo, ela conserva o bom humor e a vontade de trabalhar. “Não vejo a hora de voltar a fazer teatro… ah, como eu quero fazer teatro…”, confessou, esclarecendo que a memória ainda está boa para atuar.
Segundo o presidente do Memorial e anfitrião da noite, Antonio Carlos Pannunzio, este festival de teatro “contempla os principais aspectos que envolvem essa atividade milenar que é o teatro: apresenta importantes montagens teatrais da América Latina e da Península Ibérica, promove o intercâmbio, o diálogo e a confraternização entre os realizadores, além de discutir teoricamente o ofício do dramaturgo, do diretor, do ator e do cenógrafo”. Portanto, a partir de hoje, todos estão convidados a, até domingo, assistir espetáculos teatrais de qualidades e gratuitos no Memorial. Clique aqui para se programar.
Obs.: Na foto acima, Elvira Gentil, Caco Ciocler, Edgard Olimpio, Antonio Carlos Pannunzio e Fernando Calvozo.
Texto e fotos: Eduardo Rascov