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A peça “Pequenos Crimes Conjugais” volta a São Paulo – depois de percorrer importantes cidades brasileiras sempre com casa cheia – para encerrar carreira vitoriosa com chave de ouro na Semana da Pátria. Com preços populares (20 e 10 reais), o espetáculo com Maria Fernanda Cândido e Petrônio Gontijo faz mini-temporada no Memorial da América Latina nos dias 7, 8 e 9 de setembro.
“O que teria acontecido com Romeu e Julieta se eles não tivessem morrido? Como seria a vida deles após 15 anos de convivência? A paixão acaba e a peça é sobre isso, sobre a diferença entre a paixão e amor, este último construído no olhar diário”, diz Márcio Aurélio, diretor de “Pequenos Crimes Conjugais”, peça de Eric – Emmanuel Schmitt.
O badalado autor francês contemporâneo ficou conhecido no Brasil em 2002 com a peça “Variações Enigmáticas”, com Paulo Autran e direção de José Possi Neto. Agora, a dobradinha Autran e Eric – Emmanuel Schmitt se repete. Desta vez Paulo Autran desempenha a função de tradutor de “Petits Crimes Conjugaux”.
Após um misterioso acidente, o escritor de romances policiais Gilberto (Petrônio Gontijo) perde a memória. Tudo o que pode saber de sua vida – e sobretudo de sua relação conjugal – vem da sua esposa, a pintora Lisa (Maria Fernanda Cândido). Como eles viviam juntos? Eram felizes? Quem pode responder a isso? É a partir da versão de Lisa do passado, então, que ele tenta reconstruir a relação. Mas será que ela conta a verdade? Qual terá sido a causa do acidente? Gilberto está mesmo com amnésia ou finge?
“Pequenos Crimes Conjugais” pode ser um thriller conjugal ou um suspense romântico, mas nem o próprio autor sabe definir o gênero do texto. “Eu não sei se o que escrevi foi uma comédia ou tragédia. Afinal, a qual dos gêneros pertence a vida de um casal?’, questiona Schmitt.
“Pequenos Crimes Conjugais” tem um sabor especial para Maria Fernanda Cândido, que já havia tentado comprar os direitos da peça. “Foi há uns 3 ou 4 anos atrás. Na época estavam na mão de Jorge Takla, mas ele acabou não montando. Foi uma grande surpresa, tempos depois, ser convidada por Lulu Librandi para interpretar essa mesma personagem. Há muito tempo queria trabalhar com o Márcio Aurélio”, conta a atriz.
Esta é a terceira peça teatral da qual Maria Fernanda Cândido participa. As anteriores foram “Anchieta, Nossa História” e “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”. Dedicada, a atriz é muito cuidadosa ao escolher no que vai mergulhar: “Gosto muito do texto de “Pequenos Crimes Conjugais”. É importante para a nossa época porque fala basicamente de como se relacionar – que parece simples, mas está cada vez mais complicado”, declara Maria Fernanda, que fez a Fabiana na novela “Paraíso Tropical” e é uma das sócias fundadoras, no Rio e em São Paulo, da Casa do Saber.
O empenho de Lisa e Gilberto no sentido de recuperar as lembranças do escritor vai revelar, no final do espetáculo, duas pessoas que são tão cúmplices quanto adversárias, mas que acabam se descobrindo mais do que no passado. “Colocamos uma lente de aumento no ridículo dos conflitos. Mas quem define esse ridículo é o público. O humor vem da identificação e não tem como deixar de acontecer. São momentos de prazer, tristeza e brigas que sintetizam as oscilações presentes na vida de qualquer casal. Coisas do ser humano”, detalha Petrônio.
O elenco conta que, embora possa haver uma grande identificação com os personagens, a leitura do texto foi bastante desafiadora. “Eles jogam o tempo todo um com o outro. Entramos de corpo e alma na história, que reúne experiências pessoais traduzidas num grande depoimento sobre o amor”, resume o ator Petrônio Gontijo.
Para o diretor Márcio Aurélio é possível enxergar inúmeras maneiras de se relacionar em “Pequenos Crimes Conjugais”. “A perda de memória exige o diálogo e parece que Paulo Autran fez a tradução pensando o tempo todo no público brasileiro. Cada situação é reconstituída com sagacidade, ressaltando a habilidade de Schmitt, um dos autores contemporâneos mais lidos e encenados na atualidade”, conta.
Na cenografia, assinada pelo arquiteto Isay Weinfeld, estão mais de 5 mil livros, arrumados de modo não convencional, que compõem a biblioteca do escritor e ambientam a rotina do casal de intelectuais. “O lugar dos quadros é um espaço poético e imaginativo, pois Lisa e Gilberto referem-se a eles olhando para a platéia”, revela Márcio Aurélio, que também assina a iluminação do espetáculo. E se no cinema “o diabo veste Prada”, a elegância tem o tom do figurino Armani. “Eles são referências. Nossa pesquisa para formação dos personagens pediu discrição e sobriedade”, completa o diretor. Com o encerramento do espetáculo, os livros serão doados.
"Pequenos Crimes Conjugais"
Serviço
Texto: Eric-Emmanuel Schmitt
Tradução: Paulo Autran
Direção: Marcio Aurelio
Elenco: Maria Fernanda Cândido e Petrônio Gontijo
Dias: 7, 8 e 9 de setembro
Horários: Sexta e sábado às 21h e domingo às 19h
Preços: R$ 20,00 e R$10,00 (meia)
Ingressos à venda nos dias 5 e 6, das 14h às 19h, e nos dias 7, 8 e 9 a partir das 14h.
Classificação Indicativa: 12 anos
Duração: 75 minutos
Local: Auditório Simón Bolívar/Memorial da América Latina
Endereço: Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664 Portão 12
Estacionamento (R$10,00): Portão 15
Informações: Telefone 3823.4600 – www.memorial.org.br