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A cantora Alaíde Costa e o pianista João Carlos Assis Brasil sobem ao palco do Auditório Simón Bolívar, nesta quarta-feira, 18 de junho, às 20h30, com ingressos promocionais de 10 e 5 reais. O show intimista será baseado no repertório sofisticado do segundo cd gravado pela dupla, do qual fazem parte canções como "Noturno", de Radamés Gnatalli, "Janelas Abertas" e “Estrada branca”, de Tom Jobim e Vinícius de Morais, "Nunca", de Lupicínio Rodrigues, “Quando tu passas por mim” de Vinícius de Moraes e Antonio Maria, “Teus ciúmes” de Lacy Martins e Aldo Cabral, “Amargura” de Radamés Gnatalli e Alberto Ribeiro, “Bom dia” de Herivelto Martins e Aldo Cabral, “Essa mulher” de Joyce e Ana Terra, entre outras composições marcadas por forte emoção.
Alaíde Costa iniciou a carreira artística cantando em programas de calouros nas rádios Tupi, Nacional e Clube do Brasil. O primeiro disco, “Tarde demais”, saiu pela gravadora Odeon em 1957. Dois anos depois João Gilberto lhe propôs um novo estilo. Foi quando Alaíde entrou para a turma da Bossa Nova, mantendo esse jeito suave de interpretar canções até hoje. Em 1994 começou um belíssimo trabalho ao lado do pianista João Carlos Assis Brasil.
João Carlos Assis Brasil começou a estudar piano ainda na infância e aos quinze anos já participava de concertos à frente de grandes orquestras. Na década de 60, ganhou o terceiro prêmio do Concurso Internacional Beethoven, apresentando-se, em seguida, com a Orquestra Filarmônica de Viena, com a qual excursionou pela Europa. Já consagrado como concertista erudito, envolveu-se com a música popular, tocando ao lado de grandes nomes como Clara Sverner, Wagner Tiso, Turíbio Santos, Ney Matogrosso, Zé Renato, Olívia Byington e Alaíde Costa.
Leia texto do poeta, compositor e produtor musical carioca Hermínio Bello de Carvalho sobre o trabalho de voz e piano de Alaíde Costa e João Carlos Assis Brasil:
"Existem intérpretes, estilistas ou, simplesmente, cantoras. Raramente as três categorias se fundem numa só voz. A arte do canto quando desacompanhada de emoção apenas me interessa como um exercício de malabarismo ou um cálculo matemático bem resolvido. As pedras de gelo guardam lá sua beleza, mas desfazem-se ao sol. O que me fascina em Alaíde é que, além de uma grande cantora, ela é uma intérprete de extrema visceralidade, e uma estilista que grava sua digital em tudo o que faz. João Carlos Assis Brasil, eu o vejo como um cúmplice privilegiado dessa arte. Ele possui a rara sensibilidade de não fazer seu piano duelar, mas sim compactuar com o artista que divide com ele seu espaço. Tenho acompanhado alguns de seus trabalhos, mas neste fica ressaltado um aspecto importante: a de um refinado músico que trata a canção popular como um lied. Vejo o encontro desses dois artistas como um presente que se dá à música, numa época de tantas facilidades. É um buscando a sonoridade do outro e o resultado que me soa ao coração é como se ouvisse um duo de cravo e viola d´amore. Ouvi-los dissecar uma canção é compreender a complexidade da arte em seu aspecto mais totalizante: João Carlos Assis Brasil e Alaíde Costa partem da essência da obra para desvendar-nos alguns prismas que, alquimistas, retrabalham com a aflada golva de suas cortantes personalidades. Esse duo nos restitui o raro prazer de ouvir a música em seu estado mais nobre e ritualístico e de nos fazer deslumbrar diante de uma grande tela, magnificamente emoldurada por um grande e privilegiado artista."
Projeto Adoniran: Alaíde Costa & João Carlos Assis Brasil
Dia 18, quarta-feira, às 20h30, ingressos: R$ 10,00 e 5,00 (meia), bilheteria dias 17 (das 14 às 19h) e 18 (a partir das 14h), Auditório Simón Bolívar, Memorial da América Latina, Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664, portões 12 e 14 (estacionamento, R10,00). Informações: 3823.4600