/governosp
A Fundação Memorial da América Latina apresenta a exposição Juan Muzzi – Uma Arte Plural nos 20 anos de Mercosul, uma antologia do artista plástico uruguaio radicado em São Paulo, Juan Muzzi. A mostra reúne cerca de cem obras, entre desenhos, pinturas, gravuras e esculturas, nas quais nota-se a influência do mestre uruguaio Joaquin Torres-Garcia. Considerado por muitos um visionário, ser humano e artista plural e incansável, a obra e a história de vida de Juan Muzzi toca as pessoas de uma maneira diferente.
O artista plástico Juan Muzzi também tem um lado “professor Pardal”. Juan Muzzi é um inventor importante, com várias criações patenteadas. Foi ele quem inventou aquela mola plástica que fazia a delícia das crianças nos anos 80, a “Mola Mania”. Muzzi patenteou também a Bicicleta Ecológica (“Muzzi Cycles”), feita de garrafas PET, entre outras invenções. Aliás, no ambiente da exposição haverá um pequeno bicicletário, por meio do qual os visitantes poderão testar a Bicicleta Ecológica.
A retrospectiva do trablaho de Juan Muzzi tem a curadoria de Ângela Barbour e Fernando Calvozo. O artista uruguaio, que bebeu nas fontes de conterrâneo Torres Garcia, trabalhou intensamente ao lado do brasileiro Rubens Gerchman. Além de Beuttenmüller, já escreveram sobre o trabalho e a trajetória pessoal de Muzzi os críticos de arte Jacob Klintowitz, Mario Graven Borges e Oscar D´Ambrosio.
O escritor Alberto Beuttenmüller, membro da Associação Internacional de Críticos de Arte, assim apresenta Juan Muzzi:
“Uma exposição retrospectiva é uma rara oportunidade para analisar a obra de um artista, portanto vamos tentar realizá-la na obra deste notável uruguaio. Como pintor, Juan Muzzi iniciou sua aventura plástico-visual seguindo a cartilha de seu mestre – Joaquin Torres-Garcia. Ou seja, buscou usar os signos da América Latina, embora Torres-Garcia usasse somente as cores primárias (…) enquanto Juan Muzzi usa e abusa de todas as cores bem fortes, contrariando o Universalismo Construtivo de Torres-Garcia, espécie de Neoplasticismo de Piet Mondrian, adaptado à América Latina.
Ambos utilizam o molinete (dos pescadores), a grande invenção de Torres-Garcia para que seu universalismo construtivo obtivesse uma dinâmica, e não ficasse estático como o Neoplasticismo de Mondrian. Juan Muzzi usou bastante o molinete na sua primeira fase, mas, aos poucos, à medida que sua pintura toma outros rumos, o molinete se torna inútil, à medida que seus temas ficam mais abstratos: quando passa a pintar o Ser e o Tempo, rompe com a geometria, de rigor mais afeito aos europeus do que aos latino-americanos. Uma só fase destoa dessa sequência – aquela que foi definida como Código de Barras. Nesta fase, Juan Muzzi denuncia o consumo desenfreado da humanidade atual, colocando o ser humano no lugar dos preços, deixando para nós uma reflexão: todos nós temos um preço?”
Serviço
Juan Muzzi – Uma Arte Plural nos 20 anos de Mercosul
6 de dezembro a 8 de janeiro
Terça a domingo das 9h às 18h.
Galeria Marta Traba
Entrada franca.