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A pintura e a escultura de Horacio Gerpe remetem ao universo do Eldorado, local mágico e mítico que nos leva, de certa maneira, a um paraíso perdido repleto de mistério e marcado pelo exótico e pela aventura. Nesse sentido, o local atrai os artistas por ser um universo em que o mágico impera.
A presença também de uma árvore que alude à essência do saber e da vida fortalece os elos entre as obras e, acima de tudo, constitui um amplo leque de referências possíveis, todas marcadas pela capacidade humana de imaginar e de multiplicar conotações.
Nesse contexto, a árvore aparece como um eixo do mundo, um fio central condutor da existência, com o vigor de cativar e de transformar quase tudo em sutil metáfora. Afinal, por ter raízes no subsolo e galhos no ar, conectados pelo tronco, ela domina o espaço de maneira majestosa.
Ao trabalhar com elementos como cedro, folha de ouro e cobre, Gerpe acentua a riqueza de aspectos visuais que a utilização consciente dos materiais propicia, no estabelecimento de uma atmosfera existencial e plástica dominada por um lugar que não existe, mas que domina nossa imaginação e conquista corações e mentes.
Oscar D’Ambrosio