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A pintura de Roberto Vivas está associada ao tema por meio de uma imagem que lida com o verde, com os troncos e com a destruição da natureza. Há, porém a introdução de um elemento misterioso, presente nas linhas retas azuis que parecem não conversar com o conjunto.
O que se dá, no entanto, é o diálogo visual entre aquilo que é agradável de se ver, como uma atmosfera idílica iluminada pela luz da lua, e o que se pode encontrar, o poder do sol e os galhos sem folhas perante a aridez do planeta. O desafio da humanidade é justamente o de se organizar para que um mundo melhor seja construído.
A tarefa, no entanto, não é nada simples. Uma das questões essenciais está no lidar com os egos – e, nisso, a natureza, em sua humildade permanente, muito tem a ensinar. Os organismos dependem uns dos outros para sobreviver, num movimento contínuo e repleto de relações muitas vezes inusitadas.
Criar um quadro, portanto, é muito mais que estabelecer um desenho com cor. Significa penetrar num mergulho de camadas, luzes e transparências absolutamente infinito. O prazer se instaura muito mais, portanto, no fazer que no pensar. Assim a pintura acentua a sua poderosa e sutil majestade.
Oscar D’Ambrosio é doutorando em Educação, Arte e História da Cultura (Universidade Mackenzie), jornalista (ECA-USP), mestre em Artes pelo Instituto de Artes da Unesp, integra a Associação Internacional de Críticos de Arte (Aica – Seção Brasil).
Oscar D’ambrosio