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O trabalho com vidro é o maior diferencial da obra plástica de Sol Abadi. A questão não está apenas na escolha do material, mas no aprofundamento da criadora com as técnicas e possibilidades que essa matéria-prima oferece. Parece não haver limites para o que ela consegue fazer, seja em grandes, médias ou pequenas dimensões.
Na presente exposição, traz um tatu realizado em vidro que alcança não só reproduzir a forma do animal e suas texturas, como discutir aspectos mais densos no que diz respeito à ocupação do espaço, como o tipo de vidro utilizado e o fato de o animal estar dividido.
O mais importante, todavia, está na transparência que o vidro traz e como ela atinge diferentes dimensões de acordo com a luminosidade. Estabelece-se uma magia que é o resultado da junção entre o talento da artista e um certo e fascinante imponderável que o próprio material carrega.
O motivo escolhido provém da experiência de encontrar um tatu quase morto atropelado numa estrada uruguaia. Concretizar o molde, observar a textura do animal e buscar a melhor solução em termos do uso do vidro são os desafios de uma artista que executa muito bem o que se propõe a elaborar.
Oscar D’Ambrosio