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Os tons mais escuros são uma característica dos trabalhos plásticos de Juan Balzi nesta exposição. Seu questionamento está muito além da questão ecológica, mas se coloca na discussão de como a representação daquilo que conhecemos como real ganha uma expressão visual por meio da habilidade de um artista lidar com diversos materiais.
A destruição e a aridez aos quais suas obras remetem revelam um sentimento de estar no mundo e, acima de tudo, demonstram como o aparente pode trazer em sua essência questões absolutamente fundamentais em sua essência e na sua busca por possibilidades plásticas sempre renovadas.
A presença da industrialização, dos detritos e de uma cidade que gradativamente vai se apossando do verde é um elemento importante, mas pode ser considerado secundário perante aquilo que Balzi realiza com maior destreza, que é a experimentação de técnicas em nome de um falar do mundo sempre comprometido.
Isso não representa engajamento panfletário, mas a procura de um discurso visual pronto a dialogar com o mundo. Procedimentos e técnicas caminham ao lado de ideias numa relação de igualdade. Não se trata de uma sobreposição de uma sobre a outra, mas sim um caminhar conjunto em nome de uma expressão autêntica.
Oscar D’Ambrósio