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A arte surge da distância entre aquilo que o criador vê no mundo e o que desejaria ver. Nesse aspecto, as obras de Adriana Zoudine possibilitam uma ponderação sobre os reflexos que a natureza comporta em suas mais variadas manifestações. Assim, as manchas de tinta erguem castelos imaginários num jogo de transparências.
Uma segunda questão que se coloca no processo de concepção está na distância entre aquilo que o artista deseja fazer e o que efetivamente consegue. Surge assim a busca de um aprimoramento técnico para que os procedimentos mentais de elaboração de uma imagem se consolidem na materialização de um conceito.
As obras de Adriana nesta exposição têm como mote principal reflexões sobre a ação de manifestar sentimentos e percepções perante o mundo. Isso se dá pelo uso de cores e manchas em mecanismos de construção pautados pela procura de soluções cada vez mais aprimoradas.
As representações visuais da chamada realidade sobre as águas de um lago traz consigo uma plêiade de questionamentos sobre a própria função da arte. É claro que cada criador visual não pretende esgotar o assunto, mas traz uma contribuição essencial sobre como gerar arte é uma prova contundente de estar vivo e ativo.
Oscar D’Ambrosio