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“Transeunte”, de Eryk Rocha, foi o filme mais bem votado pelo público do 6º Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo. O jovem cineasta filho de Glauber Rocha recebeu o Troféu Memorial da América Latina em cerimônia na Sala Simón Bolívar. A película também foi agraciado pela crítica especializada com o prêmio de Menção Honrosa por “criar um universo todo próprio a partir de elementos muito básicos”. Eryk Rocha (foto ao lado) disse estar surpreso e feliz por “pela primeira vez receber um prêmio de público”. Seu filme “Rocha que voa”, realizado em Cuba, onde estudou, já havia sido escolhido pelo júri especializado o melhor filme do Festival É Tudo Verdade. “Transeunte” é seu primeiro filme de ficção.
O filme “O Prêmio”, de Paula Marcovich, foi o grande ganhador dessa noite, escolhido pela crítica. A obra é uma produção mexicana, realizada por uma argentina radicada no México. “Ela é um resumo da América Latina”, disse o produtor Gustavo Montiel, que a representou na premiação (na foto, recebendo o troféu Memorial da América Latina das mãos do curador Francisco Cesar Filho). O primeiro filme da cineasta aborda o drama de uma criança que tem que manter um importante segredo para proteger sua família durante a ditadura militar argentina.
Também levou a mãozinha do Troféu Memorial da América Latina o curta (14 min) “Que o mundo saiba de mim”, da argentina Mariana Giordano (na foto, ao lado de Maria Mourão, diretora do Ciba-Cilect). O filme é um musical ambientado nos anos 50, no qual uma jovem se vê diante de um dilema amoroso. Estudante da Escola Nacional de Experimentação e Realização Cinematográfica (ENERC), da Argentina, Mariana ganhou a competição entre escolas de cinema que fazem parte da seção latino-americana do Centre International de Liaison des Écoles de Cinéma et Télévision (CIBA-CILECT).
O projeto de filme vencedor do BR Lab 2011 é “Todos Nosotros”, da costariquenha Paz Fábrega (na foto, de camiseta escura, ao lado da produtora Katia Gonzalez Zúñiga e de Rafael Sampaio, diretor do BR Lab 2011) . Ela recebe a verba de 1.500 dólares. Também foram escolhidos os projetos “Lili e as Libélulas”, do brasileiro René Guerra , “Depois da Chuva”, do também brasileiro Claudio Marques, e o “La Casa más Grande del Mundo”, do guatemalteco Alejo Crisóstomo. Eles foram escolhidos para receberem um novo software de edição. “La Víspera del Abismo”, do mexicano David Pablos, foi contemplado com a vaga garantida para participar do Bolívia Lab. O júri da competição de escolas de cinema é formado pela produtora Geórgia Costa Araújo e pelos diretores Kiko Goifman e Tata Amaral. Já a comissão de críticos por Alessandro Giannini, Celso Sabadin e Rafael Ciccarini. Pelo BR Lab 2011 julgaram Andrea Stavenhagen, Eva Morsch Kihn, José Carlos Avelar, Sandro Fiorin, Sara Silveira e Viviana Saavedra.
Durante uma semana, foram projetados 110 filmes, com a participação de 100 convidados, houve lançamento de livro, debates, encontros, homenagens e aula magna. No total, 17.201 pessoas prestigiaram o Festlatino, sendo 5.775 só no Memorial. Um dos homenageados, Orlando Senna (na foto abaixo, com Fernando Leça e dois alunos da Escola Internacional de Cinema e Televisão de San Antonio de los Baños (EICT), o brasileiro Fábio Meira e o cubano Armando C. Ramos que representaram o outro homenageado, Gabriel García Márquez), declarou que naquele mesmo dia havia recebido telefonemas dos responsáveis pela Fundação do Novo Cinema Latino Americano e pela EICT, ambos de Cuba, dizendo que as instituições também se sentem honradas com a distinção de seu antigo diretor. Ele citou o poeta e revolucionário cubano que dizia “honrar, honra”. “Aquele que honra a outro também é honrado”, explicou, referindo-se ao Festlatino, que se consolida em seu sexto ano.
Fernando Leça, presidente do Memorial, do alto da sua condição de criador do Festlatino, resumiu bem a sua razão de ser: “Podemos dizer que o objetivo ao criarmos o Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo já foi cumprido. Para além da excelência técnica de seus filmes, que agora conhecemos, o festival revela toda sua força integradora por nos mostrar o que podemos chamar de identidade latino-americana”.
Texto de Eduardo Rascov
Fotos de Daniela Agostini
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