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“Tom Zé funde todas as correntes musicais e com tal emoção… ele faz o que a música ainda virá a ser … sua forma de atuar é o que deve ser o trabalho do artista”
Hans Joachim Koellreutter,
no filme ‘TOM ZÉ, ou QUEM IRÁ COLOCAR DINAMITE NA CABEÇA DO SÉCULO?”
TOM ZÉ ouvia a fala de seus conterrâneos em Irará e ouvia rádio: foi assim que aprendeu música. Depois é que veio o currículo formal da Universidade de Música da Bahia, recém-fundada por Hans-Joachim Koellreuter, compositor alemão pós-modernista. Estudou Composição, Contraponto, Harmonia, Piano e Violoncelo, multiplicando seu interesse e seu conhecimento musical. Com a orientação teórica de Koellreuter e Ernst Widmer, TOM ZÉ incorporou à sua música conceitos modernistas. Uniu elementos de música erudita e de vanguarda ao folclore e às canções cantadas pelo povo. Em seus arranjos e orquestrações, acrescentou liquidificadores, rádios, máquinas de escrever, enceradeiras, gravadores, teclados e garrafas. Juntou-os a instrumentos convencionais, a par de um complexo sistema de som construído por ele próprio. Inventou, em 78, o sampler brasileiro.
TOM ZÉ desenvolvia uma carreira promissora na música erudita, quando, incentivado por amigos, mudou-se para São Paulo. Lá, um grupo de artistas compartilhando propósitos estéticos reuniu-se e detonou a Tropicália, movimento do qual TOM ZÉ foi um dos líderes. As letras de TOM ZÉ, influenciadas pela poesia concreta, privilegiam o essencial e, algumas, a síntese. Seus arranjos originais e a riqueza rítmica de suas composições o transformaram num dos mais irônicos e irreverentes criadores do Brasil. Ampliando os limites da canção popular, expressa a um só tempo rudimentaridade e alta tecnologia, realidade virtual e sonoridade naif. Une o pop à música experimental. Vencedor de um lendário Festival de MPB da TV Record com São São Paulo Meu Amor, obteve também o 4o lugar com 2001, esta em parceria com Rita Lee.
Na década de 90 foi convidado pelo avant-garde rocker, David Byrne, líder do Talking Heads, para ser o primeiro artista contratado pela gravadora Luaka Bop, que ele acabara de fundar. Os lançamentos dos CDs do brasileiro foram um sucesso planetário, com resenhas entusiásticas em toda a imprensa mundial. Lançados pela Luaka Bop: The Best of Tom Zé, The Hips of Tradition, Com Defeito de Fabricação e Post-Modern Platos (Platões Pós-Modernos), remixes de canções de Tom Zé por músicos jovens como Sean Lennon e Amon Tobin.
O PIRULITO DA CIÊNCIA traça o percurso da carreira do artista num desempenho de disco e palco que resultaram num dvd ao vivo – raras vezes essa denominação “ao vivo” justifica-se tanto quanto neste dvd/cd lançados pela Biscoito Fino e produzidos por Charles Gavin. Tom Zé, como disse o maestro Júlio Medaglia, é “o compositor mais criativo do momento”, “uma enxurrada de idéias”.
Prêmios e destaques
* Prêmio Multicultural do Estadão, categoria Criadores, por seu trabalho inventivo, enraizado na cultura brasileira, em seu povo, e na extrema radicalidade qualitativa musical.
* A APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) conferiu ao compositor o GRANDE PRÊMIO DA CRÍTICA .
* No Festival Composer to Composer (E.U.A), que reúne anualmente a nata dos compositores da vanguarda internacional, recebeu o Prêmio de Criatividade, única premiação atribuída pelo evento. Foi o único brasileiro convidado, até hoje, por esse Festival.
* Artista Prime, “Bravo!”
* Prêmio Shell 2007, pelo conjunto da obra
* Revista Rolling Stone: Entre os 150 discos escolhidos na década de 90, UM ÚNICO DISCO BRASILEIRO: THE BEST OF TOM ZÉ.
* Único compositor de nosso País a apresentar-se tanto no MoMA – Museu de Arte Moderna de Nova Iorque e no super-seletivo Walker Art Center. Exceções que expressam o interesse por um trabalho também de exceção.
* Autor de “Tropicalista Lenta Luta”, autobiografia e comentário sobre seu processo criativo.
* Documentário: “Fabricando Tom Zé”, premiado nas Mostras de Cinema de São Paulo, do Rio de Janeiro e em Israel.