/governosp
São Paulo, 8 de abril de 2009.
Últimos dias para conferir a exposição Cenas Sacras e a roda de orixás composta por Oxalá, Oxum, Iemanjá, Xangô, Iansã, Ogum, Oxossi, Obaluaê e Oxumaré, em cartaz até 12 de abril, domingo de Páscoa, no Pavilhão da Criatividade do Memorial.
Na exposição Cenas Sacras, que foi inaugurada em dezembro, estão expostas imagens e objetos sacros: santas, santos e divindades não canônicas da crença popular: Gauchito Gil, Difunta Correa, Ceferino Namuncurá, São Longuinho, Santa Izildinha, São Simon, Padrinho Cícero; ex-votos de santuários nordestinos; anjos e diabos de santeiros paraguaios; uma cena natalina boliviana; Nossa Senhora Aparecida, a Virgem de Guadalupe e 24 imagens das padroeiras dos países latino-americanos. Iemanjá e os outros orixás vêm juntar-se aos outros santos neste mergulho na expressão religiosa da América Latina.
No centro da roda, uma imagem de Iemanjá com um barco de oferendas, como os tradicionalmente entregues à Rainha do Mar nos dias de seu culto marítimo. Além dela, cada imagem de orixá estará trajando sua indumentária completa, em modelos assinados por Adelaide d´Oxum.
Também conhecida como Janaína, Inaê, Princesa de Aioca e Maria, no paralelismo com a religião católica, Iemanjá é um orixá de grande popularidade entre os seguidores das religiões afro-brasileiras, sendo homenageada no Rio de Janeiro na passagem do ano, nas praias paulistas no dia 8 de dezembro e em Salvador na festa de 2 de fevereiro, numa das maiores festas do país dedicadas à Rainha do Mar.
O orixá é também cultuado em Cuba, onde assume o nome cristão de La Virgen de la Regla e faz parte da santeria como santa padroeira dos portos de Havana. Outros países latino-americanos com forte presença africana, como o Haiti, também cultuam a “mãe cujos filhos são peixes”.
Nas palavras de Pierre Verger, Iemanjá, é o orixá dos Egbá, uma nação iorubá estabelecida outrora na região entre Ifé e Ibadan, onde existe ainda o rio Yemoja. Com as guerras entre nações iorubás levaram os Egbá a emigrar na direção oeste, para Abeokuta, no início do século XIX. Não lhes foi possível levar o rio, mas, transportaram consigo os objetos sagrados, suportes do axé da divindade, e o rio Ògùn, que atravessa a região, tornou-se, a partir de então, a nova morada de Iemanjá.
Descubra aqui o significado dos orixás
Roda de orixás – Cenas Sacras
De 3 de fevereiro a 12 de abril
Funcionamento: de terça a domingo, das 9h às 18h
Memorial da América Latina/ Pavilhão da Criatividade
Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664, Barra Funda
Tel. (11) 3823-4683
fotos por Fábio Pagan