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São Paulo, 3 de dezembro de 2008.
O Memorial da América Latina oferece mais do que uma programação cultural variada na cidade de São Paulo. Por entre as curvas projetadas por Niemeyer, abras de diversos artistas plásticos surgem para um diálogo entre a arquitetura e a arte contemporânea. Além do acervo permanente de artesanato popular do Pavilhão da Criatividade e das exposições de arte da Galeria Marta Traba, o Memorial expões obras de um grupo de artistas selecionado a dedo pelo arquiteto brasileiro.
Logo na passagem subterrânea do Portão 1, que interliga a Fundação ao terminal urbano e rodoviário da Barra Funda, o Painel Etnias – do Primeiro e Sempre Brasil, da artista plástica Maria Bonomi, encanta o espectador com suas enormes peças esculpidas em bronze, barro e alumínio. O trabalho foi inaugurado no início de 2008 e retrata a situação dos povos indígenas que habitam nosso país desde antes da chegada dos europeus até os dias de hoje. Bonomi ainda é autora do painel em baixo-relevo Futura Memória, localizado no Anexo dos Congressistas.
Na Praça Cívica, ao lado da Galeria Marta Traba, está a Rosa Tropical de Franz Weissmann. Esculpida em metal e tingida de vermelho vivo, ela parece desabrochar em meio à selva de concreto armado projetada por Niemeyer. Suas pétalas geométricas de proporções generosas traduzem toda a sutileza e delicadeza da flor latino-americana.
No centro da praça está a Mão, uma das poucas esculturas de Niemeyer, já considerada um cartão-postal da metrópole paulista. Aberta e imponente, com a palma rasgada por onde jorra o sangue dos povos latino-americanos, a Mão traduz a luta contra a opressão e a necessidade de união entre as nações.
Localizada em frente ao Auditório Simón Bolívar, os contornos sensuais da escultura em bronze Torso Negro, da artista carioca Vera Torres, é a responsável por preencher com elegância e vivacidade a Praça das Sombras.
Tomie Ohtake assina a tapeçaria que reveste as laterais internas do Auditório. As cores quentes e as curvas do desenho da artista se harmonizam perfeitamente com os traços de Niemeyer. No foyer, obras de Victor Arruda, Carlos Scliar e Alfredo Ceschiatti também podem ser apreciadas.
O Salão de Atos abriga uma das mais importantes telas de Cândido Portinari, o Painel Tiradentes. Com dimensão total de 17,70 x 3,09m, a pintura reproduz o julgamento e condenação do herói da luta pela independência brasileira. Ao lado de Portinari, os gigantescos painéis de concreto de Poty e Carybé completam o ambiente “intimidante” proposto pelo arquiteto.
Na Biblioteca Latino-Americana Victor Civita, a divisória entre saguão de entrada e a área reservada aos funcionários é feita pela obra Homenagem a Clay Gama de Carvalho, de Mario Gruber. Trata-se de um painel de 8mX 3m, feito de ladrilhos cerâmicos em grês, preto e branco. Atrás do auditório da Biblioteca, o trabalho de Marianne Peretti, um painel de vidro transparente, recebeu o nome de América Latina. Segundo a autora, a obra representa os rios sinuosos e as florestas misteriosas que povoam o continente.
No prédio da Administração, as telas de Vallandro Keating, que juntas formam um painel de 1,88X2,5m, reproduzem vultos em movimentos. Pintada em tons de cinza e branco, o trabalho do artista carioca parece inserir o espectador na obra de arte.
Em cada espaço, em cada curva do Memorial é possível viver e respirar arte, seja pela magnitude de seu próprio projeto arquitetônico, seja pela variedade de obras aqui alojadas. Aproveite, venha você também criar a sua América Latina, conheça a Fundação Memorial.
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Por Gabriela Mainardi