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Confira a programação completa
Acompanhe o diário de bordo do Festival
Depois do sucesso da primeira edição, em 2008, o Memorial da América Latina voltou a sediar o Festival Ibero-Americano de Teatro. A segunda edição do evento aconteceu de 2 a 8 de março no Memorial, reunindo 13 companhias teatrais da América Latina, Portugal e Espanha. Os espetáculos, discussões e as “cenas curtas” tiveram entrada franca e ocuparam duas salas do Auditório Simón Bolívar, o foyer e a Sala dos Espelhos.
Foram sete dias em que nomes importantes do meio teatral paulista se misturaram ao público em geral para conhecer uma amostra do teatro contemporâneo latino-americano e ibérico. José Celso Martinez Correa, por exemplo, assistiu a montagem cubana de “Medea”, nesse domingo, às 19h, e parabenizou os organizadores do Festival pela iniciativa de integração e troca de influências.
O encerramento do Festival se deu neste domingo, também com entrada franca. Às 21h foi a vez da peça luso-africana “Ptolomeu e a sua viagem de circum-navegação”, montada pelo grupo português “Teatro Art´Imagem”, sob a direção de José Leitão. A obra teve a sua pré-estréia no Mindelo, em Cabo Verde, em setembro de 2008, no festival de Teatro Mindelact. Este espetáculo teve depois uma temporada de estréia nacional no Teatro do Campo Alegre, no Porto, em outubro do ano passado.
“Ptolomeu e a sua viagem de circum-navegação” foi construída sobre um texto do poeta, pintor, cantor e autor cabo-verdiano Tchalê Figueira, é a 91ª criação do Teatro Art’ Imagem. A peça conta a história de Ptolomeu Rodrigues, um marinheiro cabo-verdiano que celebra a epopéia secular do seu povo, evadindo-se da sua ilha, ainda muito novo. Navega por todos os mares do mundo e convive com prostitutas, malandros, candongueiros e chulos, marinheiros e outras gentes do mar.
No foyer do Auditório aconteceu o teatro de “Cenas Curtas”: pequenas leituras cênicas, teatralização de segmentos de textos, performances, com a intenção de entreter o público e envolver mais artistas e grupos.
A programação contou com uma oficina de dramaturgia, com duração de um dia, ministrada pelo dramaturgo brasileiro Chico de Assis, três mesas de debates com assuntos relativos ao teatro e lançamentos de livros sobre o tema pela Imprensa Oficial. Os debates aconteceram na Sala dos Espelhos e tiveram como tema o papel do teatro na sociedade, as dificuldades de produção, soluções encontradas etc.
Os trabalhos foram coordenados pelo Diretor de Atividades Culturais da Fundação Memorial da América Latina, Fernando Calvozo, e uma comissão artística composta por quatro profissionais da área teatral, com vasto conhecimento e notoriedade na área: a atriz, diretora e professora de teatro Elvira Gentil, a Profª Draª Glória Levy, a escritora e dramaturga Renata Pallottini e o produtor Roberto Malta.
Organizado pela Fundação Memorial da América Latina, o Festival Ibero-Americano de Teatro de São Paulo tem como objetivos dar a conhecer e traçar paralelos entre a produção dos países da América Latina, e de Portugal e Espanha, e desta formar revelar figuras do dia-a-dia, casos corriqueiros, semelhanças e problemas comuns ou específicos de cada grupo. Com isso, o Festival pretende – e evidentemente tem conseguido – propiciar não só a troca de experiência entre artistas e companhias teatrais, como entender a relação do teatro com sua comunidade, sua realidade social, sua língua e sua história. No ano que vem tem mais.
Na noite de abertura, foi encenado o espetáculo “A Noite dos Palhaços Mudos”, obra do cartunista Laerte, encenada com a Cia La Mínima., com os atores Fábio Espósito, Domingos Montagner e Fernando Sampaio e direção de Álvaro Assad.
Os Palhaços Mudos são seres que habitam a cidade e dedicam-se a praticar palhaçadas. Existe uma seita, no entanto, que os considera uma ameaça alarmante e os persegue, na tentativa de extingui-los. Em 2008, a montagem recebeu quatro indicações em três categorias na 21ª edição do Prêmio Shell de Teatro de São Paulo: categorias Música, pela trilha sonora original criada por Marcelo Pellegrini; Direção, pelo trabalho de Álvaro Assad e duas indicações de Melhor Ator, Domingos Montagner e Fernando Sampaio.
“Adormeça onde você realmente está: na galáxia!”