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Foi dado o pontapé inicial do XII Festival da Cultural Paulista Tradicional – Revelando São Paulo – na hora do almoço desta sexta, 12 de setembro de 2008. No amplo balcão da arquibancada da arena do Parque da Água Branca, o pesquisador da cultura tradicional paulista Toninho Macedo cozinhou à moda antiga para as autoridades, organizadores, convidados e a imprensa presente. No cardápio, feijão tropeiro catador, galinhada de São Longuinho, do Vale do Paraíba, e canjiquinha. São pratos típicos feitos em grandes tachos de cobre, usados pelo pessoal do campo em suas andanças pelo interior no tempo dos carros de bois e tropas a cavalo.
Faz sentido começar pela alimentação. Afinal, com o paladar e o estômago não se brinca. Talvez a comida seja a mais autêntica das manifestações culturais de um povo e no Revelando São Paulo comer bem é sagrado. Pouco antes da comida ficar pronta – o cheiro dos guisados contaminando o ambiente – o auditório ao lado do balcão ficou lotado para ouvir as explicações dos idealizadores do evento. Lívio Giosa, presidente do Conselho de Administração do Abaçaí, explicou que o Revelando São Paulo neste ano se deu em várias regiões do Estado, como em Iguape, no Vale do Ribeira, e em Ilha Cumprida. E comemorou o fato de, a partir deste ano, fazer parte do Calendário Municipal da capital.
Toninho Macedo agradeceu ao Memorial da América Latina, parceiro desde a primeira edição, há 12 anos. Desde então, o Revelando vem crescendo de importância e representatividade. No Memorial acontecem a Cerimônia Intereligosa da Paz, quando é recepcionada a Imagem Peregrina de Nossa Senhora Aparecida e o encontro de tropeiros, carros de boi, índios, representações de escravos, cabeções etc, que saem em cortejo em direção ao Parque da Água Branca. “Este eixo Memorial/Parque da Água Branca garante o sucesso crescente do Festival”, diz Macedo. Este ano, estima ele, o público deve ultrapassar as 1,5 milhão de pessoas que participaram da festa em 2007.
Para fechar esse tira-gosto do Festival Folclórico dançarinos do Abacaí Cultura e Arte – Organização Social ligada à Secretaria Estadual de Cultural que organiza o Revelando – dançaram um jongo ao som de percussionistas. Por fim, Toninho Macedo ergueu nos braços a imagem de São Benedito das Águas de Iguape e entrou na roda executando passos tradicionais.
O Revelando São Paulo traz à capital artesãos, músicos, cozinheiros, dançarinos do interior, cerca de 600 pessoas de um terço dos municípios paulistas. São homens e mulheres imersos em uma cultura viva, que fazem um artesanato autêntico e comidas características. São eles que dançam ao som do Batuque, das Congadas, das Cavalhadas e das Catiras e mantém vivas festas tradicionais como a Dança de São Gonçalo, a Folia do Divino e as Romarias.
A festa para o grande público começa ao cair da noite desta sexta-feira, 12 de setembro, com uma novidade: a I Noite Cigana. A qualquer dia, a partir das 9h da manhã, o Rancho do Tropeiro recebe interessados em conhecer a culinária do interior, bebericar uma pinguinha da boa, e ouvir dezenas de violeiros que se revezam pelas mesas.
No domingo, 14 de setembro, acontece a Cerimônia da Paz no Memorial da América Latina. Representantes de várias denominações religiosas participam da celebração. A Imagem Peregrina de Nossa Senhora chega de Aparecida do Norte e vai puxando um cortejo, no alto de um caminhão do Corpo de Bombeiros, constituído de tropeiros, carros de boi, romeiros, carroceiros e o público em geral. A concentração começa às 9h no conjunto arquitetônico e sai por volta das 12h.
A ENTRADA É FRANCA.
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Fotos: Gabriela Mainardi