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A Fundação Memorial da América Latina participou da abertura oficial da 20ª Bienal de Livros de São Paulo, na manhã desta quinta-feira, 14 de agosto de 2008, no Salão de Idéias do Pavilhão de Exposições do Anhembi. A cerimônia contou com a presença do Ministro Interino da Cultura, Juca Ferreira, do Ministro da Cultura da Espanha, César Antonio Molina, do Governador de São Paulo José Serra, do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e dos Secretários da Cultura João Sayad (Estado) e Carlos Auguto Calil (Município), e Fernando Leça, presidente do Memorial, entre outras autoridades da área da Educação e Cultura, além de representantes de entidades de editores do Brasil, Espanha e dos países latino-americanos, de escritores, bibliotecários e gráficos.
Todos destacaram a importância de um evento com tal magnitude acontecer em um país como o Brasil, cujo mercado de livros e o índice de leitura tem muito a crescer. O ministro espanhol César Molina, por exemplo, apontou o potencial de interação entre os mercados editoriais do Brasil e da Espanha. Ele contou que a literatura brasileira é conhecida e apreciada na Espanha: “Até mesmo as obras do escritor José Anchieta continuam sendo editadas em meu país. O mesmo acontece com o padre Antonio Vieira, José de Alencar, Machado de Assis, José Lins do Rego, Érico Veríssimo, Mário de Andrade e Clarice Lispector, entre muitos outros. Isso sem falar nas 85 edições de Jorge Amado e o fenômeno Paulo Coelho, que já foi editado 169 vezes na Espanha”.
Molina ainda lembrou que o poeta João Cabral de Melo Neto recebeu o prêmio Reina Sofia de Literatura Iberoamericana, em 1994, e Nélida Piñon foi laureada com o Príncepe de Astúrias, há 3 anos. Por fim, resumiu: “somos os livros que lemos”. O Ministro da Cultura Espanhol agradeceu o fato de seu país ser um dos homenageados da Bienal e vislumbrou o aumento das trocas editorais entre os dois países, especialmente com a obrigatoriedade do ensino de espanhol no Brasil, a partir de 2010.
O governador José Serra iniciou sua fala dizendo que a simbologia do livro é tão forte que em muitas religiões “o livro sagrado” tem poderes que se igualam aos da própria divindade. “O livro é um acessório indispensável para a formação das pessoas para a liberdade, porque essa depende do conhecimento”, concluiu. Por isso, o Governo do Estado apóia o livro e a leitura, com iniciativa simples mas edificantes, como o projeto “Minha biblioteca”, que distribui literatura aos estudantes num montante de 80 milhões de reais por ano, a criação de uma biblioteca modelo no Parque da Juventude e o Prêmio São Paulo, oferecido aos escritores talentosos.
Nesta Bienal, o Estado e o Município se juntaram para trazer 30 mil alunos da rede pública. Eles receberão visita monitorada e um vale livro para escolherem livremente o que quiserem ler, desde que seja para a sua faixa etária. É uma forma de proporcionar aos que não têm o gosto de ir a uma livraria e comprar o seu próprio livro e assim estimular a leitura por prazer e não apenas para realizar uma tarefa escolar.
Os estudantes que visitarem os 70 mil m2 da Bienal (e calcula-se que eles passarão de 130 mil) terão à sua disposição 2 milhões de livros nas prateleiras, incluindo os 4 mil títulos que estarão sendo lançados em 800 sessões de autógrafos. Aliás, o público em geral (espera-se mais de 800 mil pessoas) poderá escolher uma atração a cada 3 minutos nas 500 horas de programação cultural. Entre elas, os debates do Salão de Idéias e as sessões de autógrafos de 50 autores internacionais (de 14 países) e dos 220 escritores brasileiros. Boa leitura.