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O Observatório das Migrações em São Paulo (NEPO / UNICAMP), em parceria com o Memorial da América Latina, a Missão Paz, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT), o Observatório da Emigração Brasileira (NEPO / UNICAMP), o Observatório das Metrópoles – Núcleo São Paulo (PUC / SP) e o projeto “Dinâmicas Urbanas, Transformações Econômicas e Migração na Macrometrópole Paulista” (UFABC / CNPq), convidam para o Seminário “Análises, Direitos e Vozes do Refúgio no Brasil”, que ocorrerá no dia 20 de Junho, o Dia Mundial do Refúgio, no Memorial da América Latina, das 9h às 13h.
O evento será presencial e a entrada é gratuita. Haverá emissão de certificados de participação aos presentes.
Segundo o último relatório “Tendências Globais”, do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), há 117,3 milhões de pessoas deslocadas forçadas no mundo – um número quase 10% maior que no ano anterior. Este número cresceu em razão da permanência da Guerra na Ucrânia, o agravamento das violações aos direitos humanos no Afeganistão, a guerra entre Israel e o Hamas, a existência de 23 conflitos de média e alta intensidades, envolvendo 850 milhões de pessoas, e a permanência da emigração venezuelana. Assim, uma a cada 69 pessoas no mundo encontra-se em situação de deslocamento forçado. Trata-se do 12º ano consecutivo de crescimento deste número. São, atualmente, 43,4 milhões de refugiados reconhecidos, 68,3 milhões de deslocados internos, 6,9 milhões de solicitantes de refúgio, 5,8 milhões de apátridas, pessoas sem qualquer nacionalidade reconhecida, e 6 milhões de refugiados palestinos.
As principais nacionalidades de origem de refugiados reconhecidos, Afeganistão (6,4 milhões) Síria (6,4 milhões), Venezuela (6,1 milhões), Ucrânia (6,0 milhões), Afeganistão (5,6 milhões), Venezuela (5,4 milhões) e Sudão do Sul (1,5 milhões) revelam a predominância de países do Sul Global.
O mesmo vale para as principais origens dos deslocados internos: Sudão do Sul (9,1 milhões), Síria (7,2 milhões), Colômbia (6,9 milhões), República Democrática do Congo (6,3 milhões) e Yemen (4,5 milhões) – e também para as principais origens de solicitantes de refúgio: Venezuela (314.200), Colômbia (209.900), Síria (201.000), Sudão do Sul (194.900) e Afeganistão (169.900). De modo global, o refúgio, nos últimos anos, tem apresentado uma tendência à maior feminização e crescimento do número de crianças desacompanhadas.
Só o Brasil recebeu, em 2023, 58.628 solicitações de refúgio, 8.273 ou 16,4% a mais que em 2022. Os principais países de origem das solicitação de refúgio no Brasil em 2023 foram da Venezuela (29.467 solicitações), Cuba (11.479 solicitações), Angola (3.957 solicitações), Vietnam (1.142 solicitações) e Colômbia (1.046 solicitações).
No Seminário, além da apresentação dos dados de 2023 sobre o refúgio no Brasil e no Mundo, haverá também uma Conferência intitulada “O Refúgio no Brasil: corredores, tendências e desafios”, ministrada pelo Padre Paolo Parise, da Missão Paz, uma mesa de discussão intitulada “A mobilização para a II Comigrar”, com os delegados eleitos na Conferência Livre Nacional da Rede do Observatório, e uma sessão de encerramento, chamada “Vozes do Refúgio – desafios e dificuldades de imigrantes e refugiados/refugiadas em cidades de São Paulo”, com pessoas em situação de refúgio que residem em cidades da Região Metropolitana de São Paulo e de Campinas. Oula Alsaghir, cantora palestina refugiada no Brasil, fará a apresentação cultural de abertura do evento.