Cineastas são conhecidos por terem muitas ideias na cabeça e uma câmera na mão. Passei a vida toda assim, até ser convocado para dirigir a Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, 10 anos atrás. E novamente quando o mesmo governador, Geraldo Alckmin, convidou-me a assumir o Memorial da América Latina. Nos dois casos, eu tinha ideias, mas nenhuma câmera à mão.
Creio, modestamente, ter-me saído bem no primeiro caso. E agora, quando o Memorial atinge o seu pico de popularidade e de aceitação de público, tenho que interromper o trabalho para atender uma convocação irrecusável ao lado do novo Ministro da Cultura, Roberto Freire.
Numa síntese do que foi nossa gestão, tenho a consciência tranquila de que, nesses quatro anos, se mais não realizamos não foi por falta de dedicação e de vontade política. Deixo a administração em mãos seguras, com uma equipe coesa, focada no planejamento que vínhamos desenvolvendo, em busca de sempre superar as dificuldades.
Tantas vezes as superamos que, nesse momento, só me resta agradecer o empenho de todos, dos diretores e gerentes ao menos visível colaborador que vestiu a camisa com a mesma garra. Agradeço ao governador Geraldo Alckmin pela confiança e credibilidade sempre afirmadas. Aos amigos do Conselho Curador que sempre estiveram ao nosso lado e que aqui quero cumprimentar abraçando o presidente Almino Affonso. Aos parceiros da iniciativa privada e dignos representantes dos consulados com quem produzimos eventos de qualidade ao longo desse tempo.
Vida que segue. A nova missão exige concentração e foco pontual para, dessa vez, contribuirmos com nossas ideias em um campo igualmente fértil de desafios no terreno da política cultural brasileira. A esse chamamento não poderíamos nos negar e espero, com o apoio de todos os meus amigos e amigas, colaborar para que a Cultura do nosso País tenha o lugar de destaque que lhe cabe no contexto político e social do Brasil. E que seja respeitada no concerto internacional.
Muito obrigado!
João Batista de Andrade, cineasta e escritor
