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Há quanto tempo você não via o arretado Moraes Moreira em show ao vivo, ao ar livre e, melhor ainda, de graça? Pois então, o sanfoneiro, violonista e multirritmista – que surgiu no cenário da música popular brasileira nos Novos Baianos -, esteve aqui no dia 8 de dezembro, em um grande show na Praça Cívica do Memorial.
Confira aqui a galeria de fotos do Show.
Nessa volta a SP, ele trouxe o espetáculo que vem apresentando Brasil afora – Moraes Moreira, pé de serra -, em que canta seus grandes sucessos, tais como Pombo Correio, Festa do Interior, Meninas do Brasil, Acabou Chorare, Ferro na Boneca, Dê um Rolê, para falar de alguns de seu extenso repertório.
Para refrescar a memória de como MM virou um dos ícones da contracultura nos anos de chumbo: ele foi, com Luiz Galvão e os Novos Baianos, um dos caras que colocou em pé a geleia geral proposta por Gilberto Gil e Caetano Veloso no Tropicalismo. Não é pouco.
O show encerra o IV Aniversário da Caravana do Cordel. Durante os dias 6 (às 19h, com homenagem ao centenário de Luiz Gonzaga), 7 e 8 (ambos a partir das 10h), a Caravana traz à biblioteca do Memorial a feira de literatura de cordel, palestras, oficinas, exposição de xilogravuras, capas e folhetos de cordel, recital de poesia tradicional nordestina, cantorias literomusicais e lançamentos de livros.
Uma trajetória de sucesso
Começou tocando sanfona de doze baixos em festas de São João, batizados e casamentos em Ituaçu (BA), onde nasceu. Na adolescência aprendeu violão e após concluir o científico mudou-se para Salvador. Lá conheceu Tom Zé e inscreveu-se no Seminário de Música, entrando em contato também com o rock’n’roll e com Paulinho Boca de Cantor e Luiz Galvão, com quem formaria mais tarde os Novos Baianos na companhia de Pepeu Gomes, Baby Consuelo, Jorginho, Baixinho, Bolacha e Dadi. Deixou os Novos Baianos em 1975 e seguiu carreira solo, se dedicando principalmente ao carnaval da Bahia.
Tendo como referências Braguinha, Zé Kéti e Lamartine Babo, entre outros, passou a estudar os ritmos que compunham o carnaval: samba, marcha, marcha-rancho, frevo. Foi cantor do Trio Elétrico de Armandinho, Dodô e Osmar e lançou em 1978 o sucesso “Pombo Correio”, música instrumental da dupla que ele colocou letra. Nos anos 80, depois de estourar nas rádios e nos carnavais com “Festa do Interior” na voz de Gal Costa, se afastou um pouco do meio carnavalesco, por acreditar que a festa popular estava perdendo sua essência em favor da comercialização.
Compôs o disco “O Brasil Tem Concerto”, com influências da música erudita orquestral. Em seguida, o CD “Moraes Moreira Acústico”, com versões acústicas de seus maiores sucessos, teve boas vendagens. Em 1997 lançou dois CDs: o comemorativo “50 Carnavais” e “Infinito Circular”. Com mais de 30 discos gravados, suas composições que mais fizeram sucesso são “Acabou Chorare”, “Preta Pretinha”, “É Ferro na Boneca”, “Dê um Rolê” (todas com Galvão), “Lá Vem o Brasil Descendo a Ladeira” (com Pepeu Gomes), “Pão e Poesia”, “Meninas do Brasil”, “Bloco do Prazer”, “Coisa Acesa” (todas com Fausto Nilo), “E Assim Pintou Moçambique” (com Antônio Risério) e “Forró do ABC” (com Patinhas).
Em comemoração aos 34 anos de carreira, Moraes lança o álbum “Meu nome é Brasil”. O disco encerra uma trilogia de trabalhos que tem o Brasil como tema, os primeiros foram “Lá Vem o Brasil Descendo a Ladeira” (1979) e “O Brasil Tem Concerto” (1994). O cd conta com sete músicas inéditas, duas regravações além de quatro clássicos rearranjados e incorporados por ele de forma peculiar. O disco tem ainda as participações especiais de Arnaldo Antunes (“Trem das Onze”), Ari Moraes e Davi Moraes (“Eu Sou O Caso Deles”) e Anderson Leonardo (“Tô Fazendo”).
Confira aqui a galeria de fotos do Show.
Serviço
Show de Moraes Moreira
Dia 8, às 8 da noite
Praça Cívica do Memorial.
GRÁTIS
IV Aniversário da Caravana do Cordel
Dias 6 (às 19h, com homenagem ao centenário de Luiz Gonzaga), 7 e 8 (ambos a partir das 10h)
Biblioteca do Memorial