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Exposição Passato Immediato reúne 150 obras de 100 artistas italianos, oriundos, descendentes e seus filhos que contribuíram para a cultura e a arte do Brasil. A exposição, que já recebeu cerca de 2.500 visitantes em 15 dias, ficará aberta ao público até o dia 19 de agosto, sempre com entrada gratuita. O curador da exposição, João Spinelli, elaborou um roteiro didático e o distribuiu com textos afixados em cada uma das salas da Galeria Marta Traba, para que o visitante possa melhor conhecer e entender a influência da arte italiana ao longo do tempo e da história dos dois países.
Saiba como foi a abertura da exposição
Conheça as obras de alguns artistas, expostas na Galeria Marta Traba
1 – A contribuição italiana para a arte, a técnica e a cultura do Brasil tem como referência primordial o legado artístico de Giuseppe Antonio Landi (Bologna-Itália 1713 – Belém-Pará 1791) que a partir da segunda metade do século XVIII influenciou diretamente a arquitetura brasileira. No dia 20 de julho de 1753 ele chegou em Belém do Pará onde, com antecedência de meio século, introduziu o neoclassicismo em nosso país, diferentemente do apregoado, até hoje, por inúmeros historiadores que atribuem a influência neoclássica na arte brasileira somente após a chegada da Missão Francesa no Rio de Janeiro em 1816.
No entanto, antes mesmo de Giuseppe Landi, a partir do século XVI, inúmeros artistas, técnicos, artesãos e cientistas aqui se instalaram e desenvolveram suas atividades em quase todas as regiões do Brasil, entre tantos nomes citamos o desenhista, cartógrafo e piloto de navegação Américo Vespúcio (Amerigo Vespucci) (séc. XVI); o arquiteto florentino Baccio da Filicaia que exerceu atividades no Brasil de 1596 a 1607; o jesuíta Paulo Camilo Cremona que atuou no século XVII no Rio de Janeiro, Maranhão e Bahia onde faleceu em 1669; Giovanni Angelo Bonomi que chegou ao Brasil em 1684 e se estabeleceu no Maranhão; o desenhista, cartógrafo, topógrafo e matemático napolitano Domenico Capassi (1694 – 1793) ativo em São Paulo onde viveu até a sua morte em 1793; Giuseppe Brasanelli, ativo no Rio Grande do Sul (séc XVII e XVIII) e entre tantos outros destacamos Ângelo Agostini o mais importante jornalista/chargista do século XIX no Brasil: abolicionista, Agostini não hesitou em atacar as elites de São Paulo e tampouco amenizou os ataques ao Imperador D. Pedro II. Por isso e por suas idéias liberais, republicanas e aintiescravagista foi alvo de hostilidades dos conservadores que o obrigaram a se exilar temporariamente na França. Em São Paulo ilustrou os jornais: O Cabrião e O Polichinello. No seu retorno ao Brasil fixou residência no Rio de Janeiro onde criou caricaturas satíricas para o jornal Don Quixote.
2 – Nos últimos séculos até as primeiras décadas do século XX a Itália recebeu um número considerável de artistas de todos os continentes, que para lá se dirigiram à procura de aperfeiçoamento cultural e artístico. Do Brasil, além de Eugênio Latour, outros artistas também foram estudar em Roma, Florença, Veneza ou na cidade de Milão. Destacamos: Henrique Manzo, Mario Navarro da Costa, Henrique Bernadelli, Rodolfo Bernadelli, Pedro Américo, Décio Villares, Arsenio Cintra da Silva, Antonio Parreiras, Pedro Weingärtner, Arthur Timotheo da Costa, Leopoldo Gotuzzo, Antonio de Pádua Dutra, Aldo Bonadei, Paulo Rossi-Ozir, Edson Motta, Hugo Adami, José Morais, Cybele Varela, Túlio Mugnaini, Osmar Dillon, Victor Brecheret, Rino Levi, Ubi Bava, Antonio Dias e Iberê Camargo que em Roma estudou pintura com Giorgio De Chirico.
3 – O século XIX e a primeira metade do século XX registram um número expressivo de artistas italianos que se transferiram, na sua maioria definitivamente, para o nosso país: Eliseo D’Angelo Visconti, Carlos Oswald, Antonio Ferrigno, Carlo de Servi, Giovanni Battista Castagneto, Alfredo Norfini, Elio de Giusti, Nicolau Antonio Facchinetti, Benjamin Parlagrecco, Amadeo Zani, Luiz Brizollara, Gustavo Dall’Ara, Guido Viaro, Dario Mecatti, Victor Brecheret, Fulvio Pennacch, Lourenço Guerrini, Giuliano Vangi, Iole Di Natale, Antonio Rocco, Domenico Calabrone, Inos Corradin, Gaetano Miani, Enrico Bianco, Armando Balloni, Carmelina Piccolis, Gerda Brentani, Giuseppe Perissinotto, Pietro Maria Bardi, Lina Bo Bardi, Waldemar Cordeiro, Marco Ulgheri, Marco Butti, Maria Bonomi e entre tantos outros Anna Maria Maiolino. Aqui influenciaram significativamente a arte produzida em quase todas as regiões brasileiras. Destacamos ainda a efetiva participação da arquiteta Lina Bo Bardi: seus projetos para o MASP, SESC FÁBRICA POMPÉIA, e entre outros para o MUSEU DO BUTANTÃ inseriram a arquitetura paulista entre as mais expressivas do século XX.
4 –Além dos artistas radicados no Brasil, artistas descendentes ítalo-brasileiros compõem uma parcela significativa da arte desenvolvida no nosso país: Anita Malfatti, Candido Portinari, José Pancetti, Iberê Bassani Camargo, Oscar Campiglia, João Batista Ferri, Iberê Bassani Camargo, Aldo Bonadei, Bruno Giorgi, Clovis Graciano, Luis Sacilotto, Mario Zanini, Hercules Barsotti, Poti Lazarotto, Hugo Adami, Arnaldo Ferrari, Odetto Guersoni, Norberto Nicola, Antonio Carelli, Hermelindo Fiaminghi, Miriam Chiaverini, Evandro Carlos Frasca Jardim, Romanita Disconzi, Ubi Bava, Cezira Carpanezzi, João Rossi, Alfredo Ceschiatti e entre tantos outros Luis Paulo Baravelli, Lívio Abramo, Nelson Screnci, Gal Oppido, João Musa, Cristiano Mascaro, Rômulo Fialdini, Emidio Luisi, Dan Fialdini, Vincent Carelli, Otávio Donasci, Alex Vallauri, Regina Scalzilli Silveira e a dupla de artistas multimídia Cantoni – Crescenti.
A contribuição italiana para a arte brasileira é sempre renovada pelos artistas de novas gerações; no inicio pelos filhos, depois pelos netos, bisnetos e tataranetos de muitos italianos que deixaram o seu país de origem e aqui se estabeleceram, como Paulo Pasta, Mônica Nador, Sergio Romagnolo, os Irmãos Campana, Marco Giannotti, Rochelli Costi, Tiago Honoro, Ding Musa, Valentino Fialdini, Luciano Bortoletto, Egidio Rocci, Christophe Spotto, Claudio Cretti, Luciana Camuzzo, Gilberto Tomé, Isa Pini, Mauricio Adinolfi, José Paiani Spaniol, Arnaldo Bataglinni, Rodolfo Parigi, Vânia Mignone, Tiago Honório e entre outros Otávio e Rodolfo Pandolfo da dupla os gêmeos.
Saiba como foi a abertura da exposição
Serviço
“Passato Immediato – Presença Italiana na Arte Brasileira”
Período: 29 de junho a 19 de agosto
Inauguração: 28 de junho, 19h
Horário: Terça a domingo, das 9h às 18h,
Galeria Marta Traba
ENTRADA FRANCA