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São Paulo, dia 13 de janeiro de 2009.
Diante do agravamento do conflito entre Israel e os Territórios Ocupados da Palestina, a Comissão Teotônio Vilela (CTV) reuniu no Memorial da América Latina um grupo de intelectuais, políticos, representantes da sociedade civil e defensores dos direitos humanos para lançar o “Manifesto pela Paz e o Diálogo em Gaza“.
Entre outras coisas, o Manifesto conclama o governo brasileiro a apoiar a visita imediata à região do relator especial para a situação de direitos humanos nos territórios palestinos, junto ao Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, do qual é parte.
A leitura da carta foi feita pela presidente da CTV, Maria Helena Gregori. Além dela, estavam na mesa o professor Paulo Sérgio Pinheiro, José Henrique Reis Lobo, secretário de Relações Institucionais, José Gregori, secretário municipal de Direitos Humanos, o deputado federal Fernando Gabeira, a ex-presidente da CTV Margarida Genevois, a filósofa Marilena Chauí, o ministro Silvio José de Albuquerque e Silva, Chefe da Divisão de Temas Sociais, do Ministério das Relações Exteriores e o senador Eduardo Suplicy.
O evento reuniu estudantes, intelectuais, sindicalistas e interessados em geral. Destaque para o professor Fábio Comparato, professor da Faculdade de Direito da USP e ativista da área de Direitos Humanos e o deputado estadual José Cândido, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo.
O ato não teve caráter partidário. Pregou o fim dos ataques de ambos os lados. O ministro Sílvio Albuquerque falou sobre a posição do Itamaraty em relação ao conflito. “A posição do Brasil é legalista e de apego estrito aos direitos humanos”, disse. “Em que pese a flagrante desproporção dos ataques israelenses em resposta ao Hamas, a delegação brasileira não toma partido neste conflito”, concluiu o ministro, conclamando o fim das hostilidades de todas as partes envolvidas no conflito.
A filósofa Marilena Chauí observou que a violência se instala quando ressurge no mundo a visão teológica da política, o que se agravou após os ataques do 11 de setembro. Ela citou o filósofo Spinoza, que era judeu e defendia o Estado laico, republicano e democrático: “A paz não é ausência de guerra, a paz é uma virtude política por excelência”. Por isso, disse ela, não pode ser declarada unilateralmente, é necessária uma ação coletiva para que ela aconteça.
Ao final do ato, os palestrantes abriram para perguntas do público e posteriormente atenderam à imprensa que compareceu ao local.
Por Paloma Varón
Fotos: Vanessa Magalhães