O presidente da Fundação Memorial da América Latina, Fernando Leça, cumpriu intensa agenda em Brasília, DF, em 20 de setembro de 2006. Acompanhado do embaixador Adálnio Senna Ganem e do professor Eliézer Rizzo de Oliveira, diretor do Centro Brasileiro de Estudos da América Latina, deste Memorial, suas visitas a organismos culturais e de fomento tiveram o objetivo de obter apoio e parceiros para os principais projetos de integração cultural e científica desenvolvidos pelo Memorial. Em todos os compromissos, eles foram muito bem recebidos, deixando-os animados sobre a possibilidade de cooperação e atuação conjunta.
O primeiro encontro foi com o Chefe da Assessoria Especial de Assuntos Federativos e Parlamentares do Itamaraty, embaixador Marco Antônio Diniz Brandão, acompanhado do Diretor de Departamento Cultural do Itamaraty, embaixador Paulo César Vasconcelos. Ao conhecer a dimensão e complexidade da recém-criada Cátedra Memorial da América Latina, o Itamaraty imediatamente sugeriu que o Instituto Rio Branco possa ajudar na indicação dos catedráticos, ao passo que ofereceu contatos com a Secretaria Geral do TCA – Tratado de Cooperação Amazônica. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil também vai ajudar nos contatos com universidades e centros culturais de diversos países latino-americanos. O MRE ainda poderá colaborar na organização de viagens oficiais do Memorial a esses países.
Em seguida a delegação paulista visitou o embaixador Jerônimo Moscardo, presidente da Fundação Alexandre de Gusmão (FUNAG), e Edélcio José Ansarah, coordenador geral do IPRI – Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais. Aqui também foi ampla a disposição de colaboração, que deverá começar com a assinatura de um convênio institucional entre as instituições. Num primeiro momento, essa parceria prevê a realização conjunta de seminários sobre vários temas, como, por exemplo, sobre a carreira diplomática e o Instituto Rio Branco ou o papel do município nas relações internacionais etc; exposições documentais e históricas; exposição e venda de livros da FUNAG e o Fórum Alexandre Gusmão de Relações Internacionais, entre outras iniciativas.
Eles também foram recebidos pelo Representante do Banco Interamericano de Desenvolvimento, Waldemar Wirsig. O encontro foi um desdobramento de recente viagem (17.08.2006) de Leça a Washington, DC, Estados Unidos, onde esteve com o presidente e vice-presidente do BID, Luís Alberto Moreno e Joaquim Levy, respectivamente. Em Brasília, ele ouviu de Wirsig a confirmação de que projetos como a Cátedra Memorial da América Latina, que envolve as três universidades públicas paulistas, as Secretarias de Cultura e de Ciência e Tecnologia, a Fapesp e um pool de empresas com interesses latino-americanos, e que, além disso, traz especialistas e alunos bolsistas de vários países, é o tipo de programa que pode ter o apoio financeiro do BID, especialmente porque as Redes Temáticas da instituição abordam temas como Energia, Educação etc.
Os representantes do Memorial também estiveram com o assessor especial da Unesco, Célio Cunha. Ficou acertado que o Memorial e a Unesco vão assinar em breve um Protocolo de Cooperação, com indicação de temas e interesses comuns. Um dos primeiros desdobramentos desta parceria seria o lançamento em português em co-edição Memorial/Unesco da Coleção História da América Latina, publicada pela Unesco atualmente apenas em espanhol. A Unesco também ficou muito interessada na sofisticação da Cátedra Memorial da América Latina e os entendimentos caminham para que esse programa acadêmico receba o selo de “Cátedra Unesco”.
Por último, o presidente do Memorial e companheiros foram recebidos por Kim Bolduc, representante residente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento e Coordenadora do Sistema ONU no Brasil. Da conversa ficou indicado que o Memorial poderia ingressar no Programa de Educação/Formação à Distância do PNUD, bem como postular apoio na Carteira de Educação de países do Hemisfério Sul. Leça aproveitou para oferecer o Memorial como sede para a reunião de todos os organismos e agências do Sistema ONU no Brasil, bem como para a celebração do Dia da ONU, em 24 de outubro de 2007.
Em suma, a viagem à Brasília foi muito produtiva para o Memorial, pois serviu para dar um importante passo no sentido da cooperação com organismos multilaterais e entidades nacionais e internacionais. Desta forma, o Memorial está próximo de articular uma rede de parcerias que lhe permite não só consolidar seus principais projetos, como cumprir no sentido amplo sua missão integradora.
Memorial apresenta o primeiro titular da Cátedra Memorial da América Latina