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Pelo terceiro ano consecutivo, a Fundação Memorial da América Latina comemora o aniversário de São Paulo com a Lavagem da Mão de Oscar Niemeyer. Plantada no coração do Memorial, a escultura do arquiteto carioca tornou-se um símbolo não só da cidade, mas também da América Latina. Por isso, desde 2013, o Memorial – inspirado na cerimônia de lavagem das escadarias da Igreja do Senhor do Bonfim, em Salvador – celebra ao ritmo do sampa paulista. A festa funciona como um grito de carnaval antecipado.
A partir das 14h horas do dia 25 de janeiro, um domingo, inicia a concentração de 40 ritmistas da Bateria Furiosa, em frente ao Auditório Simón Bolívar. Ao lado deles, os destaques de piso são Nelson Coelho, os Soberanos Mestres Sala e Porta Bandeira (Gabi e Vivi), as Tias Baianas e, claro, as Passistas. Às 15h40, ao som de Partido Alto instrumental, sai o cortejo carnavalesco pela Praça da Sombra em direção à Passarela. O Desfile atravessa a Passarela com desenvoltura e vai até a Mão, na Praça do Sol. As Tias Baianas então lavam simbolicamente (na verdade, aspergem) a Mão com Água de Cheiro.
Em seguida, os sambistas e o público vão até uma tenda próxima para uma rodada do tradicional Samba de Mesa. Estarão presentes os compositores Ideval Anselmo, Zelão, Aírton Santa Maria e o Grupo Samba na Feira. É nessa hora que momentos importantes do samba paulistano serão narrados pelo sambista Gabriel Martins, embaixador do samba de Sampa e vice-presidente da Federação das Escolas de Samba do Estado de São Paulo. Aliás, Gabriel Martins é o Gabi que, ao lado da sua esposa, forma o Soberano Casal de Mestre Sala e Porta Bandeira “Gabi & Vivi”.
Como se sabe, o Auditório Simón Bolívar, do Memorial, foi construído onde antigamente era o Largo da Banana, berço do samba paulistano. E pensar que ali já foi um local de encontro de bambas! Até que a construção do Viaduto Pacaembu, em meados da década de 50, colocou água na fervura. Mas o Largo da Banana foi imortalizado pela composição de Geraldo Filme, “Vou sambar n´outro lugar”, com os versos:
“Fiquei sem o terreiro da escola
Já não posso mais sambar
Sambista sem o Largo da Banana
A Barra Funda vai parar
Surgiu um viaduto, é progresso
Eu não posso protestar
Adeus, berço do samba
Eu vou me embora
Vou sambar n´outro lugar…
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